Coritiba evoluiu, mas ainda é muito pouco

Agora não adianta ter muita pressa. O Coritiba “abandona?? a Libertadores por duas semanas, e volta suas atenções para o campeonato paranaense – a última partida coxa na primeira fase é domingo, às 15h30, contra o Francisco Beltrão, no Sudoeste do Estado. Até o jogo contra o Rosario Central, são provavelmente quatro jogos pelo estadual, que servirão para o time engrenar – ou não – de vez.

A vantagem é que o Cori, depois de muito tempo, conseguiu mostrar evolução no empate de terça com o Olimpia. “Eu falei aos jogadores logo após a partida que nós apresentamos nossas qualidades, e que o resultado do jogo foi um pecado”, comentou o técnico Antônio Lopes, que preferiu não comentar os elogios feitos pelo colega Luis Cubilla, do time paraguaio, que disse que “o Coritiba, jogando o que jogou, vai vencer o Rosario na Argentina”.

Mas o que fica é o resultado, que complica a vida alviverde, obrigando o time a ir para a Argentina precisando vencer – o jogo é no dia 4 de março. “Nós falhamos em apenas um lance, a arbitragem foi conivente com a cera deles e a nossa atuação foi muito boa. Só que empatamos, e a torcida reclama com razão”, resumiu o atacante Luís Mário, que fez sua melhor partida pelo Coxa.

E a torcida reclamou. Poucos (como Fernando, o próprio Luís Mário e Luís Carlos Capixaba, o melhor em campo) foram poupados, pois a norma era a vaia e o apupo. Adriano, Jucemar, Eder e o técnico Antônio Lopes foram os mais atingidos, mas sobrou até para o presidente Giovani Gionédis – sem contar os jornalistas que acompanhavam a partida.

Coube ao vice-presidente Domingos Moro o papel de acalmar os ânimos. Ele foi até a beira do fosso que divisa o campo das arquibancadas e pediu “calma, calma” para os torcedores. “Vai melhorar, ainda falta muito. Tem muita gente ainda para entrar no time”, disse ele, que terminou sua rápida intervenção sendo aplaudido pelos torcedores.

Antônio Lopes, da mesma forma, parecia mais tranqüilo que nos últimos dias. Apesar do resultado não ajudar (e dos gritos de “fora Antônio Lopes” ainda serem normais no Couto Pereira), o treinador coxa se animou com a melhora do time. “O Coritiba está subindo a cada partida, e isto ficou claro no jogo com o Olimpia. A minha expectativa é que melhoremos ainda mais”, comentou.

E o “lugar?? para confirmar essa evolução é justamente o paranaense. “O tipo de jogo é outro, mas a obrigação de vencer é a mesma”, avisou Luís Mário. “Nós precisamos manter essas boas atuações no campeonato estadual, porque precisamos de resultados positivos para conquistar vantagens nas próximas fases”, finaliza Luís Carlos Capixaba.

Márcio Egídio garantiu um lugar

Ao contrário de outros jogos, o Coritiba teve bons destaques contra o Olimpia. Um deles tornou-se titular há pouco (ele ainda nem se considera absoluto na posição), é um dos jovens do elenco, mas mostrou extrema segurança no jogo que foi, talvez, o mais importante de sua vida. Márcio Egídio, aos 20 anos, tornou-se o principal ?cão de guarda? do meio-campo alviverde.

Assim como Laércio, Miranda e Bruno, o caminho do volante foi rápido. Ele também esteve na ótima campanha coxa na Copa São Paulo de Juniores, e foi chamado por Antônio Lopes para compor o elenco principal. Semana passada, após a “tragédia de Lima”, Márcio Egídio ganhou do treinador a chance de ser titular contra o Malutrom. Depois, veio o Olimpia, e agora ele é titular absoluto. “É muito bom, apesar de eu não poder me empolgar. O elenco do Coritiba tem vários jogadores de qualidade, e o professor Lopes tem muitas opções”, comenta.

Essa tranqüilidade de Márcio Egídio tem uma explicação. Ao contrário de seus companheiros de time júnior, ele já fora chamado ao time profissional no segundo semestre do ano passado. Foi Paulo Bonamigo quem percebeu qualidades no volante de 1,77m e 78kg , mas no entanto ele não jogou nenhuma partida no campeonato brasileiro. “Eu preciso melhorar muito para me sentir garantido”, resume o jogador.

Mas ele pode ficar tranqüilo, já que Antônio Lopes não pensa em tirá-lo da equipe. Dessa forma, ele convive com a situação de estar em um bom momento ao mesmo tempo que o time sofre com a inconstância e as más atuações – e Márcio Egídio confessa que convive com dois sentimentos diferentes. “É estranho, porque estou feliz com a minha situação, mas triste com o empate com o Olimpia. Mas o Coritiba vai melhorar, eu tenho certeza”, finaliza.

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