Coritiba joga o suficiente para vencer o lanterna

O Coritiba não jogou bem, é verdade. Além disso, o Flamengo conseguiu mostrar porque é o pior time do campeonato brasileiro. Mas, acima de tudo isso, está a vitória – e o Coxa a conseguiu, por 1×0, ontem, no Couto Pereira.

Com o resultado, o time de Antônio Lopes sobe para a décima-sexta colocação, afastando-se da zona perigosa da competição. A quarta vitória alviverde dentro de casa faz o time conseguir atingir o rendimento de 50% jogando no Alto da Glória.

No início da partida, o Coritiba não conseguia sair da forte marcação do Flamengo, que impedia as jogadas ofensivas criadas por Cléber e Luís Carlos Capixaba. Apenas Felipe, Jean e Dimba jogavam à frente, enquanto os outros jogadores tinham a incumbência de segurar o ímpeto coxa. Sem possibilidade de vencer a retranca, o Cori caiu de ritmo, e acabou cedendo terreno para os cariocas, que tiveram boas oportunidades na primeira etapa.

Voltavam os fantasmas – o mau rendimento do ataque, os apupos da torcida, a preocupação no Alto da Glória. Antônio Lopes, irritado, chegou a colocar os jogadores do banco de reservas para o aquecimento. Quando tudo corria para um incômodo empate no intervalo, saiu a primeira jogada trabalhada do Coxa: Luís Carlos Capixaba lançou em profundidade, Tuta apareceu livre e tocou com estilo, por cima de Júlio César. Gol, festa e alívio no estádio.

O segundo tempo trouxe apreensão à torcida do Cori, que via o Flamengo pressionando (ou tentando pressionar), e o seu time penando para chegar ao ataque. Quando chegava, tinha que enfrentar a violência da defesa carioca e os erros de arbitragem de Luciano Augusto Almeida. Para alegrar a galera, Antônio Lopes sacou Aristizábal para colocar Alemão, tentando dar gás novo ao ataque alviverde.

O técnico do Flamengo Paulo César Gusmão resolveu inovar, e colocou três jogadores originários da lateral-esquerda: Athirson e Felipe foram jogar no meio-campo enquanto Roger entrou para formar na defesa. Também entrou em campo Júnior Baiano, que já pode ser chamado de “senhor”. Só que tantas alterações não fizeram os visitantes chegarem com perigo. A partida caiu muito – “emoção”, só na cotovelada que Tuta recebeu de Gauchinho e que o árbitro nem percebeu.

Mas o brasiliense percebeu que Felipe atingiu violentamente Ataliba, e expulsou o destaque do Flamengo. Irritado (e talvez desmotivado com a crise do time), o armador criou confusão com vários jogadores do Coxa, e nem quis se justificar ao sair do campo. “Não dá nem para dar uma porradinha”, disse, com certa falta de educação. Era o ato final de mais um vexame flamenguista, e de uma vitória que, se não foi da forma esperada, foi a suficiente para dar ao Coritiba uma campanha razoável dentro de casa.

CAMPEONATO BRASILEIRO
21.ª rodada
Local: Couto Pereira
Árbitro: Luciano Augusto Teotônio Almeida (FIFA-DF)
Assistentes: Jorge Paulo Oliveira Gomes (FIFA-DF) e César Augusto Oliveira Vaz (DF)
Gol: Tuta 42 do 1º
Cartões amarelos: Cléber, Aristizábal (CFC); Athirson, Roger, Henrique (FLA)
Cartão vermelho: Felipe
Renda: R$ 100.762,00
Público: 8.622 (total 9.826)

Coritiba 1 x 0 Flamengo

Coritiba
Fernando; Rafinha, Miranda, Alexandre e Adriano; Ataliba (Jucemar), Roberto Brum, Luís Carlos Capixaba e Cléber (Pepo); Tuta e Aristizábal (Alemão). Técnico: Antônio Lopes

Flamengo
Júlio César; Henrique (Júnior Baiano), Fabiano Eller e André Bahia (Roger); Gauchinho, Da Silva, Júnior, Felipe e Athirson; Jean (Negreiros) e Dimba. Técnico: Paulo César Gusmão

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