O desafio do Coritiba que entra em campo esta tarde é achar variações sobre um tema já conhecido. Sem Ceará, que está lesionado, o técnico Paulo Bonamigo oficializa uma formação sem grandes surpresas, que é ?manjada? pelos adversários e que pode acabar sofrendo para vencer a marcação do Juventude.
Por isso, o pensamento do treinador é criar situações que facilitem o caminho para os três pontos.
No setor defensivo, não há muito o que mexer. “Escalei o Danilo justamente para mudar pouco. Nosso sistema de marcação está bem encaixado”, elogia Bonamigo, que assim deixa Odvan na sobra e Reginaldo Nascimento mais pela esquerda. “A gente vai retomar o estilo do primeiro turno, que deu certo. Para mim é ótimo”, reconhece Nascimento, que jogara contra o Flamengo como zagueiro de ofício.
Sem a adaptação de Ceará na zaga, o jogo do Cori ficará mais ?lateralizado?, como diz Bonamigo. Isso significa que Jackson e Adriano serão acionados para evitar o cinturão que o Juventude promete fazer no meio. “Nós temos que variar jogadas, criar novas situações dentro da partida”, desconversa Bonamigo, sem querer entregar o jogo para o inimigo.
Mas sabe-se que a preocupação principal do técnico é evitar que, na tentativa de sair do bloqueio gaúcho, sobre para Odvan a responsabilidade de sair jogando – o que criou dificuldades no empate contra o Fortaleza. Além disso, o esquema tático usado naquela partida será repetido hoje, com a troca de Ceará por Jackson na ala e a entrada de Souza no meio-campo. “Nós vamos ter dificuldades para sair da marcação”, reconhece Tcheco.
Ele, por sinal, pode ser a principal ?mudança? do time. Depois de conversar com Bonamigo, Tcheco terá nova função na equipe, mais recuado. “Eu percebi que se eu jogar avançado acabo não rendendo. Tenho que marcar, porque aí meu futebol cresce”, afirma o meia, que fará dupla de volantes com Roberto Brum. “E tem o fato de eu sair jogando”, completa o jogador – e resolvendo o problema da saída de jogo.
E para evitar que o ferrolho do time de Caxias seja efetivo, o plano de Bonamigo é simples: impor-se taticamente desde o primeiro instante da partida. “Para ter a imposição, é necessário disposição. A nossa qualidade de jogo é diretamente ligada à motivação que o time apresentar”, comenta o treinador coxa.
Tem pacto para derrubar tabu
Cristian Toledo
O ?pacto? será posto à prova mais uma vez. O Coritiba entra em campo hoje, às 16h, para manter viva a possibilidade de aproveitamento máximo jogando dentro do Couto Pereira. O adversário é o Juventude, e isso faz com que fantasmas reapareçam na mente coxa. A equipe sempre sofre contra times de menor expressão, tem dificuldades para escapar de retrancas e principalmente vive o ?tabu? de ter perdido todas as partidas que jogou contra os times gaúchos neste campeonato brasileiro.
Os números são trágicos: apenas um gol marcado e cinco sofridos nos quatro jogos contra Internacional (dois 0x1), Grêmio (0x1) e o próprio Juventude (1×2). Para contrastar com o péssimo retrospecto, o técnico Paulo Bonamigo apresenta outros números. “Nem quero pensar nisso. E se formos analisar, ganhamos quase todos os jogos contra os cariocas. Isso acontece em um campeonato equilibrado como o Brasileiro”, afirma.
O treinador coxa teve que trabalhar muito essa semana. Ele lidou com dois sentimentos díspares, que teimavam em se manifestar no elenco: a euforia em demasia após a goleada sobre o Flamengo, e a falta de motivação pós-vitória. “O elenco está bem equilibrado, consciente da responsabilidade que tem para esse jogo, e da necessidade que temos em vencer esse jogo para melhorar ao máximo nosso aproveitamento jogando em casa”, comenta Bonamigo.
Os jogadores entenderam mesmo o recado. “O Flamengo já passou. Temos que contar com a nossa experiência para evitar que a euforia que vem de fora nos atinja”, diz o zagueiro Odvan – ao lado de Jackson, os jogadores mais experientes do Cori esta tarde. “Quando a gente enfrenta times grandes, é natural que todo mundo se empolgue. Mas precisamos pensar no campeonato, e encontrar muita motivação para vencer o Juventude”, completa o volante Reginaldo Nascimento.
Resta então enfrentar o ?fantasma? da retranca adversária. “É um jogo diferente. Será uma partida com muitas faltas, e com um jogo mais aguerrido”, resume Bonamigo. E todos esperam dificuldades, o que pode impacientar a torcida. “Nosso torcedor às vezes perde a paciência, ainda mais em um jogo como esse, que eles esperam facilidades”, diz Nascimento. “Nós vamos ter mais problemas do que tivemos contra o Flamengo”, reitera Tcheco. E se o time precisa ter paciência, a torcida também. “Nós precisamos do apoio das arquibancadas para conseguir a vitória”, pede Bona.
Serviço
Os ingressos seguem sendo vendidos até o momento do jogo, nos seguintes preços: arquibancada, R$ 15,00; cadeira inferior, R$ 30,00; cadeira superior, R$ 50,00; menores de 12 anos, maiores de 60 e estudantes, R$ 7,50. Os postos de venda são o Couto Pereira, as lojas do Coxa nos shoppings Total e Cidade, as lojas Alfaluz nas ruas Carlos de Carvalho e Tibagi, as lojas do Candeias no shopping Curitiba e na rua Marechal Deodoro e as lojas Trio de Ferro no shopping Estação e em Santa Felicidade.