Coritiba 2003: bem mais que onze titulares

A liderança invicta do Coritiba não é fruto apenas dos gols de Marcel, das boas jogadas de Edu Sales e da qualidade de Tcheco no meio de campo. O clássico contra o Paraná comprovou que o Cori tem, além de destaques, um grupo a postos para qualquer necessidade. Quando precisou de substitutos para Lima e Tcheco, o técnico Paulo Bonamigo os encontrou dentro do seu banco de reservas.

Principalmente o “predestinado” Pepo, que teve que encarar a fogueira de substituir Lima logo aos 17 minutos do primeiro tempo. Assim como em Atletibas importantes ou em jogos decisivos (como a final da Copa Sul-Minas de 2001, contra o Cruzeiro), o meio-campista cumpriu a tarefa com louvor. Além de ajudar o ataque, ele tinha a incumbência de acompanhar as perigosas investidas de Fabinho, que estavam complicando o trabalho defensivo do Cori. “Ele realmente foi muito bem, e com o adicional de entrar em um jogo fundamental para o Coritiba”, elogia Bonamigo.

Mas mesmo os companheiros já reconhecem que o jogador está se tornando um ?sortudo?, ao conseguir jogar nas partidas mais importantes do Coritiba nos últimos dois anos. “Quando precisamos, o Pepo entra e resolve. Ele é o nosso herói”, brinca o volante Reginaldo Nascimento. “Isso acontece, mas eu não fico pensando nisso. O importante foi termos vencido a partida”, afirma Pepo.

Logo depois, foi Tcheco quem teve que sair, e Marco Brito entrou em seu lugar. Bonamigo ousou e foi premiado. “O interesse era terminar com a partida no tempo normal, porque se o jogo seguisse seria terrível tanto para o Coritiba quanto para o Paraná”, comenta o treinador. Marco postou-se à esquerda do ataque coxa, atraindo a marcação – o que abriu espaços inclusive para a fulminante arrancada de Adriano na jogada do gol.

E em uma ?prova de fogo? como essa é que se percebe o bom momento da equipe. “Não seremos campeões com apenas onze jogadores. A partir de agora, que teremos duas competições, nós vamos precisar de todos os jogadores do elenco, e eu tenho consciência de que o grupo do Coritiba é bastante qualificado”, resume Paulo Bonamigo.

Arrancada

Os primeiros jogos do Coritiba perfazem a melhor largada alviverde em campeonatos paranaenses nos últimos três anos. Em 2001, o Coxa foi surpreendido logo na primeira rodada pelo Prudentópolis. Ano passado, Grêmio Maringá e o mesmo Prude arrancaram pontos importantes durante o supercampeonato. Agora, além da liderança isolada, o Cori tem o melhor ataque (dez gols), a defesa menos vazada (um gol) e um dos artilheiros da competição – Marcel, com quatro gols.

Preços 1

Os ingressos para as partidas contra o Iraty e o Atlético (sábado, 16h) já estão à venda nas bilheterias do Couto Pereira. Os preços são os seguintes: arquibancada, R$ 15,00; cadeira inferior, R$ 30,00; cadeira superior, R$ 50,00; menores, mulheres e estudantes, R$ 10,00.

Preços 2

Mas até o início do jogo de amanhã podem ser comprados os pacotes promocionais para as três partidas do Cori em casa na primeira fase do Paranaense. Os valores são: sócios-colaboradores em dia, R$ 27,00; mulheres, R$ 22,00; outros torcedores, R$ 30,00.

Recuperação

O atacante Fernando Mello já tirou o gesso que protegia o nariz fraturado. Apesar disso, ele ainda não pode jogar contra o Iraty, ficando à disposição apenas para o Atletiba. Enquanto isso, o meia Alexandre Fávaro já treina fisicamente, sem no entanto ter uma data de retorno aos campos definida.

Vítimas do Pinheirão desfalcam time

Quando o técnico Paulo Bonamigo fala em utilizar todo o elenco durante o campeonato paranaense, ele talvez nem pensasse que precisaria tanto em um único jogo. O treinador corre o risco de ficar sem dois dos jogadores mais importantes da equipe no jogo de amanhã, às 20h30, contra o Iraty, no Couto Pereira. Vitimados pelos buracos do Pinheirão, Tcheco não joga, e Ceará e Lima podem desfalcar a equipe contra o atual campeão estadual.

