Consagrado, experiente, trabalhando no Brasil, com títulos nacionais e com presença em Libertadores e pronto para um trabalho de longo prazo. Este é o perfil de treinador que o Coritiba procura para substituir Paulo Bonamigo, que deixou o clube no domingo. E o profissional que mais se aproxima dos ?requisitos? alviverdes é Adenor Leonardo Bachi, ou Tite, atual técnico do São Caetano. Segundo fontes do time do ABC, ele já teria recebido uma proposta “irrecusável” do Cori.
Tite tem como objetivo da carreira conseguir o título da Libertadores. Nos últimos dois anos, quando comandava o Grêmio, ele ficou pelo caminho: em 2002, foi eliminado nas semifinais pelo Olimpia; em 2003, nas quartas-de-final, pelo Independiente de Medellín. A ida para o São Caetano já envolvia a possibilidade, que se confirmou na vitória de 5×0 sobre o Internacional, no sábado.
Mas ele mesmo disse que seria complicado permanecer no Azulão. As negociações, que iniciaram no domingo, não chegaram a um ponto comum. Ontem, nova reunião aconteceu, e não houve acerto. Tite viajou então para Porto Alegre, onde residem seus familiares, e o São Caetano diz que espera conversar com ele hoje ou amanhã.
Mas surge o interesse do Coritiba. Ele se encaixa no perfil, principalmente no que se refere à Libertadores – dos treinadores “na ativa” no Brasil, apenas Wanderley Luxemburgo tem mais experiência que Tite, mas suas campanhas são inferiores às do técnico do São Caetano. A direção coxa não comentou o assunto a fundo, mas confirmou que Tite faz parte da lista de possíveis nomes para assumir a equipe na próxima temporada.
Outro ?favorito? é Oswaldo de Oliveira, que treinou São Paulo e Flamengo nesta temporada. Ele tem experiência de Libertadores (chegou às semifinais com o Corinthians em 2000), conquistou o Brasileiro de 99 e é um dos treinadores mais conhecidos do País. “O Oswaldo é de primeira classe, primeiro time”, resume o secretário Domingos Moro. Pesa contra ele a possível pedida salarial.
Por enquanto, a direção alviverde só confirma a sondagem a Geninho. “Nós tentamos, mas talvez tenhamos chegado tarde demais”, diz Moro. O campeão brasileiro de 2001 pelo Atlético era considerado o nome ideal, mas está acertado com o Vasco. Outro nome forte era o de Marco Aurélio, mas o tempo fora do Brasil (ele está no Japão há um ano e meio) é um complicador para os dirigentes.
Segundo Moro, a definição só acontecerá no final da semana, quando ele e Gionédis voltarem de Assunção, onde acompanharão o sorteio das chaves da Libertadores. Na sexta, os dois têm várias reuniões em São Paulo, podendo inclusive acertar os primeiros reforços para a temporada 2004.
Para fechar o ano com mais um título
Até amanhã, o Coritiba tem Hércules Venzon como treinador. O auxiliar de Paulo Bonamigo vai comandar o time na final da Copa Sesquicentenário, amanhã, contra o Atlético, às 20h30, no Pinheirão. O jogo terá quase todos os titulares alviverdes, à exceção de Marcel, Edu Sales e Odvan – a intenção do clube é fechar o ano com mais um título.
Esse foi o tema da conversa do secretário Domingos Moro com os jogadores, na reapresentação do elenco. “Nós temos o interesse em conquistar o título, porque é uma competição importante e histórica”, explica o dirigente. Além disso, há um prêmio em jogo: o campeão da Copa leva R$ 150 mil reais, valor interessante para um final de ano.
Os atletas entenderam o recado. “Antes de mais nada, somos funcionários”, comenta o capitão Reginaldo Nascimento. “A gente está aqui para defender o Coritiba, seja em que torneio for”, acrescenta o goleiro Fernando. “E, além do mais, são só três dias. Não vai atrapalhar as férias de ninguém”, completa Nascimento.
Hércules não treinará a equipe pensando em uma oportunidade de trabalho. O auxiliar não tem dúvidas de seu caminho. “Eu conversei com o Bonamigo, ele manifestou a vontade de contar comigo onde for, e eu vou com ele”, comenta. O mesmo pensamento se aplica ao outro auxiliar, Alciney de Miranda, e não será surpresa se Róbson Gomes ir com o ex-técnico coxa para – possivelmente – o Atlético-MG.
Em campo, o torcedor que for ao Pinheirão verá uma equipe muito próxima da que vem jogando. Os três desfalques (Marcel, na seleção; Edu Sales, lesionado; e Odvan, liberado para viajar) serão substituídos por jogadores de características semelhantes, e Hércules confirma que adotará a mesma postura tática de Bonamigo. “Só vou adaptar algumas situações às necessidades do jogo”, explica.
Quem não foi relacionado para o jogo já está de férias, e quem jogar será liberado na quinta. A volta das férias acontece no dia 5 de janeiro, e até lá a direção espera resolver as renovações de contrato, principalmente a de Reginaldo Nascimento.