Com gol no fim, Ceará bate São Paulo na Sul-Americana

O São Paulo pagou o preço pela falta de planejamento. Com só um atacante e dois zagueiros disponíveis, jogou muito mal contra o Ceará e nem a ótima atuação de Rogério Ceni impediu a derrota por 2 a 1, na noite desta quarta-feira, na estreia da Copa sul-americana. O gol da vitória cearense saiu aos 48 minutos do segundo tempo, marcado por Marcelo Nicácio. O Ceará joga pelo empate no jogo de volta, dia 24 de agosto, no Morumbi. O São Paulo se classifica com uma vitória simples.

Sem Dagoberto e Lucas desde o início da partida, o São Paulo perdeu Rhodolfo, com dores na coxa, no intervalo. Denilson, que já tinha amarelo, foi improvisado na defesa e acabou expulso com dois minutos do segundo tempo. Sem zagueiros, com Fernandinho em noite ruim, só restou ao São Paulo tentar segurar o empate. Rogério Ceni salvou o São Paulo pelo menos seis vezes, mas não conseguiu impedir o gol de Marcelo Nicácio no último lance da partida.

Reforço para o segundo semestre, o volante Denilson recebeu nesta quarta-feira o seu segundo cartão vermelho em quatro partidas com a camisa do São Paulo. Ele já havia sido expulso contra o Coritiba, na 12.ª rodada do Brasileirão. Na ocasião, xingou o árbitro Antonio de Carvalho Schneider e, por isso, foi punido com dois jogos de suspensão em julgamento que ocorreu nesta tarde, no Rio.

Por conta dessa punição, Denilson vai desfalcar o time tricolor no jogo de sábado, às 18h30, contra o Atlético-PR, no Morumbi, pela 16.ª rodada do Brasileirão. O Ceará volta a jogar no domingo, contra o Corinthians, novamente no Presidente Vargas.

O JOGO – Com sete desfalques em relação à lista de 25 inscritos na Copa Sul-Americana, o São Paulo viajou a Fortaleza com apenas 17 jogadores. Dagoberto, mesmo com desconforto na coxa, precisou ficar no banco de reservas ao lado de apenas outros cinco são-paulinos, um a menos do que o permitido. Rivaldo, poupado contra o Avaí, voltou ao time ao lado de Cícero, que substituiu Lucas. Fernandinho ficou com a vaga no ataque.

Apesar das modificações no ataque em relação ao time que venceu o Avaí no final de semana, o grande problema do São Paulo era mesmo na defesa. Começava pelas laterais, onde os cearenses sempre tinham espaços nas costas de Piris e Juan e chegava ao miolo de zaga, principalmente pelo alto.

Logo com 6 minutos, Felipe Azevedo bateu falta no primeiro pau, Fabrício se antecipou, desviou de cabeça, e obrigou Rogério Ceni a fazer grande defesa. No contra-ataque, Fernandinho recebeu pela esquerda, teve Rivaldo livre pelo meio, mas preferiu bater a gol. Diego pegou.

O jogo era aberto e as chances apareciam para os dois lados. Cícero, uma vez de cabeça e outra de bicicleta, quase abriu o placar para os visitantes. Pelo lado cearense, Rudnei fez grande jogada pelo meio da área, limpou a marcação e bateu. A bola, que iria a gol, explodiu nas costas de Roger.

Mas esse não foi o maior erro do ex-atacante do São Paulo no primeiro tempo. Aos 21, ele recebeu cruzamento da direita na pequena área e escorou para o gol vazio. Bateu fraco na bola e permitiu a recuperação de Rogério, que fez ótima defesa. A bola, depois, continuou com o Ceará até o bote de Denilson. O volante deu a Cícero que começou a puxar o contra-ataque. O lance ainda passou pelos pés de Juan até chegar a Fernandinho, que cruzou rasteiro e encontrou Rivaldo livre na pequena área para abrir o placar.

O gol não mudou o ritmo do jogo. O São Paulo, com um meio-campo inoperante, com os volantes mais preocupados em marcar, continuou sufocado pelo Ceará. Apesar da ótima atuação de Rogério Ceni, o empate uma hora sairia. E ele veio aos 44 minutos. Wellington falhou e permitiu que Osvaldo dominasse a bola, driblasse Rhodolfo e cruzasse para o meio. Rudnei, de letra, mandou para as redes. Golaço.

Nos vestiários, Rhodolfo reclamou de desconforto na coxa e a comissão técnica optou por não expô-lo ao risco de uma lesão. Jean voltou para o segundo tempo no lugar dele. Desta forma, Denilson foi deslocado para a zaga, mas só ficou ali por dois minutos. O volante, que já tinha amarelo, fez falta dura em Osvaldo na entrada da área e levou o vermelho. Antes, Fernandinho já havia perdido um gol cara a cara com Diego.

Para corrigir a ausência de um zagueiro, Adilson colocou Piris na zaga e Jean na lateral direita. Para sorte do treinador, a formação deu certo e o time melhorou defensivamente. Só que ficou ainda pior no ataque. Quando a bola caía nos pés de Rivaldo, o meia só tinha Fernandinho à sua frente e o atacante estava longe de fazer uma boa partida – a ponto de levar um cartão amarelo por excesso de faltas cavadas. Aos 25, o atacante deu lugar a Marlos.

Pouco depois, Rivaldo acusou cansaço e Adilson inovou na alteração. Ao invés de aproveitar para promover a estreia de Cañete, colocou em campo o jovem Henrique Miranda, lateral-esquerdo de origem, na meia esquerda.

Na obrigação de virar o jogo por conta da superioridade numérica e vendo que o São Paulo não tinha contra-ataque, o Ceará se lançou cada vez mais ao ataque. Rogério Ceni teve que salvar o São Paulo pelo menos mais três vezes. No último ataque do jogo, ele não teve o que fazer. Após cruzamento na área, a bola foi desviada de cabeça no meio do caminho e explodiu na trave. Marcelo Nicácio, com uma bomba, virou o jogo no rebote

FICHA TÉCNICA:

Ceará 2 x 1 São Paulo

Ceará – Diego; Boiadeiro (Washington), Fabrício, Diego Sacoman e Egídio; Heleno, Michel, Rudnei e Felipe Azevedo; Roger (Marcelo Nicácio) e Osvaldo. Técnico – Vagner Mancini.

São Paulo – Rogério Ceni; Piris, João Filipe, Rhodolfo (Jean) e Juan; Denilson, Wellington, Carlinhos, Rivaldo (Henrique Miranda) e Cícero; Fernandinho (Marlos). Técnico – Adilson Batista.

Gols – Rivaldo, aos 22, e Rudnei, aos 44 minutos do primeiro tempo. Marcelo Nicácio, aos 49 minutos do segundo tempo.

Árbitro – Sandro Meira Ricci (Fifa-DF).

Cartões amarelos – Rogério Ceni, Fernandinho, Juan e Denilson.

Cartão vermelho – Denilson.

Renda e público – Não disponíveis.

Local – Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza.

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