O dinamarquês Michael Rasmussen admitiu nesta quinta-feira que utilizou substâncias proibidas para melhorar seu rendimento durante mais de uma década, no mais recente caso de um ciclista que confessou ter se dopado. Rasmussen, um especialista em montanha que venceu várias etapas da Volta da França e da Volta da Espanha, disse que utilizou testosterona e hormônios de crescimento, além de transfusões de sangue, entre 1998 e 2010.

continua após a publicidade

O dinamarquês de 38 anos indicou que renunciará ao esporte e vai cooperar com as autoridades antidoping. Em troca, os dirigentes antidoping da Dinamarca recomendarão uma suspensão de dois anos, em vez dos oito que usualmente são aplicados por uma segunda violação.

“Quando me levantar e sair desta sala, o farei como um homem muito tranquilo”, expressou Rasmussen. “Já não tenho que carregar este peso, como aconteceu nos últimos anos. Estou satisfeito porque não tenho que seguir mentindo quando me perguntarem sobre o meu passado”.

continua após a publicidade

 

Rasmussen terminou as edições de 2005 e 2006 da Volta da França como melhor escalador. Ele também liderou a classificação geral em 2007 até ser expulso da prova por mentir sobre seu paradeiro quando se ausentou de exames antidoping antes da prova. Depois disso, o dinamarquês admitiu que tinha mentido e foi suspenso do ciclismo por dois anos, mas garantiu que não tinha violado nenhuma regra e que nunca tinha dado positivo para substâncias proibidas.

continua após a publicidade

A confissão de Rasmussen acontece em um momento difícil para o ciclismo, duas semanas depois que Lance Armstrong admitiu ter se dopado para ganhar sete vezes a Volta da França. Esta semana, as autoridades antidoping suspenderam até 14 de julho o ciclista luxemburguês Frank Schleck, que deu positivo para uma substância proibida na Volta da França no ano passado. Schleck nega qualquer irregularidade.

Rasmussen disse que vai cooperar com as agências antidoping da Dinamarca, Holanda e Estados Unidos, assim como com a Agência Mundial Antidoping, para “limpar o esporte”. O ciclista reconheceu ter utilizado EPO, testosterona, insulina, esteroides e transfusões de sangue. “Sei que trapaceei e menti”, indicou. “Estou pronto para aceitar minha punição”.