Brasil dá show e passa fácil pela Catalunha: 5×2

O técnico Carlos Alberto Parreira definiu o amistoso contra a Catalunha, ontem, no Estádio Camp Nou, como um treino para o jogo contra a Argentina, no próximo dia 2 de junho, válido pelas eliminatórias para a Copa do Mundo. A partida acabou não sendo apenas um bom treinamento. Numa tarde inspirada, a seleção aplicou uma estrondosa goleada de 5 a 2, marcada com gols de encher os olhos.

 

Na primeira etapa, Parreira optou por colocar o time que considera titular, à exceção do goleiro Dida e do meia Kaká, poupados. A grande expectativa girava em torno de uma bela apresentação de Ronaldinho Gaúcho, astro do Barcelona e eleito o melhor jogador da temporada espanhola. Entretanto, quem brilhou mesmo foi Ronaldo, o Fenômeno. Se pelo Real Madrid as apresentações do centroavante não foram das melhores no último campeonato – o Real Madrid foi a decepção da temporada, ele mostrou o contrário com a camisa da seleção.

Jogando no campo de sua ex-equipe, o Barça, Ronaldo teve que aturar vaias constantes da torcida, que teve que se conformar em vê-lo com a camisa do rival madrilenho. A resposta não poderia ser melhor. Aos 16 minutos, Ronaldo recebeu de frente e acertou um petardo, sem chances para o goleiro Valdés.

E a torcida teve que engolir mais um, aos 37 minutos, quando ele recebeu um lançamento preciso de Edmílson, invadiu a área e chutou na saída do goleiro. Lances típicos do Fenômeno.

Confirmando o caráter de treinamento do amistoso, Parreira trocou nada menos que oito jogadores no intervalo. Cheios de disposição para mostrar serviço, os atletas considerados reservas mantiveram a Catalunha na roda e protagonizaram lances de extrema habilidade. Ricardo Oliveira mostrou serviço aos seis minutos. Ao receber lançamento de Edu, ele dominou, driblou o goleiro e chutou para o fundo da rede. Sem dúvida, um golaço, que só foi ofuscado porque a estrela de Júlio Baptista brilhou mais. O vice-artilheiro do campeonato espanhol comprovou a fama e marcou o gol que valeu o ingresso. Ele recebeu de costas na área, deu um toque para cima e subiu de bicicleta, acertando o ângulo do gol catalão.

A festa só não foi completa porque a Catalunha teve tempo de presentear a torcida com dois gols – um de Gérard e outro de Sérgio Garcia. Mas quem fechou o ?salão de festas? foi o Brasil, com mais um gol de Júlio Baptista, que subiu de cabeça após escanteio, já nos acréscimos.

 

Agora é com os argentinos

 

Agência Estado

 

Barcelona – Finalmente a seleção brasileira vai poder se concentrar exclusivamente naquele que é seu principal alvo: o jogo com a Argentina, na próxima quarta-feira, pelas Eliminatórias da Copa de 2006. Nos últimos dias, jogadores e comissão técnica passaram pela França e Espanha, mas a partida aguardada com grande ansiedade é mesmo a contra os rivais sul-americanos.

Depois do jogo de ontem contra os catalães, a seleção volta ao Brasil e tem chegada ao Rio prevista para a manhã de hoje. Os jogadores ganharão folga até sexta-feira, quando se reapresentam para o período de treinos na Granja Comary, em Teresópolis.

A partida contra a Argentina é encarada com tanta seriedade que são poucas as referências ao jogo contra o Chile, dia 6 de junho, em Santiago. O assunto predominante sempre foi a Argentina, mesmo quando o Brasil se preparava para enfrentar a França.

“O jogo com a Argentina é nossa principal meta neste momento. E já mostramos, no empate com a França, pela maneira que a equipe se comportou em campo contra uma das melhores seleções do mundo na atualidade, que estamos preparados, no caminho certo”, disse o técnico Carlos Alberto Parreira.

 

Roberto Carlos diz que vitória “garante” vaga

 

Barcelona – Após cinco rodadas, a Argentina lidera com 11 pontos. O Paraguai tem 10. Brasil e Venezuela vêm a seguir com 9, mas os brasileiros têm melhor saldo de gols que os venezuelanos – 2 contra 0.

O lateral-esquerdo Roberto Carlos vai ainda mais longe: ele considera que, se o Brasil passar pela Argentina, carimbará o passaporte para a Copa. Claro que matematicamente isso não é possível, até porque as Eliminatórias estão apenas no começo. Mas o que Roberto Carlos quer dizer é que uma vitória contra o principal concorrente sul-americano deixará a seleção com tamanho moral e com uma situação tão privilegiada na tabela que a vaga não terá mais como escapar. “E posso garantir que estamos preparados para este jogo.”

Ronaldinho Gaúcho, o craque do Barcelona, tem a mesma opinião em relação à preparação da seleção. “Temos evoluído bastante e esses jogos contra a França e Catalunha foram importantes. Os dias que treinaremos em Teresópolis (a viagem para Belo Horizonte será segunda-feira) servirão para nos deixar ainda mais bem preparados.”

A seleção viaja de Barcelona para o Rio em vôo fretado. Somente Cafu não viajará. Preferiu voltar à Itália, onde está sua família. Ele embarca quinta à noite para o Rio. Ronaldo virá com a delegação e amanhã vai estar na Cidade de Deus, envolvido no projeto de restauração de um teatro comunitário que existe no local.

 

Tumulto na venda de ingressos

 

Belo Horizonte – Tumulto, atrasos e muita reclamação dos torcedores marcaram ontem o início da venda antecipada de ingressos para a partida entre Brasil e Argentina, dia 2 de junho, no Mineirão, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo 2006. Dos cerca de 40 mil ingressos disponíveis, 28 mil já haviam sido vendidos até o início da noite. As bilheterias seriam abertas somente às 9h de ontem, mas no final da tarde de segunda já havia filas nos quatro postos de venda instalados na capital mineira.

Centenas de torcedores passaram a noite nos locais de venda, mas em dois postos o sacrifício se estendeu durante todo o dia, já que houve atraso na abertura das bilheterias. No posto de venda instalado no Estádio da Pampulha, a venda teve início somente cinco horas depois do horário previsto. No Minas Tênis Clube, o atraso foi de três horas.

De acordo com os organizadores, houve um problema nas linhas telefônicas do clube mineiro, enquanto no Mineirão, houve um corte na energia do estádio. O procedimento de manutenção que, segundo a Cemig, já estava previsto, impediu a emissão dos tickets.

Muitos torcedores ficaram revoltados com a demora e houve um princípio de tumulto. Policiais militares chegaram a usar bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a confusão. Não havia informações sobre feridos.

A venda estava limitada a cinco ingressos por pessoa, mediante a apresentação do CPF, uma iniciativa para tentar impedir as fraudes e coibir a ação de cambistas.

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