Desacreditada antes da Copa das Confederações, a seleção brasileira tem acabado aos poucos com a desconfiança dos torcedores e neste sábado deu mais um passo para isso. Em jogo muito movimentado diante da Itália, os comandados de Luiz Felipe Scolari se despediram da primeira fase da competição com mais uma vitória, por 4 a 2, que manteve os 100% de aproveitamento à equipe. Melhor para os mais de 48 mil pagantes na Arena Fonte Nova, em Salvador, que puderam acompanhar um grande espetáculo e entoaram o canto de “olé” no fim do confronto.

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O resultado levou o Brasil a nove pontos em três partidas, garantindo-lhe a liderança do Grupo A, o que faz com que a seleção já saiba o palco de seu próximo jogo. Na quarta-feira, enfrentará o segundo colocado da outra chave em Belo Horizonte, às 16 horas. Já a Itália, segunda colocada do Grupo A, com seis pontos, terá pela frente o líder do Grupo B na quinta, no mesmo horário, mas em Fortaleza.

A seleção brasileira entrou em campo neste sábado com Hernanes no lugar de Paulinho, que torceu o tornozelo esquerdo, mas com Thiago Silva e Daniel Alves, que haviam sido apontados como dúvida por Felipão por terem cartão amarelo e estarem pendurados. Pelo lado italiano, o principal desfalque era Pirlo, que fez muita falta na criação de jogadas.

O Brasil foi para cima logo no início, pressionando a posse de bola italiana. Antes mesmo do primeiro minuto, Oscar foi lançado e só não marcou porque a zaga adversária chegou antes e travou. Na sequência, Hulk fez bela jogada individual pela esquerda, invadiu a área e bateu forte. Buffon fez grande defesa.

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Mas foi só uma estocada inicial e logo o jogo ficou equilibrado, como era de se esperar. Aos 16 minutos, Marchisio levou a melhor sobre Hulk e cruzou. Balotelli se antecipou a David Luiz e bateu à direita de Julio Cesar, na primeira boa chegada do time italiano.

A posse de bola era toda brasileira, mas aos poucos a marcação italiana acertou e impediu as chegadas de perigo. Isso até os 23 minutos, quando Oscar recebeu e, com um lindo toque de calcanhar, de primeira, deixou Neymar em ótimas condições. O atacante invadiu a área e bateu de esquerda, cruzado, para fora.

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Mas o bom futebol, aos poucos, foi dando espaço para as contusões. Por problemas físicos, três jogadores saíram praticamente em sequência: dois italianos e um brasileiro. Primeiro foi Montolivo, que deu lugar a Giaccherini. Depois, Abate saiu para a entrada de Maggio. Por fim, Dante substituiu David Luiz.

O ritmo do jogo diminuiu e o 0 a 0 parecia garantido até o intervalo. Mas, aos 45 minutos, o próprio Dante marcou. Neymar cobrou falta para a área, Fred desviou de cabeça e Buffon espalmou. No rebote, o zagueiro, que estava em posição irregular não marcada pela arbitragem, bateu com o goleiro caído e marcou.

O gol animou o Brasil, que voltou para o segundo tempo com tudo. Antes do primeiro minuto, Oscar tabelou com Fred, mas não dominou bem e bateu fraco. Aos 4, Marcelo cobrou falta pela esquerda e Fred, meio sem jeito, desviou por cima, mas a arbitragem já paralisava, marcando impedimento.

Apesar do melhor momento brasileiro, foi a Itália que marcou, e logo na sequência. Buffon cobrou o impedimento, Maggio desviou de cabeça e Balotelli deu lindo toque de calcanhar para Giaccherini. O jogador aproveitou a falha da marcação, invadiu a área pela direita e bateu firme, cruzado, sem chance para Julio Cesar.

Mal deu tempo para a Itália comemorar e três minutos depois o Brasil voltou a ficar à frente. Neymar arrancou pelo lado esquerdo e foi derrubado por Maggio quase na entrada da área. Ele mesmo bateu falta, no ângulo esquerdo de Buffon, que sequer pulou na bola.

A superioridade do Brasil era evidente e foi traduzida no placar aos 21 minutos. Marcelo deu lindo lançamento do campo de defesa para Fred, que dominou bem entre os zagueiros, protegeu contra a chegada de Chiellini e bateu firme, no alto, sem chances para Buffon, fazendo o terceiro.

Mas não demorou para a Itália diminuir, em lance muito confuso. Candreva bateu escanteio pela direita, Balotelli conseguiu o domínio e, puxado por Luiz Gustavo, caiu. O árbitro apitou o pênalti, mas o lance seguiu e a bola foi ajeitada para Chiellini, que bateu e marcou. O usbeque Ravshan Irmatov, então, voltou atrás e validou o gol. Tudo isso aos 26 minutos.

E a Itália ainda teve uma grande oportunidade de empatar, aos 34 minutos, novamente após cobrança de escanteio. A zaga brasileira falhou e Maggio subiu sozinho, quase na pequena área, mas parou no travessão. Apesar das tentativas italianas, quem marcou foi o Brasil. Aos 42, Bernard rolou para Marcelo, que bateu. Buffon espalmou, mas Fred, em posição duvidosa, selou o placar.

FICHA TÉCNICA

ITÁLIA 2 x 4 BRASIL

ITÁLIA – Buffon; Abate (Maggio), Bonucci, Chiellini e De Sciglio; Candreva, Montolivo (Giaccherini), Marchisio, Aquilani e Diamanti (El Shaarawy); Balotelli. Técnico: Cesare Prandelli.

BRASIL – Julio Cesar; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz (Dante) e Marcelo; Luiz Gustavo, Hernanes e Oscar; Hulk (Fernando), Neymar (Bernard) e Fred. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

GOLS – Dante, aos 45 minutos do primeiro tempo; Giaccherini, aos 6, Neymar, aos 9, Fred, aos 21 e aos 42, e Chiellini, aos 26 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – Marchisio (Itália); David Luiz, Neymar e Luiz Gustavo (Brasil).

ÁRBITRO – Ravshan Irmatov (Fifa/Usbequistão).

RENDA – Não disponível.

PÚBLICO – 48.874 pagantes.

LOCAL – Arena Fonte Nova, em Salvador (BA).