O Atlético repete os dias de decisão do final de 2001 e decreta concentração total a partir de hoje até sábado. A determinação partiu da comissão técnica, que quer se livrar o mais rápido possível do fantasma do rebaixamento e ainda disputar uma vaga na Copa Sul-Americana. O primeiro adversário será o “monstro” São Caetano, criado pelo próprio técnico Mário Sérgio. A reapresentação do elenco está prevista para hoje pela manhã.
As razões para reunir os jogadores no CT do Caju com três dias de antecedência antes do normal não foram reveladas, mas a suspeita de “noitadas” fez Mário Sérgio optar por “trancar” os atletas antes do tempo e concentrar forças na partida contra o Azulão. O Rubro-Negro vai tentar a sua segunda vitória consecutiva no campeonato brasileiro. A tática deverá ser repetida nas próximas sete rodadas. A partida está programada para sábado, às 16h, na Arena.
Mas, o primeiro adversário será um velho conhecido do técnico atleticano. “O jogo de sábado vai ser terrível, porque eu conheço bem. Não digo que fui eu quem criou o monstro, mas é um monstro muito feio, então nós devemos ter humildade”, analisa o treinador. Para esta partida, os treinamentos começam a ser feitos hoje no CT do Caju, em dois períodos.
O zagueiro Tiago e o meia Adriano estão suspensos e não enfrentam os paulistas. Para essas vagas, os mais cotados são Ígor e Jádson, respectivamente. O treinador também deverá repensar a situação dos laterais Alessandro e Ivan, que podem perder a condição de titularidade.
Televisivos
Depois de participar do programa Terceiro Tempo (Rede Record), o goleiro Diego esteve ontem no Bate Bola (ESPN Brasil) ao lado do técnico Mário Sérgio, que anteriormente tinha estado no Esporte Total (Rede Bandeirantes).
Mário diz que viveu dias de cão antes do Timão
A vitória do Atlético sobre o Corinthians deve deixar os próximos dias mais tranqüilos para o técnico Mário Sérgio. O comandante rubro-negro viveu a última semana com os nervos à flor da pele. Era pressão por todos os lados de dirigentes do próprio clube, dos torcedores e dos analistas da crônica esportiva após duas derrotas seguidas e nenhuma perspectiva de reabilitação no horizonte. Uma situação que abalou a saúde do treinador e forçou um check-up providencial e quase uma briga com torcedores nas arquibancadas do Pacaembu quando o time perdia por 2 a 0.
Para tentar evitar um desgaste maior, Mário Sérgio trabalhou na partida contra os paulistas de uma cabine para evitar um desgaste emocional maior do que estando à beira do gramado. Não conseguiu. Viu o time levar dois gols de falta ao mesmo tempo em que os poucos torcedores do Furacão começaram a xingá-lo e a cobrá-lo uma reação ante a iminente possibilidade de rebaixamento. Quase saiu no tapa, mas foi contido pelos seguranças. Depois da virada, desabafou com o torcedor e foi para os vestiários. “Fui me poupar na tribuna e passei mais nervoso do que se estivesse em campo”, disse após a partida.
Mas não foi só isso. Sem papas na língua, ao ser questionado sobre a atual crise do Corinthians, disparou para todos os lados e, de certa maneira, também respingou para os dirigentes atleticanos. “Quando o time perde não aparece ninguém nos vestiários para dar uma força”, apontou. O treinador comparou o ambiente de desolação no Estádio do Café quando nenhum dirigente foi encontrado após a derrota para o Vitória. No domingo, o desfile de cartolas para parabenizar os jogadores foi grande.
Fora isso, o comandante rubro-negro também não gostou do processo de fritura em curso antes de enfrentar os paulistas. “Não adianta eles pressionarem quando o time vai mal. Só conseguem piorar as coisas”, revelou. Internamente, Mário Sérgio só se reporta ao presidente Mário Celso Petraglia e tenta, com a comissão técnica, recolocar o time nos eixos e programar a temporada 2004, que deve ter uma grande reformulação, principalmente no elenco.