Começa o campeonato paranaense

O Campeonato Paranaense é deficitário. Pouco motivante. Desgastante. Não leva a lugar algum.

As críticas todos já ouviram, e se repetem aqui e lá a cada ano. Mas todos os anos os clubes abrem os cofres para fazer bonito no Paranaense. Técnicos e jogadores se consagram ou somem do mapa, em consonância com seus desempenhos na competição.

As torcidas, especialmente nos clássicos ou quando se aproxima a reta final, se agitam como nunca. E os campeões sempre festejam de forma esfuziante, ignorando as tentativas de menosprezo por parte dos invejosos adversários.

Além desse já tradicional paradoxo, não há como negar que a competição evoluiu de dois anos para cá. Na primeira edição totalmente administrada pela gestão de Hélio Cury, a 95.ª da história, os clubes ganharam tempo razoável para pré-temporada – em 2008, o campeonato começou em 9 de janeiro.

As cotas de televisão ainda são inferiores às de outros centros de potencial mercadológico semelhante, mas aumentaram mais de 10 vezes de 2007 para cá agora – como novidade, o Atlético aderiu e não há risco de a final não ser transmitida. Ninguém falou em desprezar o certame local para priorizar outra disputa.

Os times do interior, apesar da deserção do Adap Galo, mostram gradativamente mais profissionalismo ao planejar o campeonato com alguns meses de antecedência e, em muitos casos, manter bases das competições anteriores. Os problemas com arbitragem ainda existem, mas rarearam no ano passado.

Mantém-se também a intenção de desinchar o campeonato para os próximos anos com a queda de três times e o acesso de dois, teremos 14 participantes em 2010.

E uma efeméride importante torna especial o torneio que começa hoje: o centenário do Coritiba. O maior campeão do Estado não esconde a firme intenção de manter o troféu conquistado em 2008 para abrilhantar as celebrações.

Bateu o pé até o último momento para manter o astro Keirrison, manteve boa parte do time elogiado no Brasileiro e contratou jogadores relativamente caros para o Estadual, como Marcos Aurélio e Pereira.

Os rivais, tal como abutres do catastrofismo, veem sabor adicional em estragar a festa alviverde. O Atlético, que é o grande há mais tempo sem levantar a taça (desde 2005), manteve Geninho e o time que salvou-se heroicamente do rebaixamento. A única contratação de peso foi o meia-atacante Marcinho, mas não descarta incrementar o elenco durante a disputa.

O Paraná também reteve seu treinador (Paulo Comelli), mas mudou muito em relação à Série B do Brasileiro. As contratações, ao menos teoricamente, são interessantes, como a do ex-são-paulino Lenílson, e a torcida tem visto o novo time com otimismo.

Entre os demais times, espera-se boas campanhas do Toledo, que firmou parceria de respeito com o São Paulo, do Londrina, campeão da Copa Paraná, e do J. Malucelli (ainda não é Corinthians Paranaense), atual campeão estadual de juniores e bem colocado em 2008.

Os ingredientes estão lançados para uma competição de bom nível. Não custa pagar para ver.

Pontos corridos é a novidade

Depois de 12 anos, o Campeonato Paranaense não terá uma final em 2009. A mudança na fórmula, aprovada pelos clubes, é umas das principais novidades da competição.

Assim como nos últimos anos, segue a 1.ª fase em turno único. Mas agora os oito classificados avançam diretamente à etapa decisiva. Ao final de sete rodadas, quem chegar na frente leva a taça, no sistema de pontos corridos.

Para valorizar a fase inicial, o 1.º colocado leva dois pontos, e o segundo, um ponto extra para o ,octogonal final. Os quatro melhores na fase de classificação ainda terão o privilégio de jogar quatro vezes em casa na etapa decisiva.

Ao decidirem a fórmula, em setembro do ano passado, os clubes explicaram que o objetivo era manter o maior número de equipes em atividade até a última data prevista para a disputa 3 de maio.

Em 2009, a briga contra o rebaixamento fica mais acirrada: os três piores da primeira fase caem para a Divisão de Acesso, e apenas dois sobem. Manter calendário para o segundo semestre também ficou mais difícil. Até o ano passado, o Paraná tinha três vagas na Série C, até então com 64 clubes.

Com a criação da Série D, e com apenas 40 participantes, o Estado tem agora só dois postos na última divisão nacional. Uma é do Londrina, campeão da Copa Paraná, e a outra será definida pela campanha no Campeonato Paranaense.

Voltar ao topo