Com 1,95m de altura, Guilherme é o novo camisa 1 do Atlético

Entrar no time em um clássico decisivo, com estádio lotado e responsabilidade de vitória. O desafio poderia assustar qualquer novato. Mas para o goleiro Guilherme, do Atlético, a missão é encarada como uma oportunidade única. ?É o jogo da minha vida?, diz o dono da camisa 1 do Furacão no jogo contra o Paraná, amanhã na Baixada.

A chance de Guilherme surgiu com a expulsão de Cléber, no primeiro duelo pelas semifinais do Paranaense. ?É uma responsabilidade muito grande. Estou esperando essa oportunidade faz tempo. Tenho que entrar tranqüilo para fazer uma grande partida?, avalia o goleiro.

Mas as perspectivas que surgem diante de Guilherme são ainda mais ambiciosas. A idéia da comissão técnica era manter Cléber, que foi negociado com o Sport-PE, até o final do Estadual. Mas a má atuação do antigo titular na derrota de 3 a 1 para o Atlético-GO pode mudar os planos.

Cléber não apareceu no treino de ontem, na Arena. Ele estaria no departamento médico, se recuperando de uma pancada sofrida no Serra Dourada. Porém, muitos avaliam que o goleiro, já pensando em sua nova equipe, não tem mais motivação para seguir no clube.

Assim, uma boa partida e a classificação amanhã podem dar a Guilherme a chance de defender o Furacão na decisão do Paranaense. ?Sempre tem aquele frio na barriga e isso é importante. Temos que entrar ligados no jogo para garantir uma vaga na final?, afirma a revelação rubro-negra.

Guilherme, de 21 anos, foi promovido, no início da temporada, da equipe de juniores. No Estadual, defendeu o Atlético em duas partidas, contra Cianorte e Paranavaí. Suas atuações conquistaram a confiança do técnico Vadão. ?Ele é muito alto (1,95m) e também veloz. Tem qualidade e nos deixa tranqüilos para a decisão?, diz o treinador.

Mas Guilherme já pensa em um desafio ainda maior do que defender o time na reta final do Estadual: brigar pela posição de titular do Furacão no Brasileiro. ?Com certeza existe essa expectativa. Mas tem que esperar esse jogo. Estou bem preparado e o negócio é chegar no domingo e dar de tudo?, avisa.

Para isso, ele terá que superar Julián Viáfara.

O goleiro colombiano teve seu registro confirmado pela CBF no final da tarde de ontem. Ele não pode atuar no Paranaense, mas deve fazer sua estréia na próxima quarta-feira, quando o Rubro-Negro enfrenta o Atlético-GO, no jogo de volta pela Copa do Brasil.

Denis Marques é dúvida

O Atlético tem duas novidades e uma dúvida para o clássico. Além de Guilherme no gol, o time terá Netinho na lateral-esquerda. Meia de origem, ele jogará improvisado, mandando Michel para o banco de reservas. Já o atacante Denis Marques voltou a sentir uma lesão nas costas e pode desfalcar novamente o Furacão.

No treino de ontem à tarde, Denis começou o coletivo na equipe titular. Mas na metade do trabalho foi substituído por Ricardinho e passou a fazer tratamento com gelo no local da lesão. ?Mas vamos ver até domingo, ele está relacionado e concentrado. Se fosse por ele, com certeza jogaria. Então vamos esperar, porque dois dias é muito tempo para eliminar a dor?, diz o técnico Vadão.

Se a escalação do time ainda é incerta, um ingrediente do clássico já é conhecido. As filas que se formaram ontem em torno da Baixada dão a certeza de estádio lotado amanhã.

A expectativa é que cerca de 20 mil pessoas acompanhem a decisão. ?A torcida pode nos ajudar muito e já mostrou isso várias vezes. Estamos contando com esta ajuda e eles podem ter certeza que vamos dar a vida nesse jogo?, afirma o meia Evandro.

Conexão colombiana

Além de Viáfara, Ferreira e Dayro Moreno, outro colombiano participou do treino de ontem, na Arena. O volante Edwin Valencia, que conseguiu recentemente sua liberação do América de Cali, já assinou contrato com o Atlético. Valencia aguarda agora apenas a expedição de seu visto de trabalho para ser registrado na CBF e oficialmente anunciado como reforço do Furacão. Com passagens pelas seleções sub-20 e principal da Colômbia, ele é uma das apostas rubro-negras para o Brasileirão.

Mas as contratações certamente não ficarão por aí. O diretor desportivo Marcos Teixeira diz que o clube está atrás de reforços para o campeonato nacional. ?Estamos com um elenco reduzido e temos a expectativa de um complemento para o Brasileiro. Estamos avaliando e novos jogadores vão chegar?, revela.

Por enquanto, ninguém no Atlético fala em nomes. Mas especulações dão conta que o atacante Adriano, do Adap Galo, o meia Edno, do Noroeste-SP, e o lateral-esquerdo Márcio Goiano, que está no Ituano-SP, mas pertence ao Iraty, estariam na mira do Furacão.

Dirigentes cobram regularidade

Diretoria, jogadores e comissão técnica reunidos no centro do gramado. A cena vista no treino do Atlético ontem, na Baixada, é significativa.

O presidente do conselho gestor, João Augusto Fleury, e o diretor desportivo Marcos Teixeira negam que a conversa tenha sido em tom de cobrança, mas o encontro deixou claro que os dirigentes não estão satisfeitos com a irregularidade mostrada pelo Furacão.

Segundo Fleury, em nenhum momento a intenção foi pressionar os jogadores por melhores resultados. ?Perguntamos a eles se tinha alguma coisa errada, que estaria atrapalhando. Todos disseram que está tudo bem e que estão focados para o jogo com o Paraná?, revela o presidente atleticano.

Teixeira deixou mais claro o teor da conversa. ?O que nos tem incomodado? A não regularidade da equipe.

Ela tem mostrado momentos fantásticos, como o jogo contra o Vitória (3 a 0). Já contra o Atlético-GO (1 a 3) não tivemos uma performance boa no geral?, avalia.

Para o diretor, o time poderia evitar um desgaste excessivo com um pouco mais de concentração. ?Ninguém quer que tenhamos que fazer esforços sobre-humanos para reverter resultados que com um pouco de regularidade se pode evitar. É isso que nós queremos. Um grupo que seja mais regular?, afirma Teixeira.

Os jogadores encaram a presença dos dirigentes como cobrança, mas de forma natural. ?Lógico que quando perdemos, principalmente em uma equipe como o Atlético, existe cobrança. Isso que ainda não saimos da Copa do Brasil e estamos na semifinal do Paranaense. Temos que botar isso na cabeça e ficar tranqüilos?, diz o meia Evandro.

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