O Brasil não teve representantes nas primeiras finais do Mundial de Judô, em Tóquio. Como Felipe Kitadai caiu no tempo extra de sua luta após sofrer punição e Eric Takabatake venceu na estreia, mas perdeu o confronto seguinte e foi eliminado, o País ficou sem judocas nas finais deste domingo, disputadas na arena Nippon Budokan. Ambos lutaram no peso ligeiro masculino (60kg).

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Bronze nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, Kitadai foi superado pelo cazaque Gusman Kyrgyzbayev em sua luta de estreia. O duelo foi acirrado e decidido a favor do judoca do Cazaquistão por conta de uma punição (shido) no golden score ao brasileiro. O motivo da sanção foi o fato de Kitadai não ter arrumado seu quimono.

A Federação Internacional de Judô (IJF, na sigla em inglês) implementou neste ano uma regra que permite que o juiz puna o atleta na segunda vez em que chama a atenção para a necessidade de arrumar o quimono. A primeira não rende punição e a partir da segunda, o árbitro pode aplicar o shido, o que aconteceu com Kitadai em Tóquio.

“Eu já tinha estudado e já tinha lutado com esse atleta. Foi do mesmo jeito. Ele estava com duas punições e eu joguei no final da luta. Aqui foi a mesma coisa só que com o final um pouquinho diferente. Eu levei a punição que acabou decidindo a luta”, disse Kitadai.

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Lutando ao mesmo tempo que Kitadai, Eric Takabatake impôs três punições ao tunisiano Fraj Dhouibi em seu primeiro combate e avançou na chave. Na segunda luta, ainda nas preliminares, o brasileiro, atual número 10 do mundo, caiu para o georgiano Lukhumi Chkhvimiani, campeão europeu de 2018 e número 9 do mundo.

O adversário da Geórgia conseguiu forçar duas punições a Takabatake por passividade e falso ataque, obrigando o brasileiro a arriscar no golden score. Takabatake sofreu o contra-ataque que gerou um waza-ari e a vitória para Chkhvimiani. O algoz do brasileiro voltou a lutar neste domingo e sagrou-se campeão mundial.

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“É um resultado frustrante por toda a preparação que a gente fez, a aclimatação em Hamamatsu que foi muito boa e bem planejada, chegar aqui e não conseguir ir mais para frente na chave. Com tudo o que eu vinha treinando, acho que eu tinha condições de chegar, sem tirar o mérito do meu adversário. Mas, judô é assim, um contra um, 50 a 50 para cada e, nesse nível, são detalhes que acabam decidindo a luta”, avaliou Takabatake.

O Brasil ainda terá mais 16 atletas competindo no Mundial de Judô, que começou neste sábado em Tóquio. Neste domingo, segundo dia de competição, o País será representado por Eleudis Valentim e Larissa Pimenta no feminino (categoria 52kg) e Daniel Cargnin no masculino (66kg). As preliminares serão a partir das 22 horas (de Brasília) e as finais estão marcadas para as 7 horas desta segunda-feira.

FEMININO – O Brasil não teve representante no ligeiro feminino (48kg). Nathália Brígida, que havia sido convocada, foi cortada da equipe por conta de uma lesão nas costas e precisou passar por um procedimento cirúrgico antes do Mundial.

O ouro ficou com a ucraniana Daria Bilodid, que fez história ao se tornar a mais jovem judoca a ser bicampeã mundial. Na final, ela derrotou a japonesa Funa Tonaki com um waza-ari. A jovem de 18 anos, que já havia sido a mais nova judoca a conquistar um ouro em Mundiais em 2018, quando tinha 17 anos, concilia o judô com os trabalhos como modelo. Filha de judocas, Bilodid é ativa nas redes sociais e dá dicas de moda.