Corinthians terá base em Lisboa para negociar garotos

O Corinthians vai fincar pé na Europa, com um escritório em Portugal, para tentar abrir uma porta para negociar jogadores que estão estourando a idade nas categorias de base e não têm espaço no elenco principal. A ideia é emprestá-los para clubes europeus pequenos e garantir ao menos um retorno financeiro, porque a solução mais comum nesses casos vinha sendo ceder os garotos de graça para equipes do interior paulista ou de outros Estados.

A partir de janeiro, o clube manterá um escritório em Lisboa, que será tocado por um funcionário das categorias de base. Ele vai monitorar o desempenho dos atletas que estiverem jogando por lá e também observar jogadores que possam interessar ao Corinthians.

Até agora, três jogadores que têm contrato com o Corinthians foram cedidos a times portugueses até o fim da próxima temporada europeia, no meio de 2014. O zagueiro Nick, de 20 anos, e o lateral-esquerdo Paulo César, de 19 anos, estão emprestados ao Belenenses, da primeira divisão de Portugal. Já o atacante João Pedro, de 20 anos, está no Santa Clara, da segunda divisão. E outros três garotos devem seguir o mesmo rumo no início do ano que vem.

“Quase 90% dos jogadores da base ainda têm contrato mas não conseguem espaço no profissional. Há um buraco, e esse é um problema que não atinge só o Corinthians, mas a maioria dos clubes brasileiros”, disse Fernando Alba, diretor das categorias de base.

LUCRO – Em geral, esses jogadores têm contrato de pelo menos mais um ano, às vezes um e meio, e recebem até R$ 10 mil por mês. Na visão do Corinthians, é mais interessante colocar esses garotos num clube modesto de Portugal do que emprestá-los, pagando os salários, a uma equipe brasileira de menor expressão.

Se uma negociação desses atletas der certo lá fora, o clube estima que poderá faturar algo entre 500 mil euros e 1 milhão de euros, mais do que suficiente para manter o escritório em Lisboa – o custo de manutenção giraria em torno de 100 mil de euros por ano.

A escolha por Portugal se deu por dois motivos. O primeiro é o idioma, o que facilita a adaptação dos garotos. O segundo é o fato de que jogadores brasileiros não são considerados estrangeiros naquele país, o que abre maiores possibilidades de mercado.

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