O presidente da Premier League, Sir David Richards, declarou que a grande quantidade de estrangeiros contratados por clubes ingleses prejudicam cada vez mais a seleção do país, que nem conseguiu se classificar para a Eurocopa na Áustria e na Suíça.
"Esta opinião não representa a posição oficial da Premier League", preocupou-se em esclarecer. Richards, que sabe que os donos dos times do campeonato inglês não estão dispostos a frear a contratação de craques do exterior.
"Mas eu acho que muitos estrangeiros atrapalham a seleção. Cada clube destinou pelo menos quatro milhões de euros por ano nas categorias de base, mas não funcionou. Foi mais fácil comprar estrangeiros", disse Richards durante uma conferência esportiva em Dubai.
A opinião do cartola teve grande repercussão na Inglaterra, onde o tema é bastante discutido. A presença de mais de 300 jogadores não-ingleses na Premier League, em que alguns times às vezes entram em campo com 11 estrangeiros, provocou inclusive uma intervenção da Fifa, a qual aprovou uma medida que obriga a presença de pelo menos seis ingleses nos times titulares.
A federação inglesa apoiou a proposta, mas os clubes se opõem a ela. O presidente da Uefa, Michel Platini, declarou que a compra de clubes ingleses por "magnatas de fora" ameaça cada vez mais a seleção, citando como exemplos o norte-americano Malcolm Glazer e o russo Roman Abramovich, donos de Manchester United e Chelsea, respectivamente.
Richards ainda comentou que o número de clubes na primeira divisão deveria cair de 20 para 18, o que certamente causará protestos por parte das equipes pequenas.