Torcida do Coxa em festa. Cena que se
repetiu nos dois últimos estaduais.

O Coritiba completa hoje 95 anos em seu melhor momento na história. Parece estranho dizer isso, principalmente quando o time atravessa má fase no Campeonato Brasileiro, e a torcida questiona constantemente o técnico Antônio Lopes. Mas o clube chega a cinco anos de seu centenário em alta no cenário nacional, hegemônico no estado e lutando para manter a constância de participações em torneios internacionais.

São dois caminhos que a diretoria traçou desde janeiro de 2002, quando Giovani Gionédis assumiu a presidência do Coxa. O primeiro é a austeridade financeira em toda a administração, incluindo o futebol. A reengenharia do clube não esqueceu de nenhum setor, e investimentos considerados “de risco? foram evitados. No primeiro ano de mandato, Gionédis chegou a demitir quase oitenta funcionários – a medida, impopular no método, mostrou-se eficaz quando a dívida foi equalizada e não foram criados novos débitos de longo prazo.

O outro foi a busca da recuperação do futebol. A tendência de contratar treinadores de “nome” (Joel Santana, Antônio Lopes e mesmo Paulo Bonamigo, considerado o principal técnico do estado, quando contratado pelo Coxa) visava reforçar a “marca?? Coritiba, que andava com problemas nos anos anteriores. As ações de marketing de 2001 foram continuadas, mas o rendimento do time nos Brasileiros potencializaram essas participações e recolocaram o clube na mídia.

Até a 30.º rodada do Brasileiro deste ano, o Coritiba tinha a melhor campanha entre os três clubes da capital nos últimos três anos – só foi superado após a arrancada do Atlético para a liderança deste ano (agora, na soma, o Rubro-Negro tem 163 pontos contra 158 do Coxa). Além disso, o time conseguiu vagas nas Copas Libertadores e Sul-Americana deste ano, e conseguiu recuperar a hegemonia do futebol estadual, com um bicampeonato – feito inédito nos últimos 25 anos. O grande desafio coxa é fazer com que essas participações deixem de ser esporádicas e passem a ser constantes.

E a recuperação do futebol veio com a retomada das categorias de base do clube. Planejada pelo ex-dirigente Domingos Moro (hoje incompatibilizado com a diretoria), a iniciativa fez com que vários jogadores dos times juvenil e júnior aparecessem com a camisa da equipe profissional. O grande exemplo é Adriano, lançado por Bonamigo aos 17 anos e hoje titular absoluto, com convocações para a seleção brasileira e que deve ser negociado com o futebol europeu ao final de 2004. Além dele, surgiram (e saíram) Lima e Marcel, e foram revelados Ricardo, Alexandre Fávaro, Miranda, Vágner e Rafinha, entre outros.

Patrimônio

Com a ajuda de parcerias, a diretoria alviverde conseguiu revitalizar parte do Couto Pereira, e já planejar a conclusão do estádio. Foram colocadas cadeiras em 50% das arquibancadas, instalado um elevador, reformados banheiros, construídas praças de alimentação e novos camarotes. A diretoria sonha em finalizar a reforma (e fechar o Alto da Glória) em 2009, quando o Coritiba completa cem anos.

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