A atual campeã mundial, país com uma das ligas nacionais mais fortes do planeta, contra uma seleção que só foi apresentada ao futebol há pouco mais de uma década. O abismo que separa Espanha e Taiti é imensurável. O que promete fazer do duelo desta quinta-feira, a partir das 16 horas, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, um verdadeiro massacre de dimensões jamais vistas em uma competição do porte da Copa das Confederações.

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Os espanhóis vão atuar com a sua segunda força, mesmo assim o carioca verá em campo jogadores do quilate de Victor Valdés, Sergio Ramos, David Silva e Juan Mata. Do outro, uma equipe formada por eletricistas, entregadores, catadores de coco e desempregados. É impossível imaginar algo que não um verdadeiro baile. É possível imaginar que os taitianos só vão tocar na bola quando forem cobrar tiros de meta.

Como ninguém ganha de véspera, o discurso dos espanhóis não foi outro que o do respeito ao adversário, que não se pode menosprezar nenhuma seleção e que será preciso jogar com seriedade e concentração os 90 minutos. Exatamente o que pode ser o problema para o humilde time da Polinésia Francesa. “Jamais vou pedir isso a meus jogadores (para aliviar). Primeiro temos que pensar em vencer e quanto mais gols fizermos melhor. Isso é a verdadeira demonstração de respeito”, disse o técnico Vicente Del Bosque.

Se for assim, o torcedor carioca verá um jogo desigual, sem a emoção de um duelo disputado e brigado. Em compensação, testemunhará um festival de gols sem precedentes. “A maior expressão de respeito ao rival e ao seu futebol é jogar direito e tentar fazer gols. Eles vão tentar evitá-los e fazer os seus. Se trata de uma seleção pouco conhecida e isso inspira muito respeito em nós”, comentou Iniesta, ecoando as palavras de seu treinador.

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Há uma motivação para a turma espanhola. A seleção do país não joga no Maracanã desde 1950, quando foi despachada da Copa do Mundo pelo Brasil pelo placar de 6 a 1. A Espanha tem agora a chance de deixar o mítico estádio com uma ampla vantagem a seu favor. “Todos nós conhecemos bem a história do Maracanã. A maior parte dos jogadores nunca jogou aqui. Vamos aproveitar essa oportunidade de jogar em um estádio histórico”, comentou o zagueiro Raul Albiol.

Iniesta, coração e mente dos campeões mundiais, promete que o público carioca não verá um time desatento, desinteressado ou se poupando para a partida contra a Nigéria. O meia garante que a seleção espanhola vai encarar o confronto com a seriedade habitual e tentar retribuir a grande expectativa em torno de uma exibição para a história.

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“Vivemos uma fase muito boa, não apenas pelos títulos, mas pelo nosso estilo de jogo, que é o que fica na memória de todos. Receber elogios de um país que ganhou tudo, sempre teve os melhores jogadores do mundo, é muito significativo. Esperamos corresponder”, disse o baixinho de grande habilidade.

Del Bosque vai colocar em campo todos os reservas e deverá utilizar durante a partida jogadores que costumam atuar pouco na seleção. Uma alteração que adiantou será a entrada de Valdés no gol, em lugar de Casillas.

“Não existe essa distinção entre titulares e reservas na seleção. Ninguém vê nomes por aqui”, reforçou Iniesta.