KAZAN, RÚSSISA (UOL/FOLHAPRESS) – Desde a vitória apertada contra o Japão por 3 a 2, os jogadores e comissão da Bélgica não cansam de dizer que o Brasil é favorito para o duelo desta sexta-feira (6) pelas quartas de final. Questionado sobre o fato de sua seleção ter o melhor ataque do Mundial, o técnico Roberto Martínez explicou por que vê a Canarinho em vantagem.
“A diferença é clara. A sua descrição é correta nos talentos da seleção, mas a diferença é que nunca ganhamos. É muito simples. Quando você entra num torneio que não sabe ganhar, que nunca venceu, você não tem uma vantagem sobre o adversário. O Brasil sabe como vencer, já ganhou mais do que todos, eles têm essa barreira psicológica vencida. Nós respeitamos imensamente o Brasil pelo que eles já conquistaram. Não significa que não vamos aceitar o desafio, mas além da parte técnica, tática e talento, o Brasil tem know-how e mentalidade de como vencer”, justificou em entrevista coletiva.
O discurso é o mesmo de Romelu Lukaku. Pouco antes, também na Arena Kazan, o atacante jogou a responsabilidade para a seleção brasileira. “Como jogador, a gente quer avançar o máximo possível. Amanhã é um grande teste. Agora, vamos enfrentar adversários cada vez mais fortes. Mas esse aqui é o favorito absoluto do torneio. Se conseguirmos vencer, vamos enfrentar outro time difícil. Veremos até onde vamos”, afirmou.
Perguntado sobre o excesso de favoritismo jogado para o outro lado, Martínez explicou que não está tentando ver o lado negativo ao encarar o Brasil. “Estamos vendo uma oportunidade. Vamos enfrentar uma equipe como o Brasil e não vai ser fácil. Não são adversários fáceis. Eles são dois e a gente é o três do ranking (da Fifa). Sabemos a grandeza do jogo, mas há experiência o suficiente no grupo para saber que a gente precisa se concentrar muito para ter um bom desempenho. Nós chegamos, tivemos desempenho, pressão e tivemos situações muito difíceis. Perder de 2 a 0 para o Japão e virar não é fácil.”
Mesmo assim, o treinador assegurou que tentará fazer com que seus atletas foquem apenas no jogo, e não no aspecto psicológico. “Queremos jogar essas quartas. Vai ser empolgante jogar contra o Brasil. O maior aspecto amanhã é jogar o jogo em si. Não contra o Brasil. Estar de boca aberta com a oportunidade. É jogar naturalmente, preocupar com o desempenho, fazer o que a gente quer e desfrutar do jogo. Se a gente fizer isso, o talento vai aparecer. O importante é ser a gente mesmo.”
Martínez também aproveitou para elogiar Tite, mas diz que sua equipe não irá se fechar. “Eu respeito o Tite e a seleção e eu me repito. O jogo não é para nós técnicos, é para jogadores. Nós estamos esperando ver isso, o talento amanhã é uma arma das duas equipes. A gente aposta no homem a homem. Não queremos fechar a retranca. Queremos jogar”.