O Brasil pode estar longe de ser uma potência nas provas rápidas do atletismo, mas obteve um grande feito no Mundial de Revezamentos: a classificação olímpica para os seus quatro revezamentos. Apenas outros dois países fizeram o mesmo: Jamaica e Estados Unidos, exatamente os que têm maior tradição nesse tipo de prova.

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As vagas vieram na segunda edição do Mundial de Revezamentos, criado no ano passado, disputado novamente em Nassau, nas Bahamas, e encerrado na noite deste domingo. O Brasil cumpriu a meta inicial, que era avançar para as finais do 4×100 metros e do 4×400 metros tanto no masculino quando no feminino, e depois o objetivo final: cruzar a linha de chegada sem ser desclassificado.

Mesmo sem nenhum benefício por ser dono da casa, no Rio o Brasil pela primeira vez vai disputar todas as quatro provas de revezamento em uma mesma edição dos Jogos. Exceção ao 4×100 metros masculino, nas demais provas a classificação é apenas a quinta da história. No 4×400 metros masculino, a primeira em 20 anos.

Nas Bahamas, apenas Estados Unidos, Brasil e Jamaica garantiram vaga nos quatro revezamentos dos Jogos do Rio, assegurando 24 credenciais (seis atletas por prova). Trinidad e Tobago e Grã-Bretanha classificaram três equipes, enquanto França e Canadá conseguiram vagas em duas provas.

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MUNDIAL – Levando em consideração o “placing table”, ranking utilizado pela Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) para avaliar o desempenho de cada país nos eventos, o Brasil foi o quarto colocado na somatória das provas olímpicas do Mundial de Revezamentos. Somou 13 pontos, contra 15 da Grã-Bretanha, 27 da Jamaica e 31 dos Estados Unidos.

O melhor resultado brasileiro foi o quarto lugar no revezamento 4×100 metros masculino, que já rendeu duas medalhas olímpicas ao País. Além de EUA e Jamaica, o Brasil também ficou atrás do Japão nas Bahamas. Se tivesse repetido o tempo da final do ano passado, entretanto, os brasileiros beliscariam o bronze – a equipe de Trinidad e Tobago errou a passagem do bastão.

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No 4x400m masculino, o Brasil disputou o Mundial sem Anderson Henriques, melhor do País nos 400m, e mesmo assim mostrou boa evolução. Com 3min00s96, chegou em quinto e obteve a melhor marca do País em 13 anos, baixando em quase três segundos o tempo da final do Mundial do ano passado.

No feminino, as finais não foram tão boas. O 4x400m correu mal e terminou em último neste domingo, com 3min31s30. As brasileiras pareciam cansadas depois de darem o máximo nas eliminatórias, sábado, quando correram em 3min29s38 para se garantirem na final e na Olimpíada.

Já no 4x100m feminino, ficou a impressão que as atletas temeram um erro de bastão, como o que tirou delas a medalha no Mundial de Moscou, em 2013, e que dessa vez custaria a vaga olímpica. A marca de 42s92, entretanto, é a melhor desde os 42s29 que levaram o Brasil à final na Rússia.

EUA SUPERAM A JAMAICA – Em três das quatro finais a disputa do ouro foi entre Estados Unidos e Jamaica. No 4x100m masculino, o time de Usain Bolt perdeu pela primeira vez desde o Mundial de Osaka, em 2007, exatamente o último em que o astro jamaicano não foi campeão. Com 37s38, o time de Justin Gatlin, Ryan Bailey, Tyson Gay e Mike Rodgers fez o terceiro melhor tempo da história, mais lento apenas que dos times de EUA e Jamaica na final olímpica de 2012.

Na final do revezamento 4x400m feminino também deu Estados Unidos, com mais de três segundos de folga sobre as jamaicanas e a Grã-Bretanha em terceiro. O troco veio no 4×100 metros feminino. Simone Facey, Keeron Stewart, Schillonie Calvert e Veronica Campbell-Brown ganharam com 42s12, deixando a equipe dos Estados Unidos com a prata e a da Grã-Bretanha com mais um bronze.

A dobradinha só foi quebrada na última final do Mundial. Os Estados Unidos venceram o time campeão olímpico de Bahamas para levar o ouro no 4x400m masculino, com a Bélgica em terceiro e a Jamaica só em quarto, logo à frente do Brasil. Os britânicos desta vez ficaram em sexto.