Caio alcança Rubens Minelli no comando do Tricolor

O jogo de amanhã, no Beira-Rio, será histórico para o técnico Caio Júnior. Além de poder conduzir o Paraná Clube de volta à terceira colocação do Brasileirão, igualará a marca de Rubens Minelli, que é, até o momento, o treinador que mais vezes dirigiu o clube em partidas válidas pela Série A: 36 vezes. A ótima performance faz o comandante paranista sonhar com a Libertadores e com a quebra de recordes. Fechando o ano à frente do Tricolor, Caio Júnior totalizaria 48 jogos, marca que não seria batida tão cedo.

Em sua 14.ª participação no Campeonato Brasileiro -incluindo a Copa João Havelange, de 2000 -, o Paraná Clube já contou com 23 técnicos. Alguns interinos ou de rápida passagem, como Mário Juliato, Edu Marangon e Cláudio Duarte. Somente três treinadores comandaram o Tricolor ao longo de toda a competição: Levir Culpi (em 1993/16 jogos), Rubens Minelli (1994/25) e Paulo Bonamigo (2001/27). ?É uma honra atingir esse patamar. Tenho o Minelli como uma das minhas principais referências?, disse Caio Júnior.

O atual técnico paranista conquistou seu primeiro título como jogador profissional com Minelli na direção. ?Foi em 1985, quando eu tinha 20 anos. Fomos campeões gaúchos?, lembra. ?Depois, nos reencontramos aqui no Paraná, para conquistar o penta, em 1997. Eu já estava na reta final de minha carreira, com 32 anos.? O treinador sempre cita Rubens Minelli e Paulo Autuori como as suas maiores referências. ?Parece algo irreal, com 41 anos, atingir um recorde ao lado de um de meus mentores?, comentou Caio.

Esta é a segunda passagem de Caio Júnior pelo Paraná, como treinador. Em 2002, foi um dos responsáveis diretos pela fuga do descenso. Na somatória, ele tem o sexto melhor aproveitamento, com 51,43%. Dentre todos os que estão à sua frente, é disparado o que mais partidas disputou e poderá subir alguns degraus caso leve o Paraná Clube à Libertadores da América. ?No futebol brasileiro, essa longevidade é incomum?, lembra. Caio é apenas um dos seis treinadores que não perderam emprego no atual Brasileiro.

?Um torcedor me disse que eu faço muito bem ao Paraná. E isso me emocionou?, lembra o treinador. Cita fatos dessa relação com o clube. ?Em 1997, fui a única contratação do Paraná e conquistamos um título que parecia impossível?, recorda. ?Em 2002, estava iniciando a carreira de treinador e assumi o clube numa situação delicadíssima e revertemos o quadro em dez rodadas.? Naquele ano, o alívio veio só na última rodada, num empate por 2×2 com o Figueirense.

?E, agora, foi o convite do Paraná que fez com que redirecionasse minha vida. Espero retribuir com a seqüência desse bom trabalho até a conquista de nosso objetivo: levar o Paraná à Libertadores, fazendo o clube assumir novo status no cenário brasileiro e mundial?, afirmou. No total, Caio já comandou o Tricolor em 53 jogos. Além dos 35 pela Série A do Brasileiro, foram 2 jogos pela Sul-Americana, 13 em Paranaenses e 3 amistosos internacionais (na Ucrânia).

Sandro quer dar um bico na má fase

Apenas um gol em 17 jogos. O retrospecto de Sandro, nesse Brasileiro, deixa a desejar. O jogador reconhece que a fase não é boa, mas confia na volta por cima. ?Estou tranqüilo, pois a diretoria e a comissão técnica estão me dando todo o apoio?, afirma o jogador. O meia admite que ainda não conseguiu reeditar nesta competição o bom desempenho do início da temporada, quando foi um dos destaques do time campeão paranaense.

?Vivi um momento difícil. Perdi a vaga no time e até no banco?, recorda o jogador. Na sua visão, a queda foi mais acentuada a partir do jogo contra o Juventude, na primeira rodada do returno. ?O time não estava bem e eu ainda fui para a ala no segundo tempo. Não rendi nada e isso me marcou?, disse. O mau momento abalou a confiança do jogador. ?Nos jogos em que entrei, fugi às minhas características. Comecei a tocar de lado e para trás e esse não é meu estilo.? Sandro acredita que o diferencial do seu futebol está na eficiência em chutes de média e longa distâncias.

?Foi uma somatória de fatores. Eu não vinha bem e o time caiu de produção. Fiquei marcado pela torcida?, afirmou. ?E para deixar essa má fase pra trás só tem um jeito: marcando gols.? Sandro garante que se for confirmado por Caio Júnior saberá dosar a ansiedade e garantir a eficiência do meio-de-campo. O treinador decide somente amanhã o substituto de Gérson, vetado pelo departamento médico. Sandro e Joelson disputam a vaga para o jogo frente ao Internacional, às 16h, no Beira-Rio.

A possibilidade de escalar Maicosuel foi descartada pelo treinador. Acredita que por ser um jogador essencialmente ofensivo, o meio-de-campo tricolor ficaria muito vulnerável, já que vai manter o ataque com Cristiano e Leonardo. No treinamento de ontem, Caio Júnior movimentou todo o grupo e hoje finaliza a preparação com o ensaio de cobranças de faltas e escanteios.

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