Campeonato não pára. Clubes querem negociar

Que dia! O futebol brasileiro viveu ontem um dos dias mais atribulados de sua história, com a repercussão da tentativa de oito clubes, de três federações e da CBF em suspender o campeonato brasileiro.

Depois de terminar a terça-feira em alta, os “conspiradores” viveram uma quarta-feira de tensão, sofrendo pressões de todos os lados – mas, mesmo assim, devem ter uma parte de seus desejos atendidos. E, com isso, teremos jogos do campeonato brasileiro no final de semana.

Segundo os “rebeldes? (Grêmio, Flamengo, Fluminense, Vasco, Cruzeiro, Atlético-MG, Santos e Atlético-PR), não haveria como se adaptar ao Estatuto do Torcedor, sancionado sexta passada pelo presidente Lula. E, como “prêmio” para eles, o deputado Gilmar Machado (PT-MG) propôs uma solução intermediária: o Estatuto só seria colocado em vigor nas próximas competições – eufemismo para a aplicação só no ano que vem.

No Paraná

Os clubes da capital reagiram com surpresa à suposta determinação de suspensão do campeonato. Até mesmo o presidente do Atlético Paranaense, Mário Celso Petraglia, que participou da reunião na noite de terça-feira, admirou-se da repercussão que o encontro entre alguns membros do Clube dos 13 teve. “Nós ficamos apreensivos em relação ao artigo 19, que se refere a responsabilidade dos dirigente em caso de problemas de segurança. Mas não ficou decidido de modo algum pela suspensão”, garantiu o dirigente. De fato, oficialmente, não houve comunicado através da Confederação Brasileira de Futebol, cujo presidente estava presente na referida reunião. Nem aos clubes, nem à população, através do site oficial.

Por isso mesmo, a postura do Paraná Clube, que não pertence ao Clube dos 13, foi manter, desde o início, os preparativos para a partida se sábado, contra o São Caetano, que será disputada no Pinheirão. “Sabemos do movimento através da imprensa. O último comunicado da CBF confirmava a partida. Logo, ela será realizada”, disse o superintendente do clube, Ricardo Machado Lima. O contrário só aconteceria se a CBF não disponibilizasse arbitragem para o jogo. “Isso estaria fora do nosso alcance”, completou Ricardo.

O presidente Ênio Ribeiro, em comunicado oficial, deu seu parecer sobre a polêmica em torno do código. O Tricolor dividiu o estatuto em quatro grupos de medidas: uma que já é cumprida pelos clubes, uma outra que não será difícil de viabilizar, uma terceira que seria muito custosa e, por fim, uma quarta, inviável. Esta diz respeito justamente a uma frase do artigo 19, que ressalta que o dirigente do clube será responsabilizado por problemas de segurança “independente da existência de culpa”, o que a diretoria tricolor julga inconstitucional. “É importante que debatamos esses pontos mais complicados”, disse Ênio Ribeiro.

Por concordarem com a necessidade de interpretação e discussão desta e de outras determinações do Código de Defesa do Torcedor, os clubes da capital vão se reunir hoje à tarde – o local será definido pela manhã – com juristas ligados a cada clube para esclarecer os pontos obscuros do código. “É importante que façamos isso para não ficar nenhuma margem de dúvida, que possa trazer problemas futuros”; defende o diretor do Atlético-PR Alberto Maculan.

O último clube a se pronunciar sobre o caso foi o Coritiba, que a despeito de fazer parte do Clube dos 13, não tinha sido informado da reunião. Independente disso, a diretoria deixou clara a discordância com a atitude dos parceiros. “Toda a sacudida respinga. Há pingos ruins e bons. Que prevaleçam os bons. O código tem muitos pontos positivos, mas alguns precisam ser melhor esclarecidos”, disse o secretário do Coritiba, Domingos Moro. Esses pontos citados são os prazos e as fontes de recursos para a estruturação do clube conforme as medidas. “Vamos discutir esses pontos com os companheiros de Atlético e Paraná. Se somos uma cidade de vanguarda, vamos ter um futebol assim também”, concluiu.

Clubes da capital só agora discutem o código

Os clubes da capital reagiram com surpresa à suposta determinação de suspensão do campeonato. Até mesmo o presidente do Atlético Paranaense, Mário Celso Petraglia, que participou da reunião na noite de terça-feira, admirou-se da repercussão que o encontro entre alguns membros do Clube dos 13 teve. “Nós ficamos apreensivos em relação ao artigo 19, que se refere à responsabilidade dos dirigente em caso de problemas de segurança. Mas não ficou decidido de modo algum pela suspensão”, garantiu o dirigente.

A postura do Paraná Clube, que não pertence ao Clube dos 13, foi manter, desde o início, os preparativos para a partida se sábado, contra o São Caetano, que será disputada no Pinheirão. “Sabemos do movimento através da imprensa. O último comunicado da CBF confirmava a partida. Logo, ela será realizada”, disse o superintendente do clube , Ricardo Machado Lima.

O presidente Ênio Ribeiro, em comunicado oficial, deu seu parecer sobre a polêmica em torno do código. O Tricolor dividiu o estatuto em quatro grupos de medidas: uma que já é cumprida pelos clubes, uma outra que não será difícil de viabilizar, uma terceira que seria muito custosa e, por fim, uma quarta, inviável. Por concordarem com a necessidade de interpretação e discussão desta e de outras determinações do Código de Defesa do Torcedor, os clubes da capital vão se reunir hoje à tarde – o local será definido pela manhã – com juristas ligados a cada clube para discutir os pontos obscuros do código.

O último clube a se pronunciar sobre o caso foi o Coritiba, que a despeito de fazer parte do Clube dos 13 não tinha sido informado da reunião. Independente disso, a diretoria deixou clara a discordância com a atitude dos parceiros. “Toda a sacudida respinga. Há pingos ruins e bons. Que prevaleçam os bons. O código tem muitos pontos positivos, mas alguns precisam ser melhor esclarecidos”, disse o secretário do Coritiba, Domingos Moro.

Globo apoiou paralisação

A TV Globo, detentora dos direitos de transmissão da Série A do Campeonato Brasileiro, preferiu o silêncio e não se manifestou ontem sobre a anunciada paralisação da competição. No entanto, um dirigente de clube (que preferiu o anonimato) confirmou à Agência Estado que o diretor executivo da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto, avalizou a decisão dos clubes, durante reunião realizada na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na noite de terça-feira.

A Central Globo de Comunicação (CGCom) informava ontem que a emissora esperava ser notificada oficialmente pela CBF para emitir qualquer opinião sobre a interrupção dos jogos. Os clubes e federações estaduais somente levaram adiante sua intenção porque conseguiram o aval da TV.

No encontro na CBF, o diretor executivo da Globo Esportes concordou com as reivindicações dos “rebeldes” e, por isso, a emissora não deverá impor sanção nenhuma por prejuízo com a eventual paralisação. “Ele apoiou. Não seguiríamos em frente com esta decisão se não tivéssemos o apoio deles (Globo)”, contou o dirigente de clube.

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