Rebaixado

Coritiba cai para a segunda divisão

Tiago Real, a imagem do desespero. Foto: Marcelo Andrade

O Coritiba está rebaixado. A combinação de resultados, somado à derrota neste domingo (3) por 2×1 para a Chapecoense, fez com que o Coxa fosse novamente para a segunda divisão, após sete anos consecutivos na Série A do Campeonato Brasileiro. E depois de cinco anos “namorando” com o rebaixamento, a repetição de erros já conhecidos levou o clube a amargar de novo a Série B. Não foi por falta de aviso.

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São anos, diretorias, presidentes, dirigentes de futebol, treinadores e jogadores que estiveram no Alto da Glória nos últimos anos – do lado da Chape, por exemplo, estavam três (Arthur, Wellington Paulista e o técnico Gilson Kleina) que viveram esse histórico de falhas que desaguou na degola. Simbólico ver que vários outros que passaram pela montanha-russa alviverde estão em grandes times, enquanto o Coritiba se vê amargando mais uma vez o rebaixamento – o terceiro em doze anos.

O que mostra que as lições não foram aprendidas. O Coxa caiu ou lutou para não cair com Giovani Gionédis, Jair Cirino dos Santos, Vílson Ribeiro de Andrade e Rogério Bacellar – exatamente seus últimos quatro presidentes. Enfileirou vices de futebol, diretores, gestores, supervisores. Empilhou o clube de assessores. Passou anos com cartolas que eram mais vaidosos que eficientes. Nunca teve unidade real a ponto de ter um clube inteiro focado apenas no que interessa.

Internamente, o Coritiba também se viu refém de empresários, vivendo “fogo amigo” constantemente, incapaz de guardar uma informação (há cartolas ávidos por aparecer), um excesso de contratações, as dívidas que absorveram ativos a ponto de comprometer direitos de TV de anos futuros e a falta total de conhecimento de algumas pessoas fundamentais.

Neste 2017, houve erros graves de avaliação. O maior deles partiu do presidente Bacellar, que antes do início do Campeonato Brasileiro disse que o Coxa tinha time “para ser campeão brasileiro”, em vez de prever uma competição segura. A demissão de Pachequinho, que nunca teve a segurança total como treinador, não se mostrou uma decisão plena de acerto. O aproveitamento de Marcelo Oliveira em seu retorno foi inferior ao do ex-técnico. Curiosidade – o mesmo Marcelo que hoje amarga o rebaixamento foi a primeira vítima desses anos de angústia, pois foi demitido durante o Brasileirão de 2012.

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E o que sempre ficou evidente para quem estava de fora nunca foi claro para quem comandava o clube – havia problemas estruturais sérios no departamento de futebol e na gestão alviverde. Tudo isso também refletia em campo, com a queda técnica de jogadores importantes e a aposta em alguns que não tinham dado resposta. Por mais que, no papel, a equipe de 2017 fosse a mais forte dos últimos anos, a sequência de erros dentro e fora de campo cobrou o preço.

Por isso, o rebaixamento não se construiu porque o cruzamento de Elicarlos pegou um rumo errado e caiu dentro do gol. E sim porque há seis anos o Coritiba escolheu sofrer. Repetiu falhas que sabia que não deveria repetir. Porque dirigentes não tiveram a capacidade de liderar um clube para um caminho de mais solidez. Todos eles estão tranquilos, a maioria está fora do Coxa, e quem ainda está por lá logo sairá. Já o torcedor, verdadeiro dono do Coritiba, sofre e chora mais uma vez por causa de um rebaixamento.