Brasil atropela zebra africana e está nas quartas-de-final

Se um torcedor distraído ligasse a televisão ou entrasse na internet só para conferir o resultado do jogo  do Brasil com Gana, certamente ficaria satisfeito  ao ver os 3 a 0  que garantiram  o time campeão do mundo nas quartas-de-final.

Se esse  mesmo fã tivesse acompanhado  a partida de ontem em Dortmund, constataria  que não se tratou de moleza nem de espetáculo inesquecível.

Os Ronaldos & Cia bateram um rival empolgado, afobado e tecnicamente fraco; seguem no caminho do hexa, mas ainda passam a sensação  de que falta alguma coisa.

E mais uma vez a escalação não surpreendeu. Parreira fez algum mistério, desde os 4 a 1 contra o Japão, e deixou aberto caminho para especulações. No fim, mandou a campo a equipe que, desde a chegada em Weggis, considerava titular. Ou seja: nada de Emerson ou Adriano no banco. Ambos entraram em campo e não terminaram a partida. O volante, porque  se machucou; o centroavante, porque outra vez decepcionou, mesmo ao fazer gol.  O Brasil acuou a fera africana logo aos quatro minutos, com lançamento milimétrico de Kaká que encontrou Ronaldo no meio da zaga. O astro dominou, driblou o goleiro Kingson com jogo de cintura, fez 1 a 0.

O que poderia se transformar em farra brasileira por pouco  não vira pesadelo. Gana se comportou como franco-atiradora, como previa Parreira. Mandou uns mísseis sem direção ao gol, mas teve uma chance  de empatar, em cobrança de escanteio que Mensah desviou, mas Dida desviou com o pé.

Na hora em que o sufoco aumentou, o Brasil arrumou um contra-ataque, com  Kaká, que passou para Cafu cruzar. Adriano, impedido, mandou para o gol.  Os 2 a 0 deram tranqüilidade ao Brasil, mas não melhoraram seu desempenho. A seleção se resguardou e teve seu primeiro momento de emoção aos 34 minutos, quando Juninho Pernambucano (havia entrado aos 15? no lugar de Adriano) cruzou e Mensah cabeceou forte, só que desta vez contra seu gol, e obrigou o goleiro  a defesa meio no susto.

Para piorar as coisas para os africanos, aos 35? Asamoah foi expulso, por simular pênalti. O Brasil só teve o trabalho  de fechar a conta aos 39?, em belo gol de Zé Roberto, que  se livrou do goleiro depois  de receber lançamento  longo de Ricardinho.

Dortmund ? AE

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