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Com interino, São Paulo faz jogo de opostos com o Grêmio do longevo Renato Gaúcho

A diferença de planejamento entre São Paulo e Grêmio nos últimos anos não poderia estar mais bem simbolizada na noite desta quinta-feira, quando os times se enfrentam às 19h, no Morumbi, do que nas figuras de seus treinadores. Caberá ao interino André Jardine, recém-empossado no cargo, a missão de destronar Renato Gaúcho, um dos técnicos há mais tempo no comando de um mesmo clube: ele assumiu em setembro de 2016.

Coincidência ou não, nesse período de pouco mais de dois anos os gaúchos estiveram sempre na briga por troféus. Ergueram quatro: Copa do Brasil (2016), Copa Libertadores (2017), Recopa e Campeonato Gaúcho (ambos em 2018). Todos sob a regência de Renato, que no Sul é chamado pelo sobrenome Portaluppi.

Enquanto isso, os paulistas viram quatro nomes diferentes falharem na missão de encerrar o jejum de conquistas que vem desde a Copa Sul-Americana de 2012: Ricardo Gomes (era o treinador quando Renato voltou ao Grêmio em 2016), Rogério Ceni, Dorival Júnior e Diego Aguirre. Isso sem contar os interinos Pintado e André Jardine – este já havia tapado buraco na transição entre Dorival e Aguirre.

Até a posição das equipes na tabela do Brasileirão, mesmo que circunstancialmente, já que os são-paulinos só foram ultrapassados e perderam o quarto lugar na rodada anterior, acaba simbolizando um pouco dessa superioridade recente gremista, hoje à frente graças ao número de vitórias (16 a 15). A pontuação (58) é a mesma.

Talvez o único fator comum a Jardine e Renato – além de ambos terem nascido no Rio Grande do Sul – seja que seus contratos acabam no fim da temporada. O interino terá cinco jogos para provar que pode ser efetivado em 2019 no Morumbi. “Isso não está descartado”, disse Raí, diretor de futebol, esta semana. Já o veterano certamente valorizará seu trabalho para renovar, mas a tendência é que ele continue em Porto Alegre.

Enquanto ainda era treinador do sub-20 do São Paulo, Jardine foi chamado em duas ocasiões para comandar o time de cima. Em 2016, após Bauza ir embora para assumir a Argentina, ele dirigiu a equipe em duas partidas: ganhou do Santa Cruz (2 a 1) e perdeu do Botafogo (1 a 0). Já neste ano, entre a saída de Dorival e a chegada de Aguirre, foi o técnico nas vitórias sobre Red Bull Brasil (3 a 1) e CRB (3 a 0).

PROBLEMA – Desta vez, ele terá a tarefa de fazer a equipe render mais do que no clássico com o Corinthians, por exemplo, que foi a gota d’água para a demissão de Diego Aguirre. “O São Paulo tem elenco e peças para jogar melhor”, diz Jardine.

A frase foi dita antes da lesão de Diego Souza, que torceu o joelho direito nesta quarta-feira e está fora do jogo. Tréllez deve entrar. Também é esperado que Jardine promova o retorno de Nenê ao time titular e aposte gradativamente nos garotos que conhece dos tempos da base, como Helinho, Antony e Shaylon.

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