Gustavo Borges.

O Brasil vai para os Jogos Pan-Americanos de São Domingos, em agosto, com um total de 32 nadadores, a maior delegação de toda sua história. A seleção foi formada ontem com o término do Troféu Brasil de Natação, última seletiva para a competição continental e o Mundial de Desportos Aquáticos de Barcelona, em julho. À Espanha vão 34 atletas, por causa da disputa de um número maior de provas em comparação ao evento na República Dominicana.

Apesar do número expressivo de nadadores, três a mais do que na última edição do pan-americano, em Winnipeg, Canadá, e a provável participação em todas as modalidades dos jogos, o supervisor-técnico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Ricardo Moura, optou pela prudência e não quis fazer previsão sobre conquista de medalhas. Na disputa canadense foram obtidas 15 medalhas, sendo sete de ouro, três de prata e cinco de bronze.

“Os Estados Unidos vão estar com sua melhor equipe, assim como o Canadá, que tem demonstrado uma evolução no nado masculino”, disse Moura. “Mas podemos surpreender desta vez com boas performances no feminino.”

Flávia Delaroli, do Pinheiros/SP, é um bom exemplo de perspectiva de medalha. Ontem, venceu no Parque Aquático Júlio de Lamare as finais dos 100m, livre, com o tempo de 56s28, estabelecendo o novo recorde sul-americano da competição, apesar de não ser especialista na prova. Sua melhor performance é nos 50m, livre, onde também é recordista sul-americana.

Monique Ferreira, da Unisanta, também é outra atleta com expectativa de um bom desempenho. Ela obteve classificação para nadar seis provas em São Domingos: 200m, 400m, 800m, revezamentos 4x100m, 4x200m, livre, e os 200m, borboleta. Além de Joanna Maranhão, do Nikita/PE, nos 200m, peito e medley (que neste domingo se sagrou campeã brasileira, com o tempo de 2min20s27) e 400m, medley.

No masculino, Jáder da Silva Souza, do Euclides da Cunha/AP, tem a oportunidade de ocupar o primeiro posto entre os velocistas brasileiros. Na República Dominicana, representará o Brasil nos 50m, livre, ao lado de Fernando Scherer, o Xuxa, do Primeiro de Maio/SP, e nos 100m, livres, com Gustavo Borges, do Pinheiros/SP.

“Não me preparei para o Troféu Brasil e deixei as coisas acontecerem, por isso, não fiz bons tempos”, disse Souza, de 21 anos. “Parei por cinco meses no ano passado por falta de patrocínio. Pensei em largar tudo.” Souza teve um desempenho mediano neste domingo e ficou na quarta colocação na final dos 100m, livre, empatado com Xuxa, 50s43. A prova foi vencida pelo argentino José Meolans, do Pinheiros/SP, 49s52. Em segundo, Borges, 50s16, seguido por Carlos Jayme, do Pinheiros, 50s28.

O nadador amapaense será a novidade no revezamento 4x100m, livre, no lugar de Edvaldo Valério, do Flamengo, sexto na prova. Xuxa, Borges e Jayme são os remanescentes do time medalha de bronze nas Olimpíadas de Sydney, em 2000.

Outros resultados de ontem foram as vitórias de Diogo Yabe, do São José/SP, nos 200m, medley, 2min03s98, estabelecendo o novo recorde sul-americano, que pertencia ao ex-nadador Ricardo Prado havia 20 anos.

Nos 100m, costas, Talita Ribeiro, 1min04s64, e Paulo Machado, 56s81; nos 100m, peito, Patrícia Comini, do Minas Tênis, 1min13s65, e Eduardo Fischer, do Joinvile, 1min02s56. No revezamento 4x100m, livre, triunfaram os times feminino e masculino do Pinheiros/SP. O clube foi o campeão do Troféu Brasil, após um jejum de seis anos, totalizando 2.561 pontos. Em segundo ficou a Unisanta, de Santos, com 1.673 pontos e o Minas Tênis ficou na terceira colocação com 1.403, seguido pelo Flamengo, 979, e Corinthians, 493.

No pólo aquático, o Pinheiros/SP também venceu o Troféu Brasil masculino, disputado em São Paulo. Os campeões venceram o Paineiras Morumby, por 5 a 2, em uma decisão entre clubes paulistas que não acontecia há mais de dez anos.

Convulsão

A nadadora Rebeca Gusmão, do Flamengo, sofreu ontem uma “convulsão”, conseqüência de hipoglicemia, após a disputa dos 100m, livre, prova que ficou na segunda colocação, durante a final do Troféu Brasil. Ela saiu da piscina sentindo-se mal e foi socorrida pelos médicos no local.

Rebeca, de 19 anos, logo se recuperou do problema. Ela será uma das representantes do Brasil no mundial e no pan-americano, nas provas de 100m e revezamento 4x100m, livre.

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