Código de Defesa do Torcedor pode acabar com a bagunça no futebol

Rio  – O futebol brasileiro está dando um importante passo rumo à modernização. Foi apresentado ontem, no centro de imprensa do Maracanã, o Código de Defesa do Torcedor, elaborado pelo Grupo de Trabalho Especial, ligado ao Ministério do Esporte e composto por pessoas ilustres do esporte. Fazem parte o ex-craque Raí, o técnico Carlos Alberto Parreira, o senador Geraldo Althoff (PFL-SC), o diretor da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto, entre outros. Entre as principais decisões, o código regulamenta tabelas e calendários eficazes e divulgados com antecedência, assegura o direito à segurança e ao transporte nos estádios e profissionaliza a arbitragem.

O código faz parte do Plano de Desenvolvimento do Futebol Brasileiro e será entregue na próxima semana ao presidente Fernando Henrique Cardoso, que encaminhará o projeto de lei para ser votado no Congresso.

– A intenção é que ele seja votado no final de agosto. Demos hoje (ontem) o segundo passo concreto para a mudança da atual estrutura do futebol – afirmou o secretário executivo do Ministério do Esporte e Turismo, José Luiz Portella.

Segundo Portella, o primeiro passo foi a medida provisória, que responsabiliza civil e criminalmente os dirigentes. Para concluir o Plano de Desenvolvimento do Futebol Brasileiro, o secretário diz que ainda faltam dois pontos: um calendário racional, de pontos corridos com turno e returno, conforme exige o Código de Defesa do Torcedor, e um plano de financiamento para clubes e federações. Ele espera que até o meio de 2003 todo o plano já esteja em vigor.

Para Raí, o novo código foi um gol de placa.

– Acho que o principal ponto é o calendário mais racional e organizado – disse.

Além disso, o código, que se for aprovado pelo Congresso será regulamentado e fiscalizado pela Agência Nacional de Esporte, defenderá outros interesses do torcedor, como conforto e segurança nos estádios.

– O torcedor é o principal financiador do futebol, mas é maltratado no Brasil. Com o código em vigor, acho que os clubes poderiam aumentar em cerca de 90% a receita de bilheteria – acredita Portella.

O secretário diz ainda que os clubes precisam virar empresa e se adequar à medida provisória para receber financiamentos do governo.

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