Chipre empolga Rink, mas ele quer despedida na Arena

O mundo dá voltas. Essa frase ganha um significado ainda mais forte quando se trata do atacante curitibano Paulo Rink. Primeiro brasileiro a defender a seleção da Alemanha, o ex-atleticano sonha agora em voltar para o…Chipre! Trata-se de uma ilha independente da Grécia, com cerca de 700 mil habitantes e que tem futebol, sim. Aliás, um futebol ascendente, como vem provando a seleção da Grécia, vizinha da pequena ilha do Mediterrâneo. De diferente mesmo, apenas os horários de treinamentos. Como no verão chega a fazer 45º graus, os treinos são realizados à noite e, eventualmente, às 7h.

“Os brasileiros pouco conhecem de Chipre, mas é um lugar paradisíaco, de uma cultura riquíssima. De quebra, tem um futebol de bom nível técnico, que pouco fica devendo ao brasileiro”, garantiu Paulo Rink à Tribuna. A qualidade é reconhecida na Europa, que concedeu uma vaga ao país para a Copa dos Campeões e outra para a Copa da Uefa. Por isso, não é à-toa que o desejo de Paulo seja defender o APOEL., depois de ter passado pelo Olimpiakus. “Quando acertei contrato com o Vitesse, na Holanda, minha família ficou no Chipre. Por isso, quero voltar”, diz. Entretanto, isso só poderá acontecer se o time holandês o liberar de seu compromisso contratual, que vai até o final do ano. “Se eles não me liberarem, tenho que me apresentar agora, dia 10. Mas tenho fé que consiga a liberação”.

O encantamento de Paulo Rink com Chipre é tanto que ele não pensa em sair de lá antes de terminar a sua carreira. Isso significa que ele não voltará a jogar no Brasil. Ontem à tarde ele fez uma visita ao CT do Atlético-PR, clube que o revelou, e foi enfático ao dizer aos amigos que até volta a vestir a camisa do clube, mas na sua despedida. “Estou com 31 anos e penso em parar com 35. Mas uma coisa é certa: o jogo da minha despedida vai ser na Arena”, diz.

Para realizar esse sonho, ele espera poder contar com amigos que fez ao longo de sua carreira, marcada já por oito anos jogados no exterior. Depois de estourar no Atlético Paranaense, ele foi negociado com o Bayern Leverkussen, da Alemanha. Ficou lá por três anos, foi emprestado para o Santos por seis meses e quando retornou ao clube alemão, para jogar de 2000 a 2002, viveu o grande momento de sua carreira. De descendência alemã, Paulo pôde se naturalizar alemão e acabou convocado pelo então treinador da seleção local, Berti Vogts. “Foi meu grande momento. Sou o primeiro brasileiro da história a defender a Alemanha e foi muito legal. Disputei a Eurocopa de 2000, mas acabei fora da Copa do Mundo por contusão”. Depois da proeza, entretanto, Paulo acabou indo para o modesto Nuremberg e em seguida foi para o Olimpiakus, quando conheceu – e se encantou – pelo Chipre. “Não me arrependo de nada que fiz em minha carreira. Jogar pela seleção alemã foi um prazer e estar conhecendo culturas tão diferentes, podendo dar uma educação diferenciada para meus filhos, não tem preço.”

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