Coritiba deve ficar sem Reginaldo Nascimento

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Reginaldo: se não me querem mais,
vou começar a procurar meu caminho.

O Coritiba não terá mesmo o seu capitão em 2005. O zagueiro Reginaldo Nascimento, que ainda não foi procurado pela diretoria para renovar contrato, diz estar sendo "desrespeitado" e imagina que não está mais nos planos do clube. Chateado, ele já começou a receber sondagens de outras equipes, e olha para o ano que vem sem pensar em vestir a camisa alviverde.

Talvez por decisão única da diretoria, nenhum jogador que tem contrato vencendo no final do mês (Alemão, Tuta, Jucemar, Ataliba e Nascimento) foi procurado. "Ninguém falou comigo", afirma Jucemar. "Tive apenas uma conversa inicial", diz Ataliba. "Eu estou esperando, mas até agora nada aconteceu. Por mais que o clube esteja fazendo um planejamento, eu fico chateado pela falta de consideração", resume o capitão coxa.

A tristeza aumenta pela entrega do jogador ao clube. "Eu gosto do Coritiba, fiquei muito identificado com a cidade e com o clube. E eu estou aqui há um bom tempo", comenta Reginaldo. Até por isso, ele esperava receber uma posição clara da diretoria. "Eu não tenho o direito de buscar coisas novas enquanto estou sob contrato. Só que falta transparência, e isso me chateia", afirma.

E esta ação da diretoria faz o capitão alviverde ter a certeza que o Coxa não o quer mais. "Pelo que eu estou sentindo, acho que o clube não quer mais contar comigo. Da forma que a situação está sendo tratada, só posso pensar desta maneira", confessa Nascimento, há sete anos no Alto da Glória e capitão da equipe em toda a temporada.

Ele vê um momento em que a relação com a diretoria pode ter se deteriorado. "Quando recebi um convite no meio do ano (do Corinthians), eu poderia ter fugido covardemente, mas fiquei. Muitos disseram que eu estava querendo ganhar mais do Coritiba, só que permaneci no clube e não quis assinar um novo contrato. Acho que isto foi tomado como uma afronta minha ao clube", reflete. "Se eles não me querem mais, vou começar a procurar meu caminho", finaliza Reginaldo Nascimento.

Giovani Gionédis ataca Perrela

O Clube dos 13 está definitivamente rachado. E o Coritiba é protagonista do imbróglio por causa da posição do presidente Giovani Gionédis, que foi acusado pelo vice-presidente do Cruzeiro Zezé Perrela de ‘trair’ o movimento liderado pelos mineiros e por São Paulo, Flamengo e Atlético. O comandante coxa, na resposta, partiu para o ataque.

Perrela, após a reunião de quarta – que terminou com o racha da entidade -, foi para cima de Gionédis. "Depois de votar duas vezes com o nosso grupo, o presidente do Coritiba mudou de idéia. Ele teve uma atitude venal. Foi uma ‘trairagem’, uma canalhice", afirmou o dirigente do Cruzeiro, em entrevista aos correspondentes cariocas das rádios de Curitiba.

Em entrevista à rádio Transamérica, Gionédis retrucou. "Eu defendo os interesses do Coritiba, não os interesses escusos de Cruzeiro, Flamengo e São Paulo", disse o presidente, que depois definiu o termo ‘escusos’. "Eles só pensam nos próprios benefícios, não querem saber de um equilíbrio de forças", afirmou, para depois criticar Zezé Perrela. "Esse senhor, que não tem coragem de usar o próprio nome, não pode falar nada. Eu nunca fui processado por ter um patrimônio incompatível com os próprios vencimentos", atirou.

Segundo o presidente coxa, o voto foi favorável à proposta que mais se aproximava da idéia do clube. "O acordo aprovado foi aquele mais semelhante ao do Coritiba, que manifestou claramente sua posição", disse Gionédis. "Nós tivemos um aumento substancial da nossa verba e conseguimos um valor que se encaixava no nosso orçamento", explicou.

Ele não quis comentar a posição do Atlético, que está entre os dissidentes. "Eles não apresentaram uma proposta oficial, mas acho que o Mário (Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo) está certo em defender o melhor para o Atlético. Sou amigo dele, ele é como se fosse meu irmão, e está fazendo a parte dele", disse Gionédis.

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