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Brasil não joga nada e estreia na Olimpíada com empate em 0x0

Renato Augusto foi um dos ficou devendo no jogo. Foto: Lucas Figueiredo/MoWA Press
Renato Augusto foi um dos ficou devendo no jogo. Foto: Lucas Figueiredo/MoWA Press

O que era para ser o primeiro passo da inédita medalha de ouro no futebol masculino se tornou uma tremenda decepção. A seleção brasileira estreou com uma má atuação e um tímido 0x0 com a África do Sul, nesta quinta (4), no Mané Garrincha, em Brasília. Erros de passe, nervosismo e falhas ofensivas marcaram a estreia na Olimpíada. A chance de reabilitação será domingo (7), às 22h, contra o Iraque.

Normal que a euforia dos primeiros minutos fosse aos poucos se transformando em preocupação e até risco. Jogando totalmente recuada, a África do Sul tinha espaço para contra-atacar e levar perigo a um efetivamente desprotegido sistema defensivo. Em duas vezes Weverton teve que sair nos pés dos atacantes adversários. Nosso ataque sofria porque Neymar era individualista, Gabriel era marcado na direita e Gabriel Jesus era pouco acionado. Felipe Anderson era o mais efetivo, sem no entanto criar uma oportunidade. As melhores jogadas do Brasil no primeiro tempo foram chutes de longe: de Neymar, que o goleiro Khune espalmou para fora; e de Felipe Anderson, que passou perto.

A seleção só realmente dominou a partir dos 35 minutos. Mas ainda pouco em relação do que se imaginava, e do que se viu no amistoso contra o Japão. Será que a confiança e o favoritismo estavam pesando as pernas dos brasileiros? Além disso, certamente havia a má jornada do trio de ataque, principalmente de Neymar, que parecia distante do que se imagina de um interesse real no jogo. Rogério Micale resolveu partir para o tudo ou nada, tirando Felipe Anderson e colocando Luan, o do Grêmio. Mas só se chegava ao gol de Khuan quando se arriscava de longe. A África do Sul aumentou a retranca quando Mvala foi expulso.

Para dar velocidade na saída de jogo, Rafinha Alcântara entrou no lugar de Renato Augusto. A seleção ficava incrivelmente ofensiva para tentar furar a marcação dos sul-africanos. E o Brasil partiu pra cima. Gabriel Jesus perdeu uma chance inacreditável – sem goleiro, ele acertou a trave. Khune fez um milagre no chute de Gabigol. Era uma agonia, o tempo parecia voar e mesmo pressionando mais o gol parecia distante. No final, o nervosismo atrapalhou ainda mais a já desanimadora atuação brasileira. Vaias justas e dúvidas reabertas.