Conselho exige que Paraná busque direitos sobre Ilan

Como era de se esperar, as vendas de Ilan e Hilton foram o foco principal da reunião de terça à noite do Conselho Deliberativo do Paraná Clube. O ex-presidente Enio Ribeiro foi convocado para dar explicações sobre estas transações e apresentar as contas relativas ao ano passado. Para o presidente José Carlos de Miranda, foi um procedimento natural e que terminou com a aceitação das explicações apresentadas por seu antecessor. “Não houve contestações. Por isso, acho que tudo ficou esclarecido”, comentou o dirigente.

No entanto, as contas de 2003 não foram referendadas pelo Deliberativo. Tudo passará agora pelo crivo do Conselho Fiscal, órgão que voltou a fazer parte da estrutura administrativa do clube a partir da reforma estatutária. A venda dos direitos federativos do atacante Ilan rendeu um capítulo à parte nesta reunião. Não foi feito nenhum questionamento em relação à venda do atleta para o Atlético. Porém, todos queriam explicações sobre os outros 50%, que inicialmente estariam vinculados ao Paraná. Quando Ilan foi para o São Paulo, 25% de seus direitos federativos já foram para as mãos de empresários. No ano passado, outros 25% também foram negociados.

O conselheiro Luís Eduardo Dib propôs que o novo Conselho Diretor busque entendimentos com estes empresários, na tentativa de recuperar parte do investimento feito da formação do atleta. Até recorrer judicialmente para reaver o dinheiro, se for o caso. “Até porque, por força da legislação, estas pessoas físicas não poderiam ter comprado parte dos direitos federativos do jogador”, disse Dib à Tribuna. “Vejo estas pessoas como investidoras e não há nada de errado em se dividir o lucro obtido neste momento em que o Ilan se valorizou”, comentou Dib, que fez questão de ressaltar a total isenção do Atlético neste processo. “No contrato de venda do Ilan para o Atlético, esses empresários sequer são citados”, comentou.

O atacante foi recentemente para o Sochaux, da França, e o Paraná nada recebeu pela transferência. “Não estou sugerindo o calote. O que acho justo é que estes empresários, como investidores, repassem um percentual do lucro obtido com o atleta ao clube que o formou”. A proposição de Dib foi aprovada por unanimidade pelos conselheiros. “Se eu fosse o presidente, agiria dessa forma, pois não acho justo que o clube que investiu por quinze anos na formação de um atleta não tenha participação nos lucros”. Dib também fez sugestões relativas à transação de Hilton, recentemente negociado para o futebol francês pelo Servette.

“O Paraná detém ainda 20% dos direitos federativos do jogador. Então, acho que estes documentos deveriam ser enviados ao clube que o está adquirindo, pois senão, o pagamento vai para o Servette e daí o Paraná terá que ficar esperando o clube suíço repassar o valor a que temos direito”, comentou. O zagueiro Hilton foi negociado por 1,8 milhão de euros, o que representaria uma receita significativa para o Paraná, neste momento de crise financeira e técnica.

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