Marco Brito será o companheiro
de Edu Sales no ataque alviverde.

O Coritiba só fala em vitória na partida de amanhã, às 16h, contra o Vasco, no Couto Pereira. E, para isso, terá que contar com suas próprias forças – mudando a estratégia tática e tentando criar um ?fato novo? com a escalação de Willians. Mas um pouco de ajuda externa não faz mal: a confirmação da ausência de Marcelinho Carioca, que está lesionado, foi discretamente comemorada pelos lados do Alto da Glória.

E é por uma razão simples: a extrema eficiência do meio-campista nas bolas paradas. “Ele é um grande jogador, mas as cobranças de falta são mortais”, reconhece o volante Reginaldo Nascimento. “É muito bom que ele não jogue, porque esse tipo de jogada é fatal, ainda mais no futebol de hoje”, completa o jogador alviverde. Marcelinho jogou no ?sacrifício? contra o Cruzeiro, quarta-feira, e disse ontem que só volta quando estiver totalmente recuperado.

É um diferencial que o Coritiba não esperava. “A ausência dele é um fator fundamental no planejamento tático do jogo”, reconhece o técnico Paulo Bonamigo. A presença dele implicaria em um cuidado extremo dos defensores alviverdes, já que o treinador exigiria atenção na marcação para que se evitassem faltas frontais a partir da intermediária ofensiva do Vasco. Sem ele, tal preocupação diminui. “O cobrador de faltas deve ser o Danilo”, revela o auxiliar técnico Alciney de Miranda, que foi o responsável pela observação do time carioca contra o Cruzeiro.

Mesmo assim, a atenção permanece. A possível presença de Marques e Edmundo requer a mesma preocupação de Bonamigo. “São atletas que resolvem o jogo em um único lance. Isso aconteceu contra o Cruzeiro: nós tivemos o domínio da partida, mas perdemos por causa da qualidade individual”, avalia o técnico alviverde. A provável atitude alviverde será acompanhar de perto os dois destaques vascaínos -os incumbidos dessa marcação devem ser Reginaldo Nascimento e Willians.

Isso para que o Cori consiga reter por mais tempo a posse de bola. A intenção de Bonamigo é controlar o jogo, mesmo que não tenha no time titular a presença de um armador. Com Lima, Marco Brito e Edu Sales como homens ofensivos, a responsabilidade pela condução de bola será de Maurinho, Adriano e Roberto Brum. “Vai ser um jogo de ataque contra defesa”, resume o treinador.

E, apesar dos três importantes desfalques (Fernando, Tcheco e Jackson), Bonamigo acredita que o entrosamento do elenco alviverde não será afetado. “À exceção do Vizotto, todos os jogadores já atuaram, e conhecem a forma do time jogar. Acredito que esse conjunto que nós temos vai ser muito importante contra o Vasco”, espera o técnico alviverde. O Cori está escalado com Fernando Vizotto; Maurinho, Odvan, Edinho Baiano e Adriano; Reginaldo Nascimento, Willians, Roberto Brum e Lima; Marco Brito e Edu Sales.

Willians é sinônimo de equilíbrio no Coxa

O tempo é o senhor da razão. E é também o mentor da razão. Para Willians, passaram três anos desde que ele era um júnior e foi alçado à posição de titular no campeonato paranaense de 2000. Hoje, aos 24 anos, mais maduro, o volante assumiu nova postura e ganha pontos com o técnico Paulo Bonamigo a cada dia. Para o jogo de amanhã, contra o Vasco, ele será uma das novidades do Coritiba – e sua escalação simboliza a mudança tática alviverde.

A entrada de Willians, mesmo ele sendo notadamente um jogador de contenção, é explicada por Bonamigo como uma tentativa de equilibrar ações ofensivas e defensivas. Com o volante, a estratégia é liberar Maurinho e Adriano, além de desobrigar Lima, Edu Sales e Marco Brito da forte marcação. “Espero que não mude muito, pois a maneira do time jogar já é conhecida de todos nós”, admite o próprio jogador.

Pode ser uma grande responsabilidade, mas Willians parece hoje estar mais consciente das próprias virtudes. Depois de disputar o Paranaense de 2000, ele ficou um longo tempo sem sequer ser utilizado. Como titulares, jogadores que foram contratados – o Cori chegou a ter dez volantes no elenco – e que, no final das contas, foram referências para o jogador. “Aprendi muito com os jogadores que passaram por aqui, e ainda aprendo com os que estão no Coritiba”, confessa.

Referências e experiências que fizeram Willians ser diferente daquele jovem. A mudança mais clara se vê dentro de campo – ele não é mais afobado, aquele volante que não conseguia refrear os ânimos e que acabava se prejudicando. Agora ele tornou-se um marcador atento, que dificilmente perde um lance. “Eu estou mais maduro tanto dentro quanto fora de campo”, garante o jogador coxa.

E isso faz com que Bonamigo perceba a clara evolução do volante. Tanto que Willians foi um dos destaques do Cori contra o Paraná Clube, e tornou-se um ?rival? de Roberto Brum pela primeira posição do meio-campo. Isso é, segundo o jogador, fruto também do empenho nos treinamentos. “O Bonamigo sempre fala para a gente que o jogo começa no início da semana. Para mim, a partida contra o Vasco começou na terça, quando a gente voltou a treinar”, resume o volante.

Tal obstinação deu resultado. A promessa dos juniores, que ficou esquecida por dois anos nas ?prateleiras? do Alto da Glória, volta agora para se tornar realidade. “Acho que é o meu melhor momento no Coritiba. E eu preciso treinar cada vez mais, sempre buscando melhorar, porque é desse jeito que vou conseguir crescer na carreira”, finaliza Willians.

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