Brasil tem jogo de risco em Genebra

Genebra, Suíça (AE) – O quarteto mágico fará o segundo e último teste da fase de preparação para o Mundial hoje, às 13 h (Brasília), em Genebra na Suiça, contra a Nova Zelândia. Um teste de risco.

Não pela força do adversário, inexpressivo no futebol mundial, mas por seu modo rude de jogar, às vezes agressivo.

A seleção da Oceania representa perigo para os brasileiros, às vésperas do início da Copa. O esporte mais popular do país é o rúgbi e os atletas são extremamente fortes fisicamente, grandes, encorpados. Atuam de forma dura, marcam muito e gostam de dar carrinhos.

Perder um atleta machucado a pouco mais de uma semana da estréia na Copa seria péssimo para Carlos Alberto Parreira, que lamentou o desfalque do volante Edmílson, cortado por contusão na quarta-feira. O treinador, por isso, pediu aos jogadores cautela nas divididas.

O amistoso no Estádio de Genebra, que terá lotação máxima – cerca de 30 mil pessoas – deverá ser bem mais difícil do que o primeiro, na Basiléia, terça-feira, aposta Parreira. A goleada por 8 a 0 sobre o Lucerna pouco valeu para o time. "Nosso objetivo é colocar mais um tijolinho nessa construção, subir mais um degrau", afirmou o comandante brasileiro. "Ainda precisamos melhorar e a Nova Zelândia vai exigir mais de nós do que o Lucerna."

A equipe será a mesma da última partida, com a presença do quarteto mágico (Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano) e de apenas dois marcadores no meio-de-campo: Emerson e Zé Roberto. A preocupação da comissão técnica é dar equilíbrio ao time -manter o poder ofensivo, com quatro atletas na frente, sem perder a força na marcação.

Parreira, no entanto, só terá exata noção da real eficácia do esquema após o início da Copa do Mundo. Tem consciência de que resultados contra Lucerna e Nova Zelândia não servem de parâmetro. "Nosso grande teste será a Copa do Mundo", comentou o treinador. A estréia será no dia 13, contra a Croácia, em Berlim.

O adversário da Oceania tem estilo parecido com o da Austrália, rival da segunda rodada, em 18 de junho, em Munique. O time acredita, assim, que o confronto será uma prévia do duelo com os australianos. O ponto forte: bolas cruzadas nas áreas. É preciso ressaltar, contudo, que a diferença de condição técnica é bem grande.

A dupla de ataque da seleção encara com importância o amistoso desta tarde. Ronaldo tem melhorado fisicamente a cada dia de treino e trabalha para alcançar a forma ideal. Adriano precisa de gols para resgatar a confiança, perdida depois de fraca temporada pela Inter de Milão.

Chegada à Frankfurt ainda hoje

Weggis (AE) – Após a partida, a seleção viajará para Frankfurt, na Alemanha, onde serão recebidos por membros do Comitê Organizador do Mundial. Do aeroporto, todos viajarão de ônibus para a pequena cidade de Königstein (cerca de 20 km de distância), novo local de concentração do Brasil após as duas semanas de treinos em Weggis.

Para os jogadores da seleção brasileira esse período de treinos foi bom para recuperar a forma física e entrosar o grupo para a estréia no Mundial. A seleção chegou na cidade dos Alpes suíços no dia 22 de maio e realizou na tarde de sábado o último treino antes de embarcar para Genebra. Por dia, cerca de 5 mil torcedores acompanharam cada um dos 14 treinos previstos do Brasil; público maior do que a propria população de Weggis.

Na chegada da seleção para o último treino, o lateral Roberto Carlos revelou que o ritmo imposto pela comissão técnica não afetou os jogadores que atuam na Europa, já que eles estavam em final de temporada. "Desde que cheguei aqui só tive dois dias de folga, no entanto, estou muito bem. O Ronaldinho, por exemplo, só descansou um dia e está voando."

Já Gilberto Silva não acredita que ganhou mais chances de ser o escolhido de Parreira para o lugar de Edmilson. Para o volante, todos têm a mesma condição. "Não me considero a primeira opção, tanto que o Mineiro tem totais condições de atuar. Não é por acaso que ele está aqui."

Roberto fala em recorde de jogos

Weggis (AE) – Roberto Carlos disse que seu último objetivo com a seleção brasileira é igualar uma marca de Cafu. "Sempre quero ganhar, e gostaria de ficar mais dois anos na seleção", disse o lateral. "Quero ganhar uma Copa América e outra Copa das Confederações. Meu último desafio seria chegar ao mesmo número de partidas internacionais que o Cafu."

Na Alemanha, Roberto Carlos vai disputar seu terceiro Mundial. E ressalta: "Estive a ponto de participar da Copa dos Estados Unidos, mas o Parreira me disse que eu era muito jovem e preferiu levar o Leonardo, porque ele poderia jogar como lateral e meio-de-campo".

Apito

O Comitê de Arbitragem da FIFA definiu os trios de arbitragem para os primeiros 16 jogos da Copa do Mundo. O mexicano Benito Archundia, de 40 anos, foi o escolhido para apitar a partida contra a Croácia, dia 13, em Berlim. Ele será auxiliado por José Ramírez e Hector Vergara, também do México.

AMISTOSO

BRASIL x NOVA ZELÂNDIA

Brasil: Dida; Cafu, Lúcio, Juan e Roberto Carlos; Emerson, Zé Roberto, Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Ronaldo e Adriano.
Técnico: Carlos Alberto Parreira

Nova Zelândia: Ross Nicholson; Kris Bouckenoghe, Che Bunce, Danny Hay (captain) e Michael Wilson; Ivan Vicelich, Jarrod Smith, Raf De Gregório e David Mulligan; Adrian Webster e Chris Killen. Técnico: Ricki Herbert

Súmula

Local: Estádio de Genebra (Genebra-SUI)

Horário: 13 horas (de Brasília)

Árbitro e assistentes: não divulgados

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