Coritiba enfrenta o Figueira em Florianópolis

O Coritiba entra em campo hoje com a obrigação de corrigir os erros. No discurso dos jogadores e da comissão técnica, basta melhorar o aproveitamento das chances de gol que o time vai conseguir as vitórias.

E a prova da melhora (ou não) terá que acontecer logo na difícil partida das 20h30, no Estádio Orlando Scarpelli, contra o Figueirense.

Contra o Paysandu, o Coxa teve no mínimo dez chances claras de gol – contando-se o pênalti desperdiçado por Tuta. “Nós estamos criando, estamos conseguindo chegar na frente. Está faltando mais capricho para marcarmos os gols”, avisa o técnico Antônio Lopes.

A ordem é treinar para não falhar nos fundamentos. “Erramos nos últimos passes e, quando conseguimos acertar, fracassamos nas conclusões”, resume o Delegado, que não vê outra fórmula senão o trabalho incessante – e os jogadores concordam. “Não há maneira mais eficiente de corrigir os erros do que o treinamento. O professor Lopes sabe disso, e nós estamos nos esforçando”, diz o lateral-direito Jucemar.

Isso para confirmar a melhora nas atuações. “Desde que voltamos da intertemporada, o time cresceu de produção. Se não vencemos é porque há alguma coisa errada, mas estamos melhorando a cada partida”, afirma o goleiro Fernando, um dos que não aceita a tese de excesso de ansiedade. “No sábado, nós empatamos porque erramos chances, não porque estávamos nervosos”, garante.

Mas a tensão existente nos jogos em casa é clara. Tanto que o Cori continua com o mau aproveitamento dentro do Couto Pereira. Foram 15 pontos perdidos em 24 disputados (rendimento de 37,5%), apenas o 20.º entre os 24 que participam do brasileiro. Isto é: se só fossem válidas as partidas em casa, o Coxa estaria muito perto da zona de rebaixamento.

Em contrapartida, o time tem o sétimo melhor aproveitamento da competição atuando fora de seus domínios. O Coxa (e também o Atlético) é um dos únicos times a vencer mais de uma partida longe de casa – no caso, foram duas, sobre Cruzeiro e Vasco.

E é contando com o bom rendimento e com a certeza da melhora do aproveitamento, que o Coritiba acredita em voltar de Santa Catarina com um bom resultado. “Nós temos um bom time, e tenho certeza que podemos fazer uma boa partida e vencer o Figueirense. Não será fácil, mas luta não vai faltar”, finaliza Roberto Brum.

Josafá ou Jucemar, a dúvida de Lopes

Apoiado no ?pragmatismo de resultados? que está dando certo nos jogos fora de casa, o técnico Antônio Lopes deve colocar em campo um Coritiba de forte marcação contra o Figueirense. A idéia inicial é montar uma equipe com a mesma estrutura das últimas partidas, mas a falta de opções pode obrigar o Delegado a escalar um onze mais cauteloso.

Isso porque Alemão recebeu o terceiro cartão amarelo contra o Paysandu e terá que cumprir suspensão automática esta noite. Como Aristizábal não tem condições de jogar noventa minutos (o colombiano fica no banco e deve entrar no segundo tempo), Lopes se viu sem opções ?certeiras? para a frente. Os jogadores à disposição ainda não conseguiram mostrar serviço.

O favorito é Josafá, jogador avalizado por Antônio Lopes quando veio do Fluminense. Ele sofreu várias contusões, que atrapalharam seu rendimento, e quando teve chance de jogar seguidamente não rendeu. A segunda opção é Laércio, mas o “Pérola Negra” foi vaiado pela torcida no sábado e vive mau momento técnico. Para fechar, há André Nunes, que também não aproveitou as oportunidades – além de ser centroavante de ofício, o que dificultaria seu entendimento com Tuta. Adílson, outro atacante à disposição, nem viajou para Florianópolis.

Dessa forma, abre-se caminho para o simples retorno de Luís Carlos Capixaba, com a manutenção de Rafinha no meio-campo. “Eu não posso nem pensar em mexer no Rafinha”, resume Antônio Lopes. Com cinco jogadores no meio (Cléber seria o mais avançado), o objetivo seria criar um ?cinturão? de marcação para dificultar o trabalho do Figueirense. Caso opte por jogar com dois atacantes, o treinador coxa deve escolher Josafá, e aí sacaria Jucemar da equipe, recolocando Rafinha na lateral.

Delegado recusa convite da Nigéria

O técnico Antônio Lopes recebeu um inusitado e sedutor convite nos últimos dias. Ele foi sondado pela Federação da Nigéria para a assumir a seleção nacional, que disputa, a partir de setembro, as Eliminatórias de 2006 na Zona Africana. O Delegado recusou o convite, preferindo seguir seu trabalho no Coritiba.

Segundo Lopes, o convite foi vantajoso, já que daria a ele a chance de participar (caso classificasse os nigerianos) de sua segunda Copa – foi coordenador técnico do Brasil em 2002. Mas o treinador coxa preferiu não encarar a aventura. “Quando o perguntei do assunto, ele disse que estava muito bem no Coritiba, e que não havia porque sair”, confirmou Sérgio Ramirez.

Como ?prêmio?, o técnico deve receber o reforço de Jackson, que está se desvinculando do Ituano e já está ?conversado? com o Coxa. Ontem, o armador teve novo contato com o gerente de futebol Oscar Yamato, e nos próximos dias deve ser anunciada a sua contratação.

CAMPEONATO BRASILEIRO
17.ª rodada
Súmula
Local: Orlando Scarpelli (Florianópolis-SC)
Horário: 20h30
Árbitro: Luís Antônio Silva Santos (RJ)
Assistentes: Délcio da Silva Brum Coruja (RJ) e Vilmar Raul (RJ)

Figueirense x Coritiba

Coritiba
Fernando; Rafinha, Miranda, Reginaldo Nascimento e Ricardo; Ataliba, Roberto Brum, Cléber e Luís Carlos Capixaba; Josafá (Jucemar) e Tuta. Técnico: Antônio Lopes

Figueirense
Edson Bastos; Paulo Sérgio, Márcio Goiano, Cléber (Eloy) e Filipe ; Simplício, Jeovânio, Fernandes e Sérgio Manoel; Isaías e Rodrigo.  Técnico: Dorival Júnior

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