A dois dias da escolha da sede da Copa do Mundo de 2026, na quarta-feira (13) em Moscou, o clima está tenso nos bastidores em busca dos votos dos representantes das 207 federações e associações aptas a votar até o momento -os candidatos são excluídos do processo.

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A segunda-feira (11) na capital russa teve reunião de cinco das seis associações continentais em diferentes hotéis. Apenas a Uefa fará a sua na terça-feira (12).

As reuniões foram marcadas por apresentações das duas candidaturas. Uma chamada United 2026 formada por Canadá/Estados Unidos/México e a outra de Marrocos.

Os africanos, entretanto, não puderam mostrar seu projeto no encontro da Conmebol. Os dez países que formam a entidade já se comprometeram a votar pela United, inclusive a Venezuela, que tem problemas diplomáticos com os Estados Unidos.

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A atitude não foi bem recebida pelos representantes da candidatura africana, que mostraram a insatisfação em conversas com a reportagem.

Segundo os marroquinos, a justificativa dada foi que uma apresentação já havia sido feita em reunião do congresso da Conmebol em maio. O fato foi confirmado pela entidade sul-americana.

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Os africanos, entretanto, se queixam que esta apresentação ocorreu antes da divulgação do relatório da Fifa com notas para as duas candidaturas. Tal documento só foi publicado há dez dias.

A tensão é tanta que enquanto a reportagem conversava com um representante marroquino, foi repreendida por Carlos Cordeiro, presidente da US Soccer e um dos chefes da candidatura da United 2026.

Cordeiro se irritou a ver que o marroquino estava lendo um material de divulgação da United 2026 que estava sendo distribuído a todos os presentes nas reuniões.

Outra queixa dos marroquinos é quanto ao fato de Porto Rico, Samoa Americana, Guam e Ilhas Virgens Americanas terem direito a voto na eleição. Isso porque os quatro são territórios americanos.

A candidatura marroquina está tentando a todos os custos impedir que votem e advogados estão em contato frequente com a Fifa exigindo uma explicação clara. Uma definição, entretanto, só deve acontecer no Congresso, momentos antes da votação.

Segundo a reportagem apurou, a corrida por votos está bem apertada e no momento é difícil dar uma certeza sobre o vencedor.

Na Conmebol, por exemplo, a Ásia é apontada como a fiel de balança na eleição.

“Pedimos para ser julgados não pela política ou religião e sim pela qualidade de nossa candidatura. Acreditamos que é a melhor para o Mundo, para a Fifa e todas as suas associações”, disse Cordeiro durante apresentação na reunião da CAF, a associação africana.

“Como africano, eu peço que todos os africanos votem pelo Marrocos. Esta será a nossa primeira vitória. Quando nos unimos como africanos, nada de mal pode nos acontecer”, disse em tom de discurso político o ex-jogador senegalês El Hadji Diouf, um dos embaixadores da candidatura africana.

Na avaliação da Fifa, a candidatura United 2026 recebeu uma média 4 de 5 possível de todos os critérios avaliados, enquanto a de Marrocos recebeu 2,7.

Foram avaliadas questões como estádios, infraestrutura de transporte, hotelaria, entre outros.