Com a procura do Furacão, Vila do Boqueirão ganha valor

As diretorias de Paraná Clube e Atlético definiram o script: não falar abertamente do aluguel da Vila Olímpica do Boqueirão para o Furacão. Incomodado com a pouca adesão da torcida aos jogos no Caranguejão, em Paranaguá, o Furacão decidiu reabrir negociações com o Tricolor para um aluguel de longo prazo, que se estenderia até o final de 2013, quando a Arena da Baixada deve ser reaberta. Só que, por enquanto, o acordo parece difícil. O que pesa é o preço pedido pelo dono do estádio e o proposto pelo possível locatário.

Estima-se em R$ 700 mil o valor necessário para adequar o Érton Coelho Queiroz às exigências do Brasileirão. Os paranistas acreditam que este valor, inclusive com a instalação de um sistema de iluminação, ficaria na casa dos R$ 500 mil, além do custo de aluguel por jogo. A diferença entre oferta e pedida giraria em torno de R$ 1 milhão, num contrato de um ano e meio e que envolveria cerca de 42 jogos, já que além do returno da Série B, o Atlético jogaria no Boqueirão o Paranaense, a Copa do Brasil e mais o Brasileiro do ano que vem.

As diretorias seguem conversando por telefone e ainda não houve nenhuma reunião. Talvez, por isso, rubro-negros e tricolores neguem as conversas. “Não há nenhuma negociação e isso não está na nossa pauta”, garante o diretor de marketing do Atlético, Mauro Holzmann. Do outro lado, a posição do Paraná é idêntica. “Colocamos a Vila Olímpica à disposição lá atrás, quando decidimos que não liberaríamos a Vila Capanema. Mas foi só. Depois disso, não houve novo contato”, assegura o superintendente paranista, Celso Bittencourt. Porém, “curiosamente”, profissionais que cuidam dos gramados do CT do Caju já teriam “visitado” a Vila Olímpica, avaliando o local que hoje é o centro de treinamentos do Paraná Clube.

O Rubro-Negro busca uma solução relativamente barata para amenizar os prejuízos que vêm se acumulando nesta temporada. O clube – que insistiu até onde pôde para jogar no Couto Pereira – já se aventurou por Janguito Malucelli, Durival Britto e, agora, Caranguejão, mas sem sucesso. A média de público do Atlético, em Paranaguá, não chega à casa dos 3 mil pagantes (2.747) numa competição em que o apoio da torcida é fundamental.