Coritiba será objetivo contra o São Caetano

Quem viu a vitória sobre a Ponte Preta teve um aperitivo. O triunfo sobre o Atlético-MG serviu para comprovar. E a partida de hoje, às 16h, no Couto Pereira, contra o São Caetano, será a terceira oportunidade de ver o ?novo? Coritiba em campo. Mais pragmático, isto é, pensando em vencer e não em ter uma atuação brilhante – mas, se possível, jogar bem e levar os três pontos. É desta maneira que o time de Cuca vai buscar a terceira vitória consecutiva no Campeonato Brasileiro e subir pelo menos uma posição na tabela, ganhando-a exatamente do Azulão.

Com 31 pontos, o time do ABC paulista está na décima colocação, duas à frente do Coritiba, que é o 12.º, com 28. Mas uma vitória simples já significaria a ?ultrapassagem? alviverde, que contando com outros resultados poderia chegar na posição que o adversário de hoje ocupa – só não sobe mais porque os rivais diretos do momento, Internacional (31) e Palmeiras (28), se enfrentam hoje no Palestra Itália e qualquer resultado faz com que um deles siga com mais pontos que o Cori. Mesmo assim, é um jogo decisivo. ?Este é o verdadeiro jogo de seis pontos. Vencendo, eliminamos a vantagem do São Caetano e passamos?, resume o técnico Cuca.

E para conseguir isto, o Coxa será de novo um time objetivo. Se não conseguiu dar espetáculo nem contra a Macaca e muito menos com o Galo, foram as duas vitórias seguidas que o time perseguia desde o início do Brasileiro. ?É uma situação favorável para a gente. Nós estávamos precisando desta melhora, pois isso dá mais confiança para o grupo e motiva a torcida?, comenta Cuca, que acredita em um bom público no Alto da Glória – será o quarto jogo alviverde com troca de achocolatados por ingressos. ?Sempre que nós precisamos, eles nos ajudaram. Não temos que reclamar de nada dos torcedores e sim agradecer?, diz.

Dentro de campo, o time será aguerrido. ?Esta é a nossa principal característica?, argumenta Vizzotto. A mudança de atitude, vista desde a partida de Campinas, será incrementada agora, com um elenco mais ?tranqüilo?. ?Em outros jogos, nós criávamos oportunidades e acabávamos desperdiçando. Isso fazia com que todos ficassem abatidos e assim a gente esquecia de fazer coisas importantes. Agora não, todo mundo entendeu que precisamos cuidar da defesa para que os adversários não marquem gols?, completa o goleiro alviverde.

Isto fez com que o Coritiba tivesse como base do seu sistema de jogo um quarteto de marcação, que hoje será formado por Flávio, Vágner, Rodrigo Mancha e Reginaldo Nascimento (ver matéria). Dele se monta o restante do time, uns com mais incumbências defensivas, como os laterais e Luís Carlos Capixaba, outros mais liberados, como Marquinhos – ou Jackson -, Caio e Renaldo, que fará sua estréia. ?Em um campeonato como esse, as vitórias são fundamentais. E, nas vezes em que você não consegue fazer o que planeja, se houver uma forma de vencer mesmo atuando mal, é o que importa. Ganhar de 1×0 com bola parada também vale?, comenta Cuca, citando a partida de quarta – e como se fizesse uma previsão sobre o que vai acontecer.

Renaldo, o nome da esperança (de gols)

Está confirmada a estréia de Renaldo. O centroavante foi escalado pelo técnico Cuca para a partida desta tarde contra o São Caetano, mas ainda não sabe quem serão todos os seus companheiros. Evitando falar sobre escalação, o comandante do Coritiba deixa dúvidas na equipe, principalmente no meio-de-campo – Jackson e Marquinhos disputam uma posição. Mas os retornos de Flávio e Vágner indicam que uma base está sendo remontada.

