| Orlei Silva/Divulgação |
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| Renato Martins é piloto, chefe de equipe e até mecânico. |
São Paulo (AE) – A terceira corrida da Fórmula Truck, em São Paulo, é a mais disputada. Também é a mais charmosa da temporada por trazer ao autódromo de Interlagos todos os grandes investidores da categoria. A etapa paulista é também a que mais pressiona e tira o sono não só dos pilotos, mas de chefes de equipes, mecânicos e pessoal da organização.
Portanto, virar a noite debaixo do caminhão para deixar o ?bruto? acertado é expediente mais que natural para esses competidores. A corrida acontece às 14h.
A maioria já está acostumada em não dormir em fim de semana de corrida. Na madrugada, o combustível dos mecânicos é o café. Alessandro Moratelli, o Xuxa, responsável pelo caminhão de Débora Rodrigues, trabalha na Truck há oito anos. ?Quando o caminhão está bom, trabalhamos até umas dez da noite. Mas a gente se acostuma com essa rotina de não dormir quando as coisas vão mal?, afirma o mecânico da Volkswagen, de 32 anos, um apaixonado pelo que faz.
Na mesma equipe, a RM Competições, trabalha Carlos Eduardo Pozzi Fernandes, o Periquito. ?Vale qualquer coisa para ver o resultado na corrida. A gente acaba nem se preocupando em dormir Depois do jantar dá um sono, mas a gente cochila meia hora e pronto?, conta.
Quem já passou muitas noites em claro foi Leandro Totti, da Ford, que antes de ser piloto trabalhou três anos como mecânico. ?Agora procuro descansar para correr bem no dia seguinte. Mas lembro que virava madrugadas com o pessoal. Não dava para dormir quando tínhamos muito a fazer?, diz.
A noite mais pesada de trabalho nos boxes da Truck é sábado, quando os pilotos já fizeram o treino classificatório e o grid está definido. ?Ajustar o motor, trocar câmbio, injeção… São essas as tarefas mais difíceis?, enumera Xuxa.
Durante o fim de semana de prova, os mecânicos não deixam o autódromo. Tiram suas sonecas em carretas com camas. ?Em Fortaleza, os banheiros estavam sem água e tivemos de tomar banho de mangueira mesmo?, lembra Periquito. Mas não são só os mecânicos que passam noites em claro em semana de disputa. Os chefes de equipe também não descansam e botam a mão na graxa. ?Mesmo quando tudo está certo, a gente trabalha para reparar cada detalhe?, diz Renato Martins, atual campeão da Truck.