Bonamigo espera contar com a base para o início

Ele sabe que precisa de mais. O técnico Paulo Bonamigo não esconde que o Coritiba tem que contratar, mas não deixa de pensar como a diretoria, e espera contar com todos os seus titulares – no caso, Fernando, Reginaldo Araújo, Pícoli, Tcheco e Lúcio Flávio – porque ele já nem conta com Da Silva. Ele pede no mínimo três atacantes, e começa a planejar a temporada 2003 ainda em 2002. Ontem pela manhã, ao final do treino, ele concedeu entrevista exclusiva à Tribuna.

Tribuna – Por que conciliar trabalhos físicos com treinos com bola nesse início de pré-temporada?

Bonamigo –

Porque é uma forma de preparação que também serve para condicionar o grupo. Treinar em campo reduzido, como fizemos hoje (ontem), aumenta a base aeróbica e melhora o potencial físico. Como nós temos esses doze dias de treinamentos, não seria interessante dar uma base física e depois eles perderem isso no final do ano. Queremos dar um lastro a eles, pelo menos 50% da condição deles. No retorno vamos ter um trabalho mais específico, principalmente com o Róbson (Gomes, preparador físico), para ver qual é a necessidade maior.

Tribuna – E qual é a reação do elenco nesses primeiros encontros?

Bonamigo –

A continuidade é importante, e por isso o trabalho rende mais. Não temos caras novas, e assim aumenta a qualidade dos treinamentos. Se eu tivesse seis ou sete caras novas, talvez não tivesse o rendimento que estamos vendo. Eles já estão com um trabalho de sete meses, já se conhecem e isso facilita. Por isso o Coritiba não pode medir esforços para manter o elenco que formou este ano. Não dá para encaixar cinco ou seis peças no meio de um campeonato.

Tribuna – Se você contar com todos os jogadores, quantos dias você acha que são necessários para uma preparação tática da equipe?

Bonamigo –

Se todos ficarem, trabalharemos dez dias, realizando dois ou três amistosos. Mas se mudar substancialmente a equipe, com três ou quatro jogadores que tenham que entrar, vou precisar de mais tempo. Naturalmente já teremos uma mudança ofensiva, e vamos precisar entrosar esse novo ataque. Mas o importante é a base que temos: são vinte jogadores treinando com motivação. Falei para eles não trabalharem com clima de final de ano, e sim como um início de trabalho.

Tribuna – Você já descartou o Da Silva?

Bonamigo –

É um jogador que não chegou nos dois primeiros dias e não dá notícia, e o contrato dele vence no final do ano. Provavelmente ele tenha propostas de outros clubes, e então nós temos que procurar alternativas, seja nas categorias de base seja alguém que venha de fora. Nós não precisamos de um jogador de frente, mas sim de três atacantes – uns para jogar e outros para compor o elenco.

Tribuna – Você já tem um número de contratações necessárias ou prefere esperar as renovações de contrato?

Bonamigo –

Temos que ver quem vai ficar. Claro que se você perder um Lúcio Flávio, perder um Tcheco, você precisa repor. Nós estamos acreditando que a base vai ser mantida, e daí vamos pensar nas nossas necessidades. Se o Ceará continuar, se o Lúcio e o Tcheco também, nossa prioridade é o ataque.

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