Coritiba ganha um incentivo com a definição para a Libertadores

O Coritiba recebeu uma ótima notícia ontem. A CBF confirmou que a quinta vaga do Brasil na Copa Libertadores da América será do quarto colocado no Brasileirão. Isto abre de vez o caminho alviverde rumo ao maior torneio interclubes do continente, já que o Cruzeiro (que tem vaga garantida por ser campeão da Copa do Brasil) ruma para o título nacional.

O fato tirou um pouco da preocupação dos dirigentes, que ainda lutam para encontrar provas que ajudem a elucidar detalhes das agressões sofridas na quinta passada, depois do jogo contra o Vasco. “É realmente uma informação fantástica”, reconhece o secretário Domingos Moro. A CBF deve divulgar uma RDI que oficializa a cessão da quinta vaga brasileira na Libertadores ao quarto colocado do Brasileiro – o que inclusive atende o Estatuto do Torcedor, que obriga as entidades a usar apenas de critérios técnicos para definir classificações.

Na briga jurídica contra o Vasco, a diretoria coxa aprovou a interdição preventiva de São Januário. “É uma medida inteligente, natural de uma pessoa como o desembargador Luiz Zveiter”, elogiou Domingos Moro. Só que o Coxa segue querendo mais, tanto que ainda hoje devem ser enviados os documentos aguardados pelo STJD. “Nós estamos enviando todos os materiais que recolhemos, incluindo o hino da torcida organizada do Vasco”, comenta Moro.

O secretário coxa também lembrou que nada disso importa se não for recordado o que aconteceu. “Os documentos são pouco perto da carnificina que houve. Como cidadão, advogado e dirigente do Coritiba, espero que haja punições exemplares”, afirma o secretário, que confirmou que o delegado Fábio Costa, do 17.º DP do Rio, enviará imagens dos possíveis agressores. “E não será difícil reconhecer. Nós sabemos quem fez isso com a gente”, garante.

Brum mostra mais uma virtude: dublê de cantor

Cristian Toledo

“Sentimental eu sou, eu sou demais…”. A música “Sentimental” é de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, um dos grandes sucessos da carreira de Altemar Dutra, o trovador mais famoso do país. E é também uma das músicas preferidas de Roberto Brum. É, o ?Senador? tem nas serestas uma importante parte da vida, e que é até responsável pela existência dele.

Conta o volante coxa que tudo começou com seu avô. “É uma coisa de família. Meu avô conseguiu conquistar a minha avó cantando. Depois, foi meu pai que teve esse dom de cantar”, lembra Roberto Brum. Dom que seu Adílson (de apelido “Pavarotti”, dado pelo próprio filho) não desperdiçou, cantando desde jovem, mas mantendo a cantoria dentro da família.

E são músicas que o jogador lembra, mesmo que sejam estranhas ao gosto comum dos jogadores de futebol – e até para a maioria dos jovens da geração de Roberto Brum, que tem 25 anos. “Eu me recordo das rodas de seresta. Eu era menino, ficava tomando refrigerante enquanto ouvia meu pai cantar. Ele canta muito bem, pena que eu não tive a graça de ter essa qualidade”, confessa o volante.

As canções de seu Adílson são quase sempre das décadas de 50 e 60, quando o samba-canção e o bolero dividiam as atenções com a bossa-nova (que ?estourou? em 58) e a Jovem Guarda. Apesar das últimas serem as de maior repercussão, eram as primeiras que tinham sucesso, que dominavam as paradas e que detinham os campeões de venda. Caso de Altemar Dutra, que sustentou com seus discos toda a produção de bossas-novas da finada gravadora Odeon, que tinha João Gilberto, Sylvia Telles e Tom Jobim.

Por sinal, seu Adílson chegou a gravar um CD, de divulgação restrita. “Não dá para vender por causa dos direitos autorais. Mas é muito bom”, garante Brum, que tem uma cópia no carro. “Tem muita gente que gostaria de ter o disco, mas eu já falei para o meu pai que eu pago para ele ficar cantando só para a nossa família”, avisa o volante coxa. No repertório do disco, estão dois clássicos da ?fossa musical? brasileira – “A Volta do Boêmio”, de Nélson Gonçalves, e “Conceição”, música mais importante da carreira de Cauby Peixoto.

Canções que estão na memória afetiva de Roberto Brum, que gosta de cantá-las sempre que possível. “Vou dar uma ?palhinha?: ?Boemia, aqui me tens de regresso?”, anima-se. E, com tal gosto, o volante reconhece que se sente diferente no mundo do futebol. “É um tipo de música que poucas pessoas nesse meio gostam. Mas elas são importantes para mim”, afirma.

Tanto que a cantoria chega nos companheiros. “Não canto nada, mas gosto de brincar”, confessa Brum. E, muito por isso, seus colegas de Coritiba não perderiam tempo e reviviriam Chacrinha, mandando ver na buzina. “Quando eu canto aqui, só tomo vaia”, finaliza o Senador, às gargalhadas.

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