Coritiba irregular preocupa

“E agora?”, pergunta-se o torcedor do Coritiba. Ele não sabe mais qual é o time que ele torce, ou que vai acompanhar na próxima partida (no caso, amanhã, às 16h, contra o Juventude, no Alfredo Jaconi).

Se é o time agressivo, ousado e com imposição técnica da vitória sobre o Cruzeiro ou a equipe apática e sem inspiração da derrota de quarta para o Corinthians. A semana, que começara animada, adquire caráter dramático às vésperas de dois jogos fora de casa.

Sim, porque depois de Caxias do Sul o Coxa vai ao Rio, onde enfrenta na terça o Vasco da Gama; por isso, o grupo alviverde inicia hoje um “passeio? de seis dias. Nesse período, o time fica fora de Curitiba, o que pode até ajudar no atual momento. “Nós precisamos arrumar a casa logo, e sem ficar pensando quem é culpado ou quem não é”, resume o capitão Reginaldo Nascimento, um dos mais abalados com a virada imposta pelo Corinthians.

Por conta disso, a diretoria reuniu-se logo após o jogo, ainda no vestiário do Couto Pereira. “Isso é normal, e é até engraçado. Nós primeiro ficamos tristes, por causa do resultado. Depois vêm as explicações, e as justificativas, e no final já aparecem as perspectivas do próximo jogo”, conta o vice-presidente Domingos Moro, que assim como o presidente Giovani Gionédis teve que ouvir os apupos da torcida.

Mesmo caso do técnico Antônio Lopes, que voltou a ouvir pedidos para a sua saída, coisa que há muito não se ouvia no Alto da Glória. “Isso é normal, a cobrança sempre vem depois de uma derrota”, afirma. Mais abatido que o normal, o Delegado parecia sentir a dificuldade emocional do elenco, que não soube se recuperar após os rápidos dois gols do Corinthians. “O time ficou descorçoado. Não houve jeito de melhorarmos, até porque não fizemos uma boa partida”, diz o treinador.

Ontem, ele reuniu o elenco para uma conversa que durou quase uma hora. “É de praxe, a gente conversa sobre o que aconteceu na partida anterior e o que podemos melhorar para o quem vem pela frente”, explica Lopes. A preocupação maior é retomar o bom ambiente de antes do jogo de quinta. “Nós temos que melhorar. É isso”, resume o zagueiro Miranda, um dos poucos jogadores a conversar com os repórteres após a derrota para o Corinthians.

Disponíveis

Os dois jogadores mais criticados pela torcida na quarta podem deixar o Coritiba. Ainda não houve o anúncio oficial (e nem deverá acontecer), mas Tesser e Alexandre Fávaro deverão ser colocados em disponibilidade, e emprestados a outros clubes. Para a direção, ambos não têm clima para jogar no Coritiba e, coincidência ou não, nem foram incluídos na delegação que segue hoje para Caxias.

Time de amanhã terá mudanças

O Coritiba que entra em campo amanhã contra o Juventude de Ivo Wortmann terá duas mudanças em relação ao time que perdeu para o Corinthians. A posição mais apupada, a lateral-direita, volta a ter Rafinha como dono – após cumprir suspensão automática, o jovem jogador retorna à equipe titular. Mas a grande novidade será Juninho, que vai jogar – e no meio-campo.

Ele está treinando há dois meses como volante, e vem agradando muito Antônio Lopes. Por ter bom passe, qualidade na saída de jogo e chute forte, Juninho acabou sendo ?transferido? para o meio-campo, criando uma situação lapidar na equipe que joga no Alfredo Jaconi: o capitão Reginaldo Nascimento, que é volante, joga na zaga; e Juninho, que é zagueiro, vai atuar no meio, no lugar do suspenso Ataliba.

Para o Delegado, há uma explicação (a acima) e uma justificativa. Perguntado sobre a possibilidade de Nascimento voltar à posição de origem, ele argumentou o ?costume? do capitão na defesa. “Ele joga ali há dois anos, e talvez tivesse problemas para se readaptar. Além disso, se eu escalo o Alexandre na zaga e o Nascimento no meio, eu mexo em duas posições para arrumar uma”, explica.

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