Caso “Adriano” abre crise no Tribunal de Justiça Desportiva

O “caso Adriano” ainda está repercutindo nos bastidores do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) do Paraná. Os cinco auditores que formam a segunda comissão disciplinar, que julgou o caso em primeira instância, e mais dois procuradores, pediram licença de 90 dias ao tribunal. Os motivos não foram externados, mas informações extraoficiais dão conta de que eles estariam insatisfeitos com o decorrer do processo.

O tribunal pleno do TJD decidiu no dia 26 de setembro punir o Rio Branco com a perda de 22 pontos no Paranaense 2011, pela escalação irregular do meia Adriano. Com a decisão, o clube de Paranaguá foi rebaixado para a Segunda Divisão e o maior beneficiado foi o Paraná Clube, que havia sofrido o descenso em campo, mas foi alçado novamente à elite estadual.

Os auditores que pediram licença são Adriano Soares Taques, Alexandre Zolet, José Carlos Faret, Paulo Henrique Andrade e Silva e Sandro Rafael Bonatto. Todos eles atuam na segunda comissão disciplinar do TJD, que no julgamento em primeira instância, no dia 5 de abril, decidiu punir o Rio Branco apenas com multa, mantendo os pontos conquistados e, consequentemente, o rebaixamento do Paraná Clube. Os procuradores licenciados são Rodrigo Galléas e Gilson Goulart Júnior, que também atuou no caso, pedindo punição ao Leão da Estradinha.

Na primeira vez que apreciou a questão, no dia 3 de maio, o tribunal pleno decidiu rever a decisão da segunda comissão e absolveu o Rio Branco até mesmo da multa. Mas recurso da procuradoria e do Paraná Clube levaram a disputa ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que, no dia 18 de agosto, resolveu anular o julgamento anterior e mandar o caso novamente ao tribunal local.

Quando reavaliou o caso, o tribunal pleno chegou a uma sentença oposta à anterior, determinando ao Rio Branco a perda de 22 pontos, além da multa de R$ 27 mil. O julgamento foi conturbado, com a ausência de auditores que haviam votado anteriormente pela absolvição do Rio Branco. Inconformado por ter que se manifestar antes do Paraná Clube, o advogado do Leão, Domingos Moro, se retirou do tribunal.

Repercussão

Informações de bastidores recebidas pela Tribuna dão conta que o desfecho do caso foi o principal motivo para o pedido de licença dos auditores e procuradores. Procurado pela reportagem, o presidente do TJD, Peterson Morosko, preferiu não se manifestar. “Ainda não conversei com eles e não sei os motivos dessa decisão”, afirma.

O caso ainda parece distante de um desfecho definitivo. O Rio Branco, através do advogado Domingos Moro, protocolou ontem pedido de anulação do último julgamento pelo pleno. O pleito ainda não tem data para ser apreciado, mas a expectativa é de um novo parecer até a primeira semana de novembro. Caso seja atendido, o caso voltará a ser julgado pelo pleno do TJD.

Tanta confusão já ameaça a realização do Paranaense 2012. Até o dia 15 de novembro, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) tem que divulgar a tabela do torneio, que deve sair com a expressão “Paraná ou Rio Branco”. O campeonato está previsto para começar no dia 22 de janeiro, mas a indefinição sobre o caso já coloca a data em xeque.