Ainda não será um time totalmente titular – Márcio Egídio, dono de uma das vagas do meio-de-campo, está fora por um bom tempo. Até por isso pode-se avaliar o Coxa que entrará em campo esta tarde como a ?base?, pois Rodrigo Mancha, que foi destaque nas últimas rodadas, ganhou a confiança de Cuca. ?Isto é importante, porque comprova que estou fazendo um bom trabalho?, afirma o jovem volante.

Assim como ele, permanece também a estrutura mais forte na marcação. Ao mesmo tempo que Rafinha e Ricardinho precisam ajudar atrás, ganham mais liberdade com a presença constante de quatro jogadores no sistema defensivo. Os zagueiros serão Flávio e Vágner, que voltam ao time após ficarem fora, o primeiro por lesão e o segundo por suspensão. A dupla passou a ser considerada a titular desde a venda de Miranda para o Sochaux.

Eles terão que cuidar do perigoso ataque paulista, com Dimba e Edílson. Os dois preocupam Cuca, que espera muitas dificuldades no Alto da Glória. ?Será uma partida mais complicada que a de quarta, pois enfrentaremos um adversário que, além de categorizado, está subindo na competição?, diz o técnico do Coxa. Para isso, Reginaldo Nascimento pode ser trazido para compor a defesa, deixando Flávio na sobra. A variação pode acontecer durante a partida.

Do meio para frente, estão confirmados Luís Carlos Capixaba, Caio e Renaldo. Falta um jogador, que não foi oficializado por Cuca. Como ele não realizou treinos táticos antes da partida com o Azulão, a dúvida não se dissipou. Há dois caminhos: até pelo fato de não treinar (sequer houve tempo para isso), o técnico pode manter Jackson, para evitar o excesso de trocas na equipe.

Alexandre Luz se reabilita e comemora

A partida de quarta-feira contra o Atlético-MG serviu não apenas para dar ao Coritiba sua segunda vitória consecutiva no Campeonato Brasileiro. Foi um jogo de reabilitação pessoal. O zagueiro Alexandre Luz, que fora criticado e vaiado por ter falhado no empate com o Brasiliense, marcou o gol da vitória alviverde, redimindo-se com a torcida. O exemplo dele foi comemorado pelo grupo e pela comissão técnica, que espera ver a reedição do fato com um dos jogadores mais regulares do time nas últimas temporadas – o meia Luís Carlos Capixaba.

Desde que errou a última penalidade coxa na final do Paranaense, contra o Atlético, o armador passou a ser cobrado com mais veemência pela torcida. Na quarta, jogando mal, ele foi vaiado a partir da metade do primeiro tempo e acabou sendo substituído por Cuca no intervalo. Mas o treinador se antecipou e o confirmou na equipe para o jogo com o São Caetano ainda na entrevista coletiva concedida após o 1×0 sobre o Galo.

E o próprio Alexandre cita o meio-campista para lembrar seu feito. ?Eu tinha errado contra o Brasiliense e sabia que precisava me recuperar. Aconteceu, pude ajudar o time a vencer e agora espero que o Capixaba tenha essa chance de se recuperar?, afirma. Cuca não comenta diretamente o assunto, mas reconhece que a vitória pessoal do zagueiro motiva todos. ?É importante, pois prova a força que cada um tem aqui. Ele falhou, sentiu as críticas e depois se reabilitou. É um exemplo que pretendemos seguir?, confirma.

CAMPEONATO BRASILEIRO
Súmula
Local: Couto Pereira
Horário: 16h
Árbitro: Lourival Dias Lima Filho (BA)
Assistentes:
Alessandro Álvaro Rocha Matos (FIFA-BA) e Belmiro da Silva (BA)

CORITIBA X SÃO CAETANO

Coritiba
Vizzotto; Rafinha, Flávio, Vagner e Ricardinho; Reginaldo Nascimento, Rodrigo Mancha, Luís Carlos Capixaba e Marquinhos (Jackson); Caio e Renaldo. Técnico: Cuca

São Caetano
Sílvio Luís; Gustavo, Thiago e Douglas (Márcio Richards); Alessandro, Pingo, Paulo Miranda, Lúcio Flávio e Triguinho; Edílson e Dimba. Técnico: Levir Culpi

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