Coritiba com a melhor defesa dos últimos anos

Se o Coritiba não jogava no Couto Pereira há 140 dias, outra marca também centenária foi quebrada no domingo. Foram exatos 135 dias em que o Coxa não levou três ou mais gols em partidas. Antes do 3×2 imposto pelo Santos, fora o empate em 3×3 com o Criciúma, em 19 de dezembro de 2004.

Nas últimas três temporadas, o time nunca ficou tanto tempo com esse retrospecto defensivo – prova do bom momento da zaga alviverde, que em 2005 tem média de gols sofridos menor que um por jogo – para ser mais exato, média de 0,76 (19 gols sofridos em 25 partidas). E é só não levar gols na partida de amanhã, às 20h30, contra o Treze, que o Cori está classificado para as quartas-de-final da Copa do Brasil.

O técnico Antônio Lopes não esconde que houve falhas defensivas contra o Santos, mas garante que o que aconteceu dificilmente se repetirá. "O nosso sistema defensivo está muito bem. E esteve em oitenta e cinco minutos do jogo de domingo. Tivemos cinco minutos de desatenção, um branco que não vai acontecer tão cedo", garante o Delegado.

Para Lopes, o Coxa vive seu melhor momento na temporada – e, sob seu comando, a grande fase do sistema de marcação. "Nós estamos crescendo a cada partida. Isto porque os jogadores entenderam que a defesa não é formada apenas pelos jogadores da zaga, mas também por atacantes e meio-campistas. O Coritiba tem a melhor defesa do Brasil", comenta o treinador coxa, que defende a tese de entrega total à marcação.

"Dá para contar nos dedos quantas vezes tomamos três gols", completa ele. E é verdade: desde que o Delegado assumiu, em dezembro de 2003, foram sete partidas em que o Coxa levou três ou mais gols. "Nós mantivemos um esquema e por isso estamos bem. O sistema já foi assimilado", diz o goleiro Fernando.

Mas não podem acontecer mais "bobeiras", ainda mais amanhã, quando o Coxa dependerá muito de sua defesa. "Não podemos errar, ainda mais como foi contra o Santos. Tomamos três gols por falhas nossas. E, para mim, qualquer gol de bola alçada na área é erro da defesa", finaliza o capitão Reginaldo Nascimento.

Clube quer nova festa domingo

Além de comemorar o ótimo público da partida de domingo (31.518 pagantes, e mais de 33 mil pessoas), a diretoria alviverde pôde festejar a participação da torcida, que apoiou o Coxa em toda a partida e não atirou objetos no campo. A expectativa é de bom público na partida do próximo domingo, contra o Palmeiras.

O presidente Giovani Gionédis parabenizou os torcedores. ?Eu estou muito satisfeito com a atitude da nossa torcida. Primeiro, porque provou que é a maior do Paraná, marcando presença na reabertura do Couto Pereira. Depois, pela manifestação ordeira, que nos fez ter certeza da retirada das grades do estádio. Não aconteceu nada durante o jogo, não tivemos um papel sequer jogado no campo?, comentou.

Contra o Palmeiras, os ingressos terão o valor normal. Quem comprou antecipadamente teve descontos. Informações extra-oficiais dizem que durante a promoção, foram vendidos 8 mil ingressos antecipados (valiam para Santos e Palmeiras). Agora os preços serão os seguintes: arquibancada, R$ 15,00; cadeira da Mauá, R$ 20,00; cadeira inferior, R$ 30,00; cadeira superior, R$ 50,00.

"A decisão vai ser no campo"

Ganhar no campo. É este o espírito do Coritiba para a partida contra o Treze, amanhã, às 20h30, em Campina Grande. Apesar de ainda estar esperando a decisão favorável da Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, a direção alviverde está mais preocupada com o jogo, mas continua atenta às irregularidades cometidas pelo Treze.

O Coritiba já tem toda a documentação que mostra a falha na inscrição do jogador Wagner Diniz, e enviou o ?dossiê? para o Rio de Janeiro. ?Temos que aguardar a decisão da Procuradoria, que até agora não aceitou a nossa denúncia?, explica o vice-presidente coxa André Ribeiro. Ele, no entanto, ressalva que o clube quer decidir a vaga no jogo. ?Nosso interesse é definir a classificação dentro de campo?, garante. O Coxa joga por um empate.

Mas o advogado do Campinense, o primeiro a acusar os erros do Treze, diz que o Coxa precisaria correr. ?O Coritiba tem que entrar com o processo logo?, disse Artur Vilarim à Tribuna. O processo no tribunal paraibano está em andamento, pois o time paraibano também está acionando o arqui-rival por jogos no campeonato estadual local. ?Nós conseguimos apurar a fraude na inscrição do Wagner Diniz, que atuou três vezes pelo CRB em um período que estava inscrito pelo Treze?, resume.

Para Vilarim, o Cori não deve se fiar na irregularidade da inscrição, mas no ato do clube de Campina Grande. ?Houve uma fraude, em que muitos clubes foram enganados, e até mesmo a CBF. Nesse aspecto o Coritiba tem que bater, porque há uma falta grave cometida pelo Treze?, diz o advogado.

Alexandre: resposta no jogo

Refugo ou contrapeso? Para muitos, Alexandre não passaria de uma das opções citadas anteriormente. Mas o atacante, que já defendeu Atlético e Paraná sem sucesso, caiu nas graças da torcida do Coritiba, e deve ser uma das novidades da equipe contra o Treze, amanhã, no Ernâni Sátiro. O meia respondeu em campo às dúvidas colocadas sobre sua contratação.

Ele entrou no segundo tempo, no lugar do também estreante Souza. "Eu estou no clube para ajudar. Fiquei muito feliz com a oportunidade logo na primeira partida, ainda mais em um jogo tão importante", comenta ele, que chegou ao Coxa bem diferente do que nos outros clubes da capital – em 2000, quando jogou no Atlético, ele era do "Ventania", que disputou o paranaense daquele ano. Dois anos depois, no Paraná, Alexandre entrou na parceria entre o tricolor e o Iraty.

Para conquistar a torcida e apagar as incertezas, o jogador contou com os dribles e arrancadas que infernizaram a defesa do Santos. "Faltou o gol, e também faltou a nossa vitória. Precisávamos muito dos três pontos", reconhece Alexandre, que só espera a confirmação de Antônio Lopes. "Se ele precisar de mim, eu estou pronto. Sei que há outros bons jogadores no grupo, mas quero jogar", avisa.

Time

E Alexandre pode ficar tranqüilo. Antônio Lopes ainda não confirmou o time, mas deve colocar contra o Treze a equipe que atuou grande parte do segundo tempo contra o Santos. "Esta é a tendência. Estão todos aí liberados para atuar, e como eles foram bem, podem começar jogando", afirma o Delegado.

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