Fiasco

Brasil volta a jogar mal e apenas empata com a Bolívia

A seleção brasileira repetiu as más atuações do ano ao ficar apenas no 0 a 0 com a Bolívia, ontem, no estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro, pela 8.ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Insatisfeitos, os cerca de 20 mil torcedores que foram ao estádio vaiaram o time e, principalmente, o técnico Dunga.

O Brasil, que atuou com um jogador a mais desde o início do 2.º tempo, chegou a 13 pontos da competição e se manteve, temporariamente, na vice-liderança. Isso porque a Argentina (12 pontos) jogaria com o Peru, em Lima, também ontem à noite, e poderia tirar os brasileiros da 2.ª colocação. A Bolívia soma 5 e segue na lanterna das Eliminatórias.

Assim, o técnico Dunga volta a ficar pressionado no cargo. Gritos de “adeus Dunga”, “burro”, “time sem-vergonha” e “olé”, quando os bolivianos pegavam na bola, ecoaram com freqüência no Engenhão.

O jogo

Os bolivianos entraram em campo retrancados, com dez jogadores no campo de defesa. A marcação dos visitantes começou já no meio-de-campo, não deixando sequer os brasileiros cruzarem o círculo central com tranqüilidade.

Sem opção de jogada, a seleção apelou para os lançamentos dos zagueiros -sem sucesso. Na marcação, o Brasil também não foi bem, deixando espaços para a Bolívia. Com calma, o time de Erwin Sánchez tocou a bola e teve oportunidades para marcar.

Na melhor delas, aos 20 minutos, Ronald García arriscou de fora da área, Júlio César não segurou e Hoyos mandou para fora. Pouco antes, o único susto: Maicon passou por Ignácio García pela direita, cruzou para a área e Luís Fabiano mandou por cima.

Cerca de dez minutos depois, um lance resumiu o 1.º tempo. Sem criação no meio, o zagueiro Luisão tentou fazer um lançamento ao ataque e errou. Foi o estopim para os torcedores vaiarem o time.

Expulsão

Na saída para o intervalo, mais uma vez, o comandante da seleção ouviu o grito de “adeus, Dunga”, como ocorrera na última apresentação do Brasil em casa, em junho, após o empate por 0 a 0 diante da Argentina, no Mineirão.

Depois das vaias e gritos por “Obina”, o treinador brasileiro respirou mais aliviado no início da etapa final, quando Ignácio García foi expulso, em lance polêmico com o atacante Robinho.

O cartão vermelho ajudou a seleção, que teve mais espaço para se movimentar. O problema começou com os passes errados. Maicon e Josué foram alguns dos que atrapalharam ataques com toques bisonhos.

Com a Bolívia mais presa atrás, Dunga tirou Lucas e colocou Júlio Baptista. A alteração melhorou o meio-de-campo, que passou a tocar a bola com velocidade. Em uma das tabelas, aos 30, Juan recebeu livre na entrada da área, mas bateu por cima do gol.

O esboço de reação do Brasil persistiu, parando sempre na retrancada defesa boliviana. Júlio Baptista, em chute cruzado e uma cabeçada, teve chance de dar a vitória à seleção brasileira, mas não aproveitou.

ELIMINATÓRIAS
8ª RODADA
BRASIL 0x0 BOLÍVIA
BRASIL

Julio Cesar, Maicon, Luisão, Lúcio e Juan; Lucas (Julio Baptista, 15’/2ºT), Josué e Diego (Elano, 31’/2ºT); Ronaldinho Gaúcho (Nilmar, 31’/2ºT), Robinho e Luis Fabiano.
Técnico: Dunga.
BOLÍVIA
Arias, Hoyos, Rivero, Raldés e I. García; R. García, Flores, Robles, Vaca e J. Moreno (Gutiérrez, 11’/2ºT); M. Moreno (Pablo Escobar, 33’/2ºT).
Técnico: Erwin Sánchez.
SÚMULA
Local:
Engenhão (Rio de Janeiro).
Árbitro: Alfredo Intriago (EQU).
Auxiliares: Félix Badaraco (EQU) e Juan Cedeño (EQU).
Cartões amarelos: Josué, Juan, Luisão, Diego (BRA); J. Moreno, Hoyos (BOL).
Cartões vermelhos: I. García a 8’ do 2º tempo (BOL).