Candidatos ao governo falam sobre Copa em Curitiba

O próximo governador do Paraná comandará a preparação do Estado para receber a Copa do Mundo de 2014. Curitiba será uma das subsedes e a participação do governo na gestão do evento será fundamental. Por isso, o Paraná Online enviou a todos os candidatos cinco perguntas sobre o Mundial e sua importância para o povo paranaense.

Não responderam Amadeu Felipe (PCB) e Robinson de Paula (PRTB). Os demais deram declarações de apoio à Copa, divergindo, porém, na forma como o dinheiro público deve ser gasto com o evento. O estádio da subsede também não é consenso entre os candidatos. Confira:


Beto Richa, do PSDB

Daniel Caron
Beto Richa: “Paraná dará um salto na atividade turística, não só durante a Copa.”

1. Apressará investimentos em infraestrutura, transporte e capacitação profissional. Não há dúvida de que o Paraná dará um salto na atividade turística, não só durante a Copa, mas de forma permanente. Sobre todo o País, a Copa terá impactos de R$ 180 bilhões. Parte deles será absorvida pelo Paraná.

2. É fundamental. O Estado será o principal interlocutor do governo federal no planejamento e execução do evento, em cooperação com a Prefeitura de Curitiba.

3. Nosso plano de governo vai projetar o Paraná como roteiro turístico e incluir os três pólos mais importantes – Foz do Iguaçu, Curitiba e litoral -entre os principais destinos internacionais do País. Mas é fundamental que as prefeituras se organizem e tomem suas próprias iniciativas a fim de atrair turistas.

4. A prefeitura, o Estado e o governo federal estão trabalhando em conjunto. O Estado é parceiro nas negociações com o governo federal, a Infraero e a iniciativa privada, permitindo uma equalização das responsabilidades sobre o evento.

5. O entendimento celebrado entre governo, prefeitura e Atlético  satisfatório. A solução (uso de potencial construtivo) é adequada, pois envolve o emprego de recursos privados. O investimento exigido é um dos menores do Brasil, para um dos estádios mais modernos.

Osmar Dias, do PDT

Daniel Caron
Osmar Dias: “Reformas não devem utilizar recursos públicos.”

1. Trará excelentes oportunidades para o esporte e para a melhoria dos serviços públicos. Em Curitiba, trará melhorias de infraestrutura viária, transporte e equipamentos públicos. No turismo, a previsão é que gere milhares de empregos.

2. A confirmação de Curitiba como uma das sedes foi perseguida com muito trabalho pelo governo do Estado. Agora, precisamos resolver problemas de infraestrutura que demandam recursos de todas as esferas de governo.

3. Temos como proposta a revitalização da Agência de Fomento ao Turismo, que irá possibilitar crédito e apoio à captação de recursos. Em Paranaguá, lutaremos para acelerar a construção do Terminal de Passageiros no Porto, para receber navios transatlânticos. No interior, vamos concluir o Corredor Fluvial, que visa ao aproveitamento e preservação da bacia fluvial, com a recuperação de matas ciliares, que beneficiará os municípios por onde passam os rios Iguaçu, Tibagi, Piquiri, Ivaí, Paraná e Paranapanema, formando novos pólos de turismo. 

4. O governador Pessuti lutou por recursos federais e está trabalhando duro para viabilizar as reformas da Arena da Baixada que, no nosso entendimento, não devem ser feitas com recursos públicos.

5. Acredito que a escolha foi acertada. Não há porque construir outro es,tádio e correr o risco da construção virar um elefante branco após a Copa.

Paulo Salamuni, do PV

Fábio Alexandre
Paulo Salamuni: “A opção do Pinheirão acabaria com qualquer discussão.”

1. A estrutura desenvolvida para o recebimento de um evento mundial de grande porte aquece a economia e tem efeito na autoestima da população. A importância dá-se pelos investimentos realizados nas cidades-sedes e em todo o Estado.
 
