Hannes Halldorsson, 31, é o principal responsável pelo empate por 1 a 1 entre Argentina e Islândia. Não bastasse intervenções eficientes feitas durante o jogo, ele defendeu um pênalti cobrado por Lionel Messi, um dos melhores do mundo.

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“É um grande momento, mas eu fiz a lição de casa. Estudei as cobranças recentes de Messi e tive a percepção de que ele cobraria da forma como fez”, afirmou Halldorsson. A atuação do jogador islandês no campo do Spartak, em Moscou, rendeu a ele o prêmio de melhor jogador da partida.

“Nosso plano, no total, funcionou muito bem”, disse o goleiro, que atua em uma equipe no interior da Dinamarca, o Randers. Segundo ele, uma das preparações feitas para o jogo foi assistir a muitas cobranças de pênalti de Messi e perceber como ele as executava. “Assisti bastante. Desde a última Copa, sempre pensando que poderia estar naquela situação”.

O lance que não sairá da memória do jogador ocorreu aos 17min do segundo tempo. O árbitro polonês Szymon Marciniak apitou um pênalti duvidoso para os argentinos. O chute de Messi a meia altura, no lado direito do goleiro, encontrou as mãos de Halldorsson, que voou para a defesa.

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O pênalti não foi a única ação eficiente do goleiro da Islândia na partida. Se ele pessoalmente conseguiu evitar ao menos um outro gol argentino, o sistema defensivo da Islândia, formado na maioria da partida por oito atletas, foi quase perfeito.

Sem fazer rodeios, o dentista e técnico da Islândia Heimir Hallgrimsson descreveu seu plano de jogo. Segundo ele, quando o oponente é uma equipe com mais qualidade, com Messi e vários jogadores que estão nos grandes times do mundo, não se pode nunca ficar no um contra um.

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“O sistema defensivo funcionou muito bem. Foi um grande jogo por causa da nossa organização”, afirmou o islandês. Ele próprio admitiu que seu time tem limitações técnicas e por isso uns precisam jogar pelos outros. “Para ser sincero, isso até diverte os nossos jogadores”, afirmou.

O resultado obtido pela Islândia, o primeiro jogo do país gelado em uma Copa do Mundo, não surpreendeu o treinador. “Nós estudamos a Argentina. Sabíamos o que precisávamos fazer”.

Hallgrimsson, que chegou à Rússia dizendo que continua sendo dentista antes que alguém lhe perguntasse, fez menções especiais ao talento de Messi e a técnica de Mascherano. “Ele muda a direção do jogo quando quer”.

A organização tática mostrada pelo país europeu, que passou a desenvolver o futebol nos anos 1990, entre outros motivos, para dar opções aos jovens que entram no alcoolismo, não existe apenas por causa da inferioridade técnica admitida pelo treinador. O entrosamento da equipe vem desde as categorias de base.

Do grupo de 23 jogadores que estão na Rússia, 8 faziam parte da seleção da Islândia que conseguiu a vaga para o Campeonato Europeu Sub-21, em 2011, realizado em Israel. Entre eles, estava Finnbogason, autor do gol contra a Argentina, o primeiro do país insular em um Mundial.

O mesmo grupo surpreendeu o mundo em 2016, na Euro, ao chegar às quartas de final.

Assim como ocorreu contra a Argentina, em Moscou, neste sábado, o time islandês não apenas recuperou um placar adverso contra Portugal e Inglaterra, há dois anos, como mostrou calma durante as partidas contra as equipes mais tradicionais.

O empate na Euro 2016 contra os ibéricos por 1 a 1 ocorreu na fase de grupos. A virada sobre a Inglaterra, por 2 a 1, foi nas oitavas de final. A empolgação acabou na goleada por 5 a 2 sofrida contra a França.

Na capital russa, o jogo equilibrado até o fim, permitiu a torcida da Islândia presente no Estádio do Spartak vibrar orgulhosa com sua seleção.

Mesmo com a sempre barulhenta e aguerrida torcida argentina, a torcida da Islândia se fez ouvir. Durante vários momentos, a tradicional saudação viking, com as mãos estendidas para o alto e palmas, rivalizou com os cânticos em espanhol.

Após o apito final, com o resultado igual, a comemoração só aumentou.