Coritiba a um empate da final do paranaense

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Chegou a hora. Claro que chegar a uma final não representaria tanto assim há anos atrás, mas para o Coritiba hoje é bastante coisa. Passando pelo Londrina hoje, às 16h, no Couto Pereira, o Cori chega em sua primeira decisão desde o campeonato paranaense de 2000, quando perdeu para o Atlético. Representa também a oportunidade de conquistar o primeiro título desde 99 – portanto, mais um passo no reerguimento do clube. E, claro, para os jogadores o título representa muito.

E todos sabem disso no Alto da Glória. “A gente sabe que esse momento é muito importante, não só para o clube como também para a carreira de todos nós”, confessa o lateral-direito Ceará, que trocou o Santos pelo Cori para ser titular e conquistar títulos. “Não podemos ficar pensando nessas coisas, até para que nossa mente não perca o objetivo, que é passar pelo Londrina. Mas o título paranaense significaria muito para mim”, completa.

Também seria para Paulo Bonamigo, o treinador duas vezes vice-campeão estadual com o Paraná e que ano passado ficou com o Coxa nas semifinais – situação da equipe nos últimos dois anos. Em 2001, inclusive, Bonamigo comandou o Paraná que eliminou sua atual equipe. “É um jogo de decisão, é não há como ser de outra forma. Por isso que eu sempre peço aos jogadores espírito de campeão, porque é isso que vai nos fazer chegar à final”, afirma o técnico alviverde.

E no tal ?espírito de campeão? está também um pedido expresso que se evitem provocações e respostas às provocações do Londrina, que chega a capital afirmando com todas as letras que vai passar por cima do Coritiba. “Isso é normal, é um jogo eliminatório e às vezes a pressão psicológica faz efeito. Mas aqui ninguém se esquece que tudo vai ser decidido em campo, e nós vamos jogar em casa e com o apoio da nossa torcida”, diz Bonamigo.

Entretanto, as declarações atribuídas ao atacante Paraguaio (que teria dito que o Tubarão não se intimidaria com o Couto Pereira e venceria o jogo) ecoaram no Cori. “Deixa eles falarem. Quero ver dentro de campo”, diz o meia Tcheco. “Nós já estamos supermotivados, e com eles falando isso vão só aumentar a nossa vontade de vencer”, complementa o agora capitão Reginaldo Nascimento.

E essas posições de jogar pela vitória são comuns, apesar do Coritiba jogar por um empate – na verdade, se o Coxa empatar os três jogos que restam, conquista o título paranaense. “Nós somos privilegiados por conquistar essa vantagem, mas não podemos ficar jogando em função disso”, diz Ceará. “É como eu digo: vamos entrar em campo para vencer, e se o empate acontecer será ótimo, porque vamos nos classificar. Mas jogar para empatar é um suicídio”, reitera o treinador coxa.

Até porque eles sabem que aproximadamente vinte mil pessoas vão estar no Alto da Glória esperando a classificação – se possível, com uma vitória categórica, para arrancar rumo ao título. “Desde o início do nosso trabalho, sabíamos o quanto era importante o Coritiba ganhar um título. Agora estamos muito perto, a apenas três jogos disso. Por isso vamos tentar fazer um bom jogo contra o Londrina para conseguir chegar na final”, finaliza Bonamigo.

Ingressos

Foram colocados à venda (desde quinta) vinte mil ingressos para a partida de hoje. Nos primeiros dias, a procura foi regular, mas espera-se assim mesmo um público superior à carga colocada à venda, já que os menores de 12 anos terão acesso livre. Para os demais torcedores, os preços são os seguintes: arquibancada, R$ 10,00; cadeira inferior, R$ 30,00; cadeira superior, R$ 50,00; mulheres, estudantes (com carteira da UNE ou da UPES) e maiores de 65 anos, R$ 5,00.

Quase o mesmo Coritiba. E quase a mesma tática

A semana de treinos do Coritiba foi talvez a mais tranqüila dos últimos tempos. Já se sabia que Adriano não ia jogar, e rapidamente soube-se que Ricardo seria seu substituto. Sem dúvidas na escalação, o técnico Paulo Bonamigo aproveitou os trabalhos para ajustar taticamente a equipe, e alertar os jogadores que o Londrina deve ser tão ou mais agressivo do que foi no sábado passado.

Para o treinador, a necessidade do resultado vai obrigar o Tubarão a sair para o jogo. “Se eles não tivessem que vencer, o comportamento deles seria outro, certamente”, explica Bonamigo. Isso implica em maior marcação no meio-campo, para evitar que Valdeir e Marcelo Silva joguem soltos, como aconteceu no jogo do Vitorino Gonçalves Dias.

Da mesma forma, Bonamigo pediu atenção maior do lado esquerdo da defesa, já que Ricardo começará jogando pela primeira vez e Jamur é uma das armas importantes do Londrina. “O Reginaldo vai fazer uma cobertura pelo setor”, avisa o treinador. Nascimento, como capitão, também terá a incumbência de liderar o setor, que conta com dois jogadores bastante jovens – Juninho e o próprio Ricardo.

Tecnicamente, o comandante alviverde acredita que Fabrício pode ser o esteio da defesa. “Nós conversamos bastante nessa semana, e vamos continuar conversando dentro de campo. E todos têm liberdade para cobrar, mesmo os garotos”, explica o zagueiro, destaque da equipe na primeira partida da semifinal.

Fabrício, por sinal, deu um susto no treino de ontem, realizado no Couto Pereira. Durante o recreativo, o zagueiro tentou uma cabeçada e chocou-se, cortando a cabeça. “Foi um corte leve, apenas dois pontos”, minimiza o médico Walmir Sampaio. Apesar disso, Fabrício terá que jogar com uma proteção na cabeça.

Variações

Bonamigo também deixou claro para os jogadores que não haverá uma forma de jogo predominante esta tarde. “As equipes vão jogar de acordo com a situação que se apresentar. Dificilmente teremos um estilo único durante a partida”, diz o técnico. Isso significa que é muito provável que o Cori tente alternar a velocidade do jogo, principalmente no meio-campo. Se a intenção inicial é jogar no ataque, ?amassando? o Londrina, não seria surpresa se durante a partida a equipe tente cadenciar o jogo. (CT)

Ricardo assume vaga sem medo

Não se pode desperdiçar chances como essa. O lateral-esquerdo Ricardo tornou-se a grande novidade da semana no Alto da Glória, ao ganhar a vaga de titular que é geralmente ocupada por Adriano. Empolgado com o momento e animado com o respaldo do técnico Paulo Bonamigo, Ricardo concedeu entrevista à Tribuna onde comenta a maior oportunidade da carreira.

Tribuna – Como você está se sentindo nessa semana?

Ricardo – É gratificante. Eu acabei de subir da equipe júnior, e estou vendo que o espaço dentro da equipe está aparecendo. Agora vou ter a oportunidade de começar jogando, e vou dar o máximo para ajudar o Coritiba.

Tribuna – Você sente a responsabilidade de substituir o Adriano?

Ricardo – Claro, porque ele é um grande jogador, está na seleção brasileira. Eu procuro conversar bastante com ele nos treinamentos e me espelhar no exemplo que ele passa para os jogadores mais jovens do elenco.

Tribuna – O que você diria para o Bonamigo se ele estivesse lendo essa entrevista?

Ricardo – Que estou na melhor fase da minha carreira, e que na hora que ele precisar de mim vou estar pronto.

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