Lima foi o primeiro a sair, ainda no início do jogo. A torção de joelho não o deixava andar direito, mesmo depois do clássico. “Eu não sei se vou conseguir jogar”, confessa. Tcheco ficou com medo de ter uma lesão mais grave. “Quando eu caí no chão, eu pensei que tinha quebrado alguma coisa”, conta. Mas foi ?apenas? uma torção no tornozelo esquerdo, que também inspira cuidados. “Eu acho muito difícil me recuperar a tempo para o meio de semana”, diz o meio-campista.

Tcheco tem razão. Ele foi o primeiro vetado para o jogo de amanhã. “Ele queria ficar no jogo, mas foi melhor sair. Para quarta ele não tem condições”, resume o médico William Yousef. Ceará, que só saiu nos minutos finais do clássico, também torceu o tornozelo. “Ele está com muitas dores, e estamos preocupados”, diz Yousef. Lima, no entanto, pode até jogar. “Ele está se recuperando muito bem, mas precisamos ainda reavaliá-lo”, completa o médico.

Como a avaliação de Lima é (a princípio) positiva, o técnico Paulo Bonamigo pensa nos possíveis substitutos de Tcheco e Ceará.

E para os dois casos ele não deve mudar a base e o estilo de jogo que vêm dando certo. Assim, Pepo entraria no lugar do meio-campista e Tesser ocuparia a lateral-direita. Mas o treinador ainda desconversa possíveis alterações. “Temos vários jogadores, como o Pepo, o Willians, o Ataliba e o Almir. Mas vamos esperar até o jogo, ainda há tempo”, afirma Bonamigo.

Clube cassa liminar que liberava Jabá

A vida dá voltas. Ontem, o Coritiba cassou a liminar que dava liberdade ao atacante Jabá, devido ao atraso nos salários e no depósito do FGTS. É a resposta coxa ante a ofensiva dos últimos dias.

De uma hora para outra, tudo tinha ficado contra o Coritiba. Há duas semanas, a Justiça concedera liminar a Jabá considerando que os atrasos nos salários configuravam uma falha flagrante nos direitos trabalhistas do atleta. Realmente com salários pendentes, o clube pagou dois dias depois da sentença liminar ser anunciada, o que não evita a punição. “Virou moda fazer isso, mas o Coritiba pagou tudo em dia”, diz o presidente Giovani Gionédis.

Só que a pena não incidia sobre o Cori, mas sim sobre o União, que detém os direitos federativos de Jabá. O time de Bandeirantes foi à Justiça, exigindo do Coxa R$ 700 mil como pagamento pelos problemas causados. Apesar da nova sentença, o União não pretende abandonar a ação. Noticiou-se que o Coxa teria entrado na Justiça contra o jogador (a sentença seria conhecida no dia 17), mas Gionédis negou essa informação.

Cori lança 10 milhões em ações na bolsa

São quarenta dias de espera. O Coritiba aguarda lançar ainda em março suas ações para venda direta e no mercado de capitais. O processo junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já foi aberto (a entrada foi dada na sexta-feira), e é possível que 10 milhões de ações – com valor unitário de um real -possam estar nas mãos dos investidores e torcedores ainda antes do campeonato brasileiro, numa iniciativa inédita no futebol brasileiro.

As ações que o Cori pretende lançar inicialmente são preferenciais, isto é são aquelas que dão ao investidor o direito de partilhar dos lucros do Coritiba Futebol S/A, mas não dão direito a voto nas eleições da diretoria. O clube está sendo auxiliado neste processo pela Planner Trustee Distribuidora de Títulos. Como a Tribuna adiantou em 30 de setembro do ano passado, também serão colocadas à venda ações ordinárias, que são as que valem para o controle da empresa (serão 49 milhões destas, também ao valor de um real cada).

Como foi encaminhado no último dia de janeiro, a CVM tem no mínimo até o dia 12 de março para aprovar o projeto. Se for necessário uma reavaliação, abre-se um novo período (como está caracterizado no site da instituição com outras empresas). Mas o presidente Giovani Gionédis está animado com a situação. “Nós já apresentamos toda a documentação necessária. O Coxa S/A está perto de se tornar realidade”, afirmou.

Gionédis acredita que a transformação em empresa pode ser a salvação do clube, que sofreu grande reforma administrativa no ano passado. “Se não fossem os problemas anteriores, os bloqueios de conta e coisas assim, o Coritiba teria superávit em 2002”, conta o presidente, que ainda não adianta qual será o ?prêmio? a ser dado para quem investir mais. “As vantagens não são os maiores atrativos. A importância do projeto é conquistarmos a nossa grandeza, fazer do Coritiba um grande clube, como ele merece ser”.

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