Controlar a ansiedade, o objetivo para os tricolores

A poucas horas de sua despedida do Brasileirão-2003, uma decisão valendo vaga na Copa Sul-Americana, o Paraná Clube tenta controlar a ansiedade de seus jogadores. O estresse é inegável, após mais de oito meses de treinos, concentrações e jogos. Tensão que os atletas tentam não levar a campo amanhã, às 18h, no Pinheirão, quando estará enfrentando o Vitória. Um resultado positivo não vale título, mas representa um avanço talvez mais significativo que um simples troféu.

“Seria o início de uma nova etapa, pois uma competição internacional dá novo ?status? a um time de futebol”, ponderou o presidente Enio Ribeiro de Almeida. “É só ver a competição deste ano. Poucos falavam da Sul-Americana. De repente o São Paulo fez dois jogos com o River e o torneio já teve nova aceitação. Ninguém conhecia o tal do Cienciano e o time peruano chegou à decisão. Pois queremos ser a surpresa do ano que vem”, comentou. Além de um calendário mais atrativo, o Tricolor também está de olho nas cotas da competição patrocinada pela Conmebol.

Este clima – aliado ao fim da temporada – traz uma carga extra aos jogadores nesta última semana de treinamentos. Prova disso foi uma discussão entre Caio e César Romero no coletivo de ontem. Mesmo sendo um cara calmo, Caio reagiu a uma cotovelada de Romero e os dois bateram boca até que Saulo os “pôs na rua”. O treinador parou o treino e mandou ambos esfriarem a cabeça. “Ele só nos mandou descansar”, disse Caio. A dupla sequer conversou fora das quatro linhas e cada um foi para um dos bancos de reservas do Pinheirão.

“É o reflexo de um campeonato tão longo. Os jogadores brasileiros não estão acostumados com isso e esta competição também está servindo de aprendizado”, ponderou Saulo de Freitas. O técnico do Paraná, mesmo estando a uma vitória de garantir uma vaga na Sul-Americana e sabedor que este resultado representaria a melhor campanha do Tricolor em uma edição do campeonato brasileiro não esconde sua preferência pelos mata-matas.

O restante do treinamento foi tranqüilo, mas Saulo preferiu não antecipar a escalação para o jogo de amanhã. Nos quinze minutos finais, ele escalou Émerson no lugar de Éverton e esta dúvida vai persistir até momentos antes da bola rolar. “A entrada do Émerson não significaria que estarei recorrendo a três volantes. Ele também sabe jogar à frente e teve um bom desempenho diante do Corinthians”, lembrou o treinador.

Contra o Grêmio, Émerson atuou na articulação do meio-de-campo. A sua maior experiência pode pesar da escolha final de Saulo, mas a tendência é que Éverton, mais veloz e habilidoso, seja a primeira opção do técnico, visando um time mais agressivo, pois a vitória é o resultado necessário para a garantia da classificação. Se empatar ou perder, o Paraná fica na dependência de tropeços de Atlético Paranaense e Criciúma.

Ingressos mais baratos já à venda

Os ingressos para Paraná x Vitória começaram a ser vendidos ontem à tarde, em todas as sedes do clube. A expectativa da diretoria é que toda a carga (16 mil) se esgote até amanhã, ao meio-dia. Até este horário, valem os preços promocionais, de R$ 10,00 e R$ 5,00 (sócios, mulheres, menores e estudantes). Se o parâmetro utilizado for o jogo passado, diante do Cruzeiro, a “casa” deverá mesmo ficar “cheia”.

Naquele jogo, que marcou a volta do Paraná ao Pinheirão, foram 15.996 pagantes e o ingresso custava R$ 15,00. Agora, com preços mais baixos e a expectativa do time se classificar para a Sul-Americana, a tendência é que todos os ingressos sejam vendidos. “É importante que o torcedor crie este hábito de comprar o ingresso com antecedência. É melhor para ele, que evita filas, e para o clube”, ponderou o presidente Enio Ribeiro. Os ingressos podem ser adquiridos nas secretarias da Kennedy, Tarumã, Boqueirão e na loja Tricolor (Big/Torres).

Ficou definida ontem a utilização de segurança particular neste jogo, ante a impossibilidade da Polícia Militar atender a dois jogos simultâneos. O Paraná já utiliza uma empresa de segurança em seus jogos e somente ampliará o efetivo. O número de seguranças ainda não foi definido, mas o custo da operação será de aproximadamente R$ 6 mil, caso o clube requisite 150 homens.

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