Clássico da cidade agita Fortaleza

Fortaleza – Esqueçam Flamengo e Vasco. Deixem para lá Atlético e Cruzeiro. Nem pensem em Corinthians e Palmeiras, ou Grêmio e Internacional -e até mesmo Atlético e Coritiba. Em termos de rivalidade, nada se compara a Fortaleza e Ceará, maiores rivais do futebol local, e que se enfrentam hoje, às 13h45, no estádio Castelão. E dentro de campo estarão vários ?embaixadores? do futebol paranaense.

De um lado, Cléber e Vágner Mancini; do outro, Erandir, Sinval, Mazinho Loyola e Claudinho. Todos eles tiveram passagens (boas ou ruins) pelo estado, e hoje são as maiores estrelas do clássico deste início de tarde – marcado para um horário esdrúxulo por exigência das emissoras de TV, que não permitiram a mudança da partida de fundo, entre Flamengo e Goiás, para qualquer outro horário. O jogo que fecha a segunda rodada do grupo do Atlético na Copa dos Campeões inicia às 16h, com TV.

Mas isso só interessa a partir desse horário. Antes, Fortaleza fica dividida entre tricolores e alvinegros. A rivalidade entre eles atinge graus inconcebíveis, passando do limite do respeito entre as pessoas. A partida de hoje acontece no Castelão porque, entre outros fatores, o estádio é maior. ?No PV (como eles se referem ao estádio Presidente Vargas, mais central), o policiamento não ia segurar as torcidas?, garante o radialista Gilmar Silva.

Isso para evitar que eles se enfrentem – pois mesmo em jogos contra equipes do interior as torcidas se exaltam. O estádio Carlos de Alencar Pinto, de propriedade do Ceará, com capacidade para cinco mil torcedores, não é mais aproveitado para jogos porque os torcedores freqüentemente invadiam o campo. Quando o adversário é grande, a torcida rival ?veste? a camisa. Ano passado, mil torcedores do Ceará ganharam ingressos grátis para torcer pelo Botafogo, que enfrentou o Fortaleza pela Copa do Brasil.

Para exemplificar ainda mais o drama do clássico (no qual o Ceará está há sete partidas sem perder), não se conhece um único jogador que tenha feito a menção de trocar camisa com um colega do time rival. ?Isso faria o jogador ser crucificado em praça pública?, dramatiza Gilmar Silva, que logo depois lembra do caso de um centroavante chamado Monga, que marcou pouquíssimos gols, mas como brigou com meio time do Fortaleza em um clássico, era adorado pelos torcedores do Ceará.

No meio desse fogo cerrado estão os paranaenses – na verdade, apenas Erandir tem vínculo real com o estado, pois ainda pertence ao Atlético. Mas o Coritiba virou protagonista do clássico de hoje, porque os dois times têm jogadores que interessam ao time de Paulo Bonamigo. Na verdade, Cléber e Sinval gostariam de voltar ao Alto da Glória, segundo o secretário coxa Domingos Moro. Sabendo da informação, conselheiros dos dois clubes se encarregaram de distribuir a notícia para os veículos de comunicação de Fortaleza. Por aqui, vale tudo por uma vitória.

Fortaleza vive carnaval fora de época

Fortaleza

– É tempo de festa. A capital do Ceará vive um mês de julho iluminado pelo sol e colorido pelo azul cintilante do mar – e complementado por duas grandes agitações, ideais para uma cidade brasileira. No início do mês, quatro times jogam o grupo B da Copa dos Campeões, que se manterá na cidade até o início de agosto. E na reta final do mês a cidade pára, pois é tempo de Fortal, o carnaval fora de época.

Na verdade, julho ainda começou sob os auspícios de São João, Santo Antônio e São Pedro. A prefeitura de Fortaleza preferiu organizar a sua festa junina, que já se tornou julina, e continua atraindo os turistas à Praia de Iracema. Enquanto uma banda ataca de forró, centenas de ?quadrilhas? se exibem em busca do troféu de melhor da cidade. Após as apresentações, acontece um revezamento de bandas, tocando de clássicos de Luís Gonzaga até sucessos de Gilberto Gil – forró para todos os gostos.

Mas os olhos dos moradores de Fortaleza (ao menos aqueles que gostam de futebol) estão voltados para os quatro times que estão hospedados em hotéis da avenida Beira-Mar. Qualquer pessoa que se relacione com a Copa dos Campeões é cercada por fãs, que pedem autógrafos, camisas, qualquer coisa. Até mesmo o ex-jogador Dario (hoje comentarista de TV) virou atração na cidade. Outra estrela da festa é Evair – o ex-jogador do Cori, que hoje está no Goiás, ainda é um fenômeno de popularidade.

No lado do Atlético, Alex Mineiro, Kléber e Gustavo são os mais procurados por torcedores. Mas todos querem mesmo saber de Kléberson, o pentacampeão. A todo momento os dirigentes rubro-negros e os jornalistas de Curitiba são perguntados sobre a chegada do meio-campista, que agora tornou-se um ídolo nacional. Já no Flamengo, nem precisaria haver jogadores. A torcida se contentaria apenas com o desfraldar de uma bandeira que indicasse a presença deles.

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