CBGin se esforça para não perder seu treinador

Rio – Para a presidente da Confederação Brasileira de Ginástica (CBGin), Vicélia Florenzano, motivos não faltam para que o ano de 2003 seja considerado um dos melhores para a história da modalidade no País.

Afinal, o Brasil firmou-se no cenário internacional, continuou obtendo resultados expressivos mas, agora, um dos principais responsáveis por esse sucesso pode deixar a seleção, o técnico ucraniano Oleg Ostapenko, que vem sendo cobiçado e assediado pelos Estados Unidos e a Austrália.

O contrato de Ostapenko com a CBGin termina no final de 2004. Apesar das propostas, o sentimento na entidade é o de que o treinador recusará os convites, principalmente porque ele prometeu dar uma resposta já em 5 de janeiro, quando retorna de férias.

“Acho que ele fica porque já me procurou para saber dos planos para os Jogos Pan-Americanos de 2007 e as Olimpíadas de 2012. Já estamos com tudo pronto”, informou a coordenadora técnica da CBGin, Eliane Martins.

“O Oleg já recebeu propostas financeiramente irrecusáveis da própria Austrália antes de vir para o Brasil e não aceitou.” Paralelo à discussão sobre a permanência de Ostapenko, a presidente da CBGin preferiu comemorar a inauguração, em janeiro, de um novo Centro de Treinamentos no Rio. De acordo com a dirigente, o local vai ser escolhido nesta semana e será financiado pela prefeitura carioca. Nele ficarão os aparelhos que haviam sido doados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para que a ginasta Daniele Hypólito pudesse treinar.

O novo centro de treinamento será aberto à comunidade e servirá para abrigar treinos da seleção, além de “garimpar” talentos. Um dos objetivos é o de contratar um novo treinador ucraniano, indicado por Ostapenko, para que permaneça no Rio desenvolvendo o trabalho.

No cenário internacional, Vicélia explicou que o próximo passo será o de oficializar após as Olimpíadas de Atenas o novo movimento, o duplo twist esticado, que será apresentado por Daiane dos Santos. Desta maneira, a acrobacia receberia a classificação E, nível máximo de dificuldade, e poderia provocar uma reestruturação no ranking de movimentos da Confederação Internacional de Ginástica. “Com isso, o duplo twist carpado e outros movimentos que hoje são E passariam a ser D e contariam menos pontos”, disse a presidente da confederação.

Daiane de olho no ouro

A campeã mundial de ginástica, Daiane dos Santos, desembarcou ontem no Rio, carregando na bagagem a segunda medalha de ouro do ano. Na sede do COB, a campeã do exercício de solo da etapa alemã da Copa do Mundo de Ginástica, revelou que agora seu objetivo é conquistar uma medalha olímpica.

“Eu não posso prometer que vou conquistar a medalha, mas vou trabalhar muito para isso. Pode não acontecer se eu falhar na hora. Estou evoluindo na trave, no salto. Todos nós da seleção estamos evoluindo. Quero também que a nossa equipe melhore a colocação final, por isso nos mudamos para Curitiba e estamos treinando muito”, revelou Daiane, que viajou ontem à tarde para Curitiba, onde hoje retoma seus treinamentos, agora porém sem a presença do técnico Oleg Ostapenko, que ficou na Europa, para curtir suas merecidas férias, até o dia 5 de janeiro.

Daiane não esqueceu de elogiar Ostapenko, autor dos dois movimentos inéditos que a ginasta executou no Mundial e na Copa do Mundo, o duplo twist carpado (Dos Santos), e o duplo twist estendido. “Eu curto muito trabalhar com ele. Ele sabe a hora de brincar e de cobrar. Ele sempre está pensando lá na frente, o que fazer para ganhar mais pontos nas próximas séries”, explicou Daiane.

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