Coritiba garante que ninguém mexe em Lopes

Caxias do Sul – “Neste clube não existe espada pendendo sobre a cabeça de treinador.” Com a frase metafórica, porém forte, o presidente Giovani Gionédis confirmou a permanência de Antônio Lopes no comando do Coritiba. Os rumores de uma demissão aumentaram após a fraca atuação na derrota de sábado para o Juventude por 1×0, no Alfredo Jaconi, e da demora dos dirigentes e do treinador em deixar o vestiário. Mas, garante o presidente, nada muda no clube, e o Delegado pode pensar na partida de amanhã, contra o Vasco, no Rio de Janeiro.

A dificuldade do Coxa em Caxias foi evidente. As jogadas trabalhadas inexistiram, e o time exagerou nas faltas próximas à área de Fernando. “Umas aconteceram, as outras o árbitro inventou”, atirou o goleiro Fernando, reclamando do ?afetado? Cléver Assunção Gonçalves. “Nós pecamos nisso, porque sabíamos que o Juventude só faria um gol de bola parada”, comentou Lopes.

O treinador sofreu com os apupos até mesmo no Alfredo Jaconi. Cerca de trinta torcedores do Coritiba estavam em Caxias, e todos fizeram restrições ao trabalho de Lopes. Gionédis, entretanto, deixou claro que não pensa em mudanças de rota. “Eu, como presidente do Coritiba, tenho como norma deixar o técnico trabalhar. O Bonamigo ficou conosco por quase dois anos, e o Antônio Lopes tem contrato até o final do ano. Se depender de mim, ele vai continuar”, garantiu.

O presidente do Coxa também disse que não estava sendo dado um “voto de confiança” ao Delegado. “Não é o caso, porque o Lopes é um grande profissional. E não vou fazer anúncio de apoio em toda partida, porque a comissão técnica tem a nossa confiança desde a contratação”, afirmou Giovani Gionédis. Questionado sobre o assunto, o treinador não demonstrou preocupação. “Sempre que você chega a um clube, você sabe que um dia vai sair.”

Antônio Lopes também pareceu não estar preocupado com a má fase técnica de alguns jogadores, especialmente de Luís Carlos Capixaba. “Acho que isso só se resolve com treinamento”, disse o técnico, que, no entanto, sabe que a crise do Coritiba precisará ser muito analisada. “O mais importante agora é conversar, tentar entender o que está acontecendo”, afirmou Lopes. “Nossa preocupação é, acima de tudo, saber o que está havendo, e corrigir logo”, finalizou Gionédis.

Bola parada decidiu o jogo

Foi uma das partidas mais fracas do Campeonato Brasileiro. O Juventude, com uma penca de desfalques, tornou-se uma equipe banal, sem qualquer destaque individual. O Coritiba, com problemas técnicos, físicos e táticos, ainda sofre com uma incrível instabilidade emocional. De tantos problemas, só mesmo em uma jogada de bola parada poderia sair um gol, sábado, no Alfredo Jaconi. Após um sem-número de bolas alçadas à área, aos 31 minutos Donizete Amorim cruzou para Leonardo Manzi, que – livre de marcação – escorou para as redes. Não houve mais nada de espetacular em Caxias, tanto que, mesmo vencendo, a torcida reclamou da atuação do time da casa.

E se o mandante era fraco, caberia ao Coxa mandar no jogo. Só que isso não aconteceu. No primeiro tempo, a estratégia era tentar os contra-ataques – só aconteceram dois, e nas duas jogadas Tuta e Alemão desperdiçaram.

Além disso, o time caía na armadilha de Ivo Wortmann. E esta, por sinal, não tinha nada de surpreendente: assim como fizera no Coxa, ele colocou dois meio-campistas nas alas, dando caráter mais ofensivo ao 3-5-2. Na tentativa de mudar o panorama do jogo, Antônio Lopes tentou usar André Nunes, mas o jovem centroavante não correspondeu. Ao contrário de melhorar, o time decaiu, e após o gol de Manzi não houve o que recuperasse. Para piorar, Rafinha, um dos melhores em campo, foi justamente expulso. Foi mais uma tarde para a torcida coxa esquecer.

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