2. O Estado deve ser solidário e ativo com a estruturação, preparo e investimento do evento. Esta solidariedade deve ser presente em obras que cumpram as exigências da Fifa, mas que sejam futuros benefícios para todo o cidadão.
 
3. Durante o período da Copa, o futebol incentiva muito o turismo local. Todo o Estado deve se preparar. Um planejamento turístico deve ser realizado para a formação profissional que possa ser utilizada após o evento.
 
4. O atual governador tem sido um grande entusiasta. A discussão, porém, ainda não tem simbiose de pensamentos com a população. O PV entende que há um equívoco no aporte de dinheiro público em obras privadas. A Copa passa e os benefícios devem ser compartilhados por todo o povo do Paraná.

5. O Atlético Paranaense se preparou para isso. Os dirigentes pensaram à frente de seu tempo e hoje colhem os frutos. A Arena é uma boa opção, porém é particular. A opção do Pinheirão acabaria com qualquer discussão por ser público. Sua localização é privilegiada e contemplaria as exigências da Fifa.

Luiz Felipe Bergman, do PSOL

Fábio Alexandre
Luiz Felipe Bergman: “Evento dará lucro somente a um punhado de empresas.” 

1. Não há justificativa para que um país com seriíssimos problemas nas áreas sociais, como saúde e educação, gaste fortunas (gasto estimado em R$ 33 bilhões) com um evento que dará lucro somente a um punhado de empresas. As justificativas como geração de empregos, infraestrutura e estímulo ao turismo não são aceitáveis. A infraestrutura que o estado deve construir é para beneficiar todas as pessoas e não apenas algumas poucas cidades que sediarão a Copa. Os empregos que a construção de estádios e a realização do evento propiciarão são temporários. O turismo pode ser estimulado através de políticas permanentes.

2. Por ser um evento privado, o Estado não deve assumir nenhum papel na preparação da Copa, salvo aqueles que são inerentes à sua função, como os de garantir a segurança pública e o controle de entrada e saída de estrangeiros.

3. Investimentos para o litoral e o interior devem ser feitos como política de desenvolvimento permanente, de modo a reduzir as desigualdades e a dependência existente entre cidades menores e os grandes centros urbanos.

4. O Estado não deve se endividar. Não concordamos com o projeto de isenção tributária até dezembro de 2014. Esse projeto visa isentar justamente aqueles que lucrarão com a Copa. Por que não isentar, por exemplo, os produtos da cesta básica, beneficiando milhões de pessoas?

5. Não temos opinião sobre esse ponto.

Avanílson Araújo, do PSTU

Fábio Alexandre
Avanílson Araújo, do PSTU: “Defendemos um complexo esportivo público.”

1. Os grandes empresários controlam os rumos da políti,ca e da economia. Serão eles os maiores beneficiados com os investimentos. Ao trabalhador, ficará reservado o emprego temporário durante a fase de construção e realização da Copa, em que os baixos salários nem se compararão com os gigantescos lucros que terão os grandes empresários da construção e do esporte.

2. Se o futebol não estivesse sob o controle empresarial privado e fosse dirigido democraticamente pelo povo, defenderíamos o investimento do Estado. O papel do Estado deve ser o de investir recursos a favor do povo, enquanto obras privadas devem ser financiadas com dinheiro privado.

3. A população do litoral e interior do Estado sofre com a falta de infraestrutura pública e de emprego. A possibilidade de melhorar a vida das pessoas que vivem nestas regiões não pode depender da realização ou não de investimentos devido à Copa.

4. O governo do Paraná está aliado à política do governo federal. Se a população eleger Beto ou Osmar, teremos problemas. Ambos os projetos favorecerão os setores privados através de recursos públicos.

5. Haverá forte investimento de recursos públicos na adequação deste estádio. Não concordamos com isso. Uma alternativa mais justa seria a construção de um complexo esportivo público, com estádio, ginásio de esporte, estrutura para atletismo, natação e demais esportes. A população de Curitiba ganharia muito